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A Cooperação Internacional na instituição nasceu em 1987. Desde então, cada vez mais oportunidades surgem para que estudantes e docentes aprendam e vivam a multiculturalidade. Dentre elas, o Programa de Mobilidade, o intercâmbio da UFG.

Foto: Bach Nguyen/Pixabay

Que a UFG disponibiliza diversas oportunidades aos alunos e simpatizantes da instituição não é novidade. No entanto, um dos programas mais pertinentes ao público da universidade é o de intercâmbio, oferecido pela Secretaria de Relações Internacionais, a SRI.

Programa de Mobilidade: objetivos, requisitos e mais

Os Programas de Mobilidade têm como objetivos permitir a internacionalização, cooperação, pluralidade, responsabilidade social e, dentre diversos outros propósitos, difundir a nível multilateral a atuação da universidade. Cada edital disponibilizado no site ou nas redes sociais da SRI define os requisitos e imposições para cada universidade estrangeira em foco, o que significa que tanto discentes quanto docentes podem se candidatar às oportunidades ofertadas.

De acordo com o edital geral viabilizado no site, o candidato pode escolher a universidade de seu interesse, mas é preferível que opte por instituições que possuam convênio com a UFG. Além disso, cada intercâmbio se difere um do outro — ou seja, possuem exigências diferentes, tais quais: idade, certificados de idiomas, documentação, tempo de estadia, diploma, etc.

Ao visitar o site da Secretaria de Relações Internacionais, o candidato terá acesso aos programas fornecidos através de um acordo entre universidades estrangeiras e a Universidade Federal de Goiás. Caso o requerente opte por uma instituição que não tenha convênio com a UFG, existe uma outra alternativa: o edital geral, que não prevê auxílio monetário ao estudante. Em outras palavras, cabe ao discente, familiares e/ou terceiros arcar com os custos da mobilidade acadêmica. 

Uma visão mais especializada

Vinícius Santos Marques, diretor interino de Mobilidade na Secretaria de Relações Internacionais, esclarece que alunos, docentes e técnicos administrativos podem se candidatar ao intercâmbio. Ademais, em se tratando dos estudantes, é ideal que os interessados possuam entre 20% e 80% de integralização acadêmica — ou seja, nas palavras de Vinícius, “nem terminando e nem começando o curso”. Vale mencionar que a UFG também acolhe estudantes de outros países na instituição.

Adicionalmente, o Diretor de Mobilidade também destaca que a permissão para o trâmite do intercâmbio deve ser cedida pela coordenação do curso do candidato. À vista disso, não há trancamento de matrícula e o aproveitamento das disciplinas é discutido com a gerência da faculdade do requerente.

No que se refere ao financiamento, Vinícius explica que cada edital — consequentemente, cada universidade estrangeira — estabelece até que ponto haverá comprometimento monetário. Em outras palavras, as instituições não necessariamente irão arcar com todos os custos (passagem, alojamento, alimentação, etc.), mas os comunicados de inscrição destacam todas essas informações. No entanto, existem acordos que preveem bolsas integrais e, conforme o diretor, são programas mais específicos.

No tocante de competências mais particulares, como — por exemplo — o aprendizado de um novo idioma, as instituições tomam diferentes atitudes. Isto é, o edital da universidade estrangeira determinará aos inscritos se há ou não a necessidade de conhecimento da língua nativa, bem como o grau de fluência. Alguns programas destinam aulas de instrução ao idioma de interesse, outros exigem um certo nível de entendimento da língua.

Para Vinícius, o Programa de Mobilidade também representa um diferencial no currículo. Além da pesquisa acadêmica, um dos pontos mais evidentes e vantajosos nesse mencionado diferencial, o diretor cita as chamadas “soft skills“, habilidades relativas ao comportamento de um profissional: “resiliência, capacidade de adaptação, saber lidar com o que é diferente são habilidades valorizadas em trabalhos mais competitivos”, explica.

“Pessoalmente, você se tornará um pesquisador melhor, um professor melhor, um aluno melhor e, no final das contas — pode parecer clichê — uma pessoa melhor. É uma oportunidade de ouro.”

Vinícius Santos Marques
Foto: Instagram @sri_ufg

Multiculturalidade em foco

Deixando os detalhes técnicos de lado, é importante deixar evidente a relevância universitária e pessoal da experiência do intercâmbio, principalmente aos estudantes. Nathália Fernandes Pimentel, graduada em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Goiás, participou do Programa de Mobilidade e afirma que sua trajetória na Hungria foi satisfatória e que, inclusive, gostaria de formalizar sua carreira no exterior.

De acordo com Nathália, “o intercâmbio nos faz desenvolver muitas habilidades e nos dá uma visão de mundo mais abrangente”. Além disso, a internacionalista destaca que, para ela, o contato com outras culturas e o desenvolvimento de sua carreira na Alemanha foram substanciais frutos do intercâmbio. Nathália também salienta que o suporte oferecido pela UFG e pela Universidade de Pécs foi fundamental para o prosseguimento do processo de mobilidade.

Ainda que não estivesse familiarizada com a língua e o comportamento nativo e isso tenha provocado contratempos, Nathália afirma que “isso também me ajudou a desenvolver habilidade de resolução de problemas, já que eu tinha que encontrar soluções para contornar essas dificuldades”.

Renan Mendes Oliveira, aluno de Arquitetura e Urbanismo da UFG, também compartilha da opinião positiva acerca do intercâmbio, apesar de ter lidado com algumas adversidades: “a experiência com o programa de mobilidade foi muito boa, acredito que com essa experiência eu pude estar presente e aprender, dentro da arquitetura, uma nova forma de pensar o espaço e os métodos de como projetar um espaço, novas tecnologias construtivas, pude fazer inúmeros contatos com profissionais e me desenvolver bastante em um idioma que eu não tinha domínio”.

O estudante de graduação realizou a mobilidade para a Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina. Renan afirma que o programa oferecido pela SRI é uma oportunidade para abandonar a zona de conforto e viver experiências novas, mesmo que isso signifique lidar com dificuldades. Contudo, o acadêmico destaca que a ansiedade no momento da inscrição e aprovação pode ser angustiante, sobretudo numa situação em que houve pouco suporte, como na dele.

Conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Relações Internacionais, 104 membros da comunidade da UFG realizaram mobilidade ao exterior no ano de 2022. Em adição, 184 estrangeiros foram acolhidos pela instituição. Foram ofertados, ao todo, 23 editais, nos quais um aumento de 30% na relação candidato/vaga foi percebido entre o primeiro e o segundo semestre.

Além do Programa de Mobilidade Acadêmica, a SRI, coletivamente à Faculdade de Letras, também propicia ao público da UFG programas de educação linguística para aqueles que desejam adquirir proficiência em um determinado idioma antes de se aventurarem no intercâmbio.

Saiba mais sobre o Programa de Mobilidade

Em caso de dúvidas ou esclarecimentos e informações, a Secretaria de Relações Internacionais pode ser contatada via e-mail (sri@ufg.br), Instagram, Twitter, Facebook, Whatsapp e telefone (62 3521-1165).

One thought on “Um guia ao Programa de Mobilidade da UFG: a experiência da internacionalização acadêmica”

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