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Pedro Paulo Lemes

No último dia 18, a Rede TV anunciou parceria com a National Football League (NFL), para a transmissão dos jogos da liga até a temporada de 2025.

A emissora de Osasco já havia realizado a transmissão do último Super Bowl, jogado no dia 13 de fevereiro deste ano entre Los Angeles Rams e Cincinnati Bengals, com vitória da equipe Californiana pelo placar de 23-20.

O novo contrato começa a valer no próximo mês de setembro e os fãs da modalidade poderão acompanhar jogos da temporada regular, dos playoffs e o grande Super Bowl, até a temporada de 2025. Além dos jogos, a emissora vai contar ainda com programas e quadros dedicados à NFL durante sua programação.

Para a advogada e fã do esporte Júlia Panigassi (30), a iniciativa da liga de transmitir seus jogos em TV aberta é interessante, pois o acesso se torna maior para quem está começando a assistir, apesar de não ser um veículo tão grande nos dias de hoje. “Querendo ou não ainda é uma TV aberta, então vai aumentar a quantidade de torcedores e isso é importante para qualquer esporte, principalmente se a gente ainda busca trazer algum jogo da liga para o Brasil.”.

Apesar disso, a estudante de jornalismo Renata Akutsu destaca que, para o fã mais antigo, talvez as transmissões na TV aberta não sejam tão interessantes no sentido técnico, já que para maior entendimento do grande público, a linguagem naturalmente vai precisar ser mais simples e não tão tática ou profunda.

Se a grande mídia não destaca, os fãs colocam a mão na massa

Nos dias de hoje, o Brasil se tornou o segundo maior mercado consumidor do futebol americano fora dos Estados Unidos, perdendo apenas para o México. Isso se dá muito por conta da influência do canal de TV fechada ESPN, mas também por conta do grande trabalho feito por fãs da modalidade em páginas para redes sociais, ou então para sites independentes.

Para Renata, as páginas e os sites feitos por fãs foram de total importância para ela aprender mais sobre o esporte, principalmente no que diz respeito às regras do jogo. “Esses criadores ensinam muito, trazem muitas informações, então é um trabalho muito bom que me fez tornar uma consumidora fiel.”.

Já para Júlia, esses conteúdos foram primordiais para que ela se aproximasse do seu time e do esporte de forma geral. ” Quando eu tive meu contato mais aprofundado foi por rede social. Os torcedores dos Patriots têm uma certa vantagem, pois têm muita torcida, então tem muitas páginas, desde o conteúdo mais simplificado como a NE Patriotas, passando pelas páginas de piadas como a Patriots Mil Grau, até mesmo as que produzem um conteúdo mais tático como a Do Your Job”.

O jornalista Carlos Oliveira é dono de uma das maiores páginas de NFL no Twitter, a Cantadas NFL, que possui mais de 35 mil seguidores, e reconhece a influência que possui em seus seguidores. “Eu nem tenho essa noção de ser a mais influente, porque nunca foi a intenção, mas aconteceu. Acho legal, ter essa galera toda que curte o que eu faço lá, que segue, interage e tal. E hoje tenho uma responsabilidade enorme, falo para mais de 30 mil pessoas e tenho noção do alcance. E com o passar do tempo, o Cantadas virou meu perfil pessoal, acabo por ter muita responsabilidade do que falo lá.”.

Além da vontade de falar e ensinar sobre o esporte, existem aqueles produtores de conteúdo que encontram no futebol americano uma forma de refúgio dos problemas, este é o caso da técnica em mecânica Giovanna Sociarelli (19). “Produzir conteúdo sobre NFL nunca foi algo que eu planejei, mas um dia simplesmente aconteceu. Eu era muito amiga do Rui da BR Fantasy Football e um dia ele me chamou para ajudar com as mídias do site, e após algum tempo eu decidi tentar vaga na redação do site saída falsa e alí eu fui crescendo com eles. Na pandemia eu estava com muito tempo vago, então decidi focar nisso. Minha relação com a produção de conteúdo sempre foi de que quando eu ligava a tela para escrever só existia a tela, as teclas e mais nada era importante.”.

A relação com o time mesmo morando em outro país

Tatuagem da flor de lis que representa o New Orleans Saints. Foto: Acervo pessoal / Giovanna Sociarelli

“A minha relação com o meu time é uma coisa muito louca, eu costumo separar os times que eu amo e o New Orleans Saints, pois o Saints é tudo pra mim, até hoje eu não sei explicar como aconteceu minha paixão pelo time, mas ela so foi ficando mais intensa conforme eu fui acompanhando e conhecendo a relação do time com a cidade. O New Orleans Saints é tudo pra mim, tanto que eu tenho uma tatuagem no braço pois ele está sempre comigo. Na verdade eu tenho uma tatuagem de uma bola de futebol americano no braço esquerdo que significa o casamento e o símbolo do Saints no direito, que significa o namoro”, declara Giovana, que define sua relação com seu time dessa maneira.

Seja por meio de sites, páginas, canais de televisão aberta ou fechada, fato é que os fãs de futebol americano no Brasil crescem a cada dia e buscam cada vez mais conteúdos sobre o esporte em português, por isso o trabalho destes criadores de conteúdo se torna indispensável para que a liga de futebol americano note nosso país como mercado consumidor.

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