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A 2ª temporada da série “Bom dia, Verônica” estreou com seus 6 episódios no último dia 03 de agosto, em 6º lugar entre as séries de língua não inglesa da Netflix. Desde o seu lançamento, a série está entre o TOP 10 da Netflix e até o dia 10 de agosto, já tinha sido vista por 14,7 milhões de horas. A série foi sucesso em vários lugares do mundo. Mais de  9 milhões de pessoas no exterior já assistiram a produção brasileira. A série policial brasileira chega às telas do streaming após quase 2 anos da estreia da sua primeira temporada.

Trabalha temas delicados, cotidianos e muito complexos. Enquanto a primeira temporada teve um foco em violência doméstica e corrupção policial, essa segunda parte amplia as temáticas, tecendo pesadas críticas e referências a líderes religiosos que usam o poder e influência para abusar de muitas formas de pessoas desesperadas por cura e ajuda. Uma adaptação do livro de Ilana Casoy e Raphael Montes, que o escreveram sob o pseudônimo Andrea Killmore, é dirigida pelo carioca José Henrique Fonseca, cineasta que já foi indicado e ganhou diversos prêmios com outros trabalhos, como os filmes “Heleno” e “O Homem do Ano”.

Verônica (Tainá Müller), escrivã da delegacia em que trabalha, tenta encontrar quem são os chefes da máfia que ela descobriu na primeira temporada, ao investigar dois casos distintos mas que se interligavam no fim das contas. Quem são os responsáveis por tirar proveito de crianças órfãs e mulheres frágeis? A protagonista então se depara com Matias (Reynaldo Gianecchini), sua perfeita esposa Gisele Cordeiro (Camila Márdila), e a filha delicada Ângela (Klara Castanho). 

Matias é um líder espiritual, e embora a série tenha o cuidado de não especificar qual religião faz parte, deixa evidente o modo como o líder age, uma espécie de “seita”. Não tem como o telespectador não se lembrar de João de Deus, suposto “médium curandeiro”, que atuava em Abadiânia de Goiás, condenado pelo estupro de diversas mulheres. Ao longo dos episódios, vemos a luta de Verônica, tendo que abandonar sua própria vida e a de seus filhos para tentar salvar outras vidas, até mesmo a da filha de Matias, Ângela.

O enredo é cheio de suspenses e surpresas. A construção da narrativa é intrigante, digna de ser maratonada. Não alivia nas cenas violentas. O sentimento de desespero e a agonia tomam facilmente conta de todos que a assistem por retratar temas tão violentos com tanta precisão. Por ser uma série curta, dificilmente fica presa em uma mesma cena por muito tempo. Embora não seja detalhista, é muito bem “costurada”, não deixando pontas soltas da primeira parte e ainda permitindo um gancho para uma terceira temporada.

Temas importantes e cotidianos, como a sexualidade do filho de Verônica e também de Matias, Ângela, bem como sua doença conhecida como alotriofagia, também chamada de “síndrome de pica”, onde a pessoa, com algum tipo de transtorno mental como depressão, sente uma vontade irresistível de comer coisas que não são comestíveis e que ele sabe que não deveria comer. Há, ainda, um incesto horroroso e surpreendente.

O que o telespectador fica a esperar é que, finalmente, essa história seja resolvida e Verônica possa ter realmente um BOM DIA.

Confira o trailer dessa segunda temporada:

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