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RAFAEL DAVID NOLETO

Foi realizada nos últimos dias 30 e 31 de agosto a Jornada Mag24horas, uma maratona de transmissões em rádio, webrádio e webTV ao vivo do projeto de extensão Magnífica Mundi, o coletivo de jornalismo compartilhado da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal De Goiás (UFG).

A programação, que durou as 24 horas planejadas na Web e ultrapassou 30 horas de programas no rádio na frequência 87.9 FM, contou com entrevistas de especialistas, ativistas e personalidades de diferentes projetos sociais, instituições e comunidades que trataram de temas como sustentabilidade, música, projetos sociais e empreendedorismo colaborativo.

O projeto também comemorou, na ocasião, os vinte e dois anos de existência da Magnífica, que desde o ano 2000 é um espaço para formação e atuação com caráter social dos estudantes de comunicação da FIC. O jornalismo compartilhado, conceito que rege o projeto, tem por objetivo a quebra da ótica de produção mercadológica tida como modelo hegemônico na comunicação atualmente. Os estudantes, no projeto, buscam trabalhar de forma atuante e priorizar a notícia do que acontece ao redor dos muros da universidade e comunidades tradicionais e originárias do Estado de Goiás. O objetivo é dar voz àqueles grupos não comumente contemplados pelos grandes conglomerados da comunicação.

Teresa Prado, 18, estudante de jornalismo e membro do coletivo, afirma que chamar as comunidades para participar da jornada de transmissão foi “não só pela questão de eles produzirem [conteúdo], mas também porque é uma forma que eles têm de mostrar pontos que pra eles que são importantes e que (nós) não vemos”. Ela cita a participação do Assentamento Oziel, do interior de Goiás, que promoveu, na noite do dia 30, um debate sobre as questões da comunidade com senadores do estado para denunciar as condições precárias da escola da comunidade e a ausência de atuação da prefeitura de Catalão para resolução dos problemas. “Isso surtiu tal efeito que na mesma noite convocaram uma reunião para arrumarem os problemas da escola”, e completa: “Eles têm esse espaço e a gente proporciona [o espaço] para que eles possam mostrar esses problemas [da comunidade] de forma mais ampla”. “

Pedro Marinho, 19, também estudante de jornalismo e membro do coletivo, fala da importância da Magnífica Mundi e da sua atuação no jornalismo compartilhado: “Eu acredito que esse tipo de produção à qual a gente se dispõe é importante para pensar realmente um novo meio de se construir a mídia e o jornalismo como um todo, de se fazer comunicação”, “nós nos propusemos [na transmissão 24 horas] a produzir tomando a frente do processo”. Sobre a importância desse método de educação, Pedro completa: “o jornalismo compartilhado tem muito disso de fugir desses moldes mais comerciais, de estabelecer e colocar em pauta narrativas que muitas vezes não são descritas e não são dadas visibilidade na mídia tradicional”.

Sobre a atuação universitária em projetos como esse, Pedro enfatiza o papel da universidade como um espaço onde se colocam narrativas vigentes em embate direto. “É muito importante trazer, não na posição de pressionar, mas de estabelecer diálogo, de dar espaço para o debate. Esse é um processo muito grande que foi construído na transmissão de 24 horas”, cita Marinho ao se recordar do quadro Língua de Navalha, que teve como primeira entrevistada a Reitora da UFG, Profa. Angelita de Lima, e que tratou de questões reivindicadas pelo Movimento Estudantil, como os embates e situações dos restaurantes universitários (RUs) dos diversos campus. 

As gravações das transmissões com as entrevistas, programação musical e quadros estão disponíveis no canal do Youtube do coletivo Magnífica Mundi.

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