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A banda utiliza instrumentos construídos a partir de materiais reutilizáveis
O grupo musical goiano conhecido como Vida Seca, realizou dois shows gratuitos na última semana de agosto nos dias 18 e 19, no Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG). A banda também realizará uma oficina de iniciação musical, “lixo ritmado, batuque reciclado”, no dia 27 de agosto, na Praça Universitária, às 17 horas.
Essa iniciativa artística e cultural faz parte do “ProvocaSom”, projeto de manutenção do Vida Seca, apoiado pelo Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, que traz shows e oficinas totalmente gratuitas para Goiânia e também para Pirenópolis.
O grupo goiano comentou com satisfação sobre os shows recentes realizados no Teatro do IFG: “A performance foi muito satisfatória para o grupo, ficamos felizes em apresentar os novos instrumentos construídos na oficina com nosso mestre Márcio Vieira, uma das atividades do projeto ProvocaSom. A recepção do público foi maravilhosa, encontramos antigos fãs e recebemos pessoas que conheceram nosso trabalho agora e ficaram encantadas”.
Izaac Augusto Rodrigues, presente no show do Vida Seca na sexta-feira (19), comenta sobre a apresentaçao do conjunto: “Achei o show muito interessante, e com o diferencial dos instrumentos, que vem de materiais reciclados. O show foi bem animado”. Ele também descreve a importância dessa iniciativa inovadora da banda, ressaltando: “O fato da banda criar música com materiais reciclados traz a questão do que é música, como pode ser feita , à quem está acessível . Numa sociedade do consumo rápido e descartável, a perspectiva da banda lança uma luz sobre reutilizar materiais, além de brincar com o próprio conceito de música”.
O grupo
Formado pelos integrantes Danilo Rosolem, Igor Zargov, Ricardo Roqueto e Thiago Verano, a banda Vida Seca discorre que segue uma trajetória que surgiu no inicio dos anos 2000, com um trabalho inovador em que pesquisam e criam instrumentos a partir de materiais descartados e alternativos. “Quando alguns estudantes se organizaram para fazer batucadas em manifestações usando materiais de lixo e sucata. A partir daí foi criado o Bloco do Lixo e em seguida o grupo Vida Seca, que seguiu aprofundando a pesquisa musical com objetos descartados até os dias de hoje. A principal motivação sempre foi ter acesso facilitado a instrumentos musicais, utilizando materiais descartados ou matérias primas alternativas com preços acessíveis. Além disso, a curiosidade em pesquisar e explorar diferentes sonoridades sempre foi uma mola propulsora da pesquisa do grupo”, afirma Ricardo Roqueto, integrante do grupo.
A propria banda afirma a importância da construção e das pesquisas dos instrumentos a partir dos materias reciclados: “Acreditamos que a importância está em olhar para as coisas com mais atenção, curiosidade e criatividade. Muitos objetos que estão facilmente disponíveis podem se tornar instrumentos musicais, dentre outras possibilidades de reutilização. É uma forma de pensarmos sobre o que consumimos, por que consumimos e o destino que damos aos dejetos do nosso consumo”.
O conjunto também comentou sobre futuros projetos que almejam realizar, destacando que o primeiro deles é concretizar a construção de um estúdio, algo que ainda está em andamento.