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Em entrevista concedida ao LabNoticias, Matheus Ribeiro, formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), comenta um pouco sobre sua trajetória dentro do mundo do jornalismo.
Vindo diretamente do interior de Goiás, de uma cidadezinha chamada Piracanjuba, com pouco mais de 24 mil habitantes segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2017, Matheus Ribeiro, com apenas 16 anos, veio encarar a realidade da Capital em busca de seu sonho.
Lab Notícias: Matheus, o que fez você escolher jornalismo para sua vida?
Matheus Ribeiro: Antes de eu me apaixonar pelo jornalismo eu era apaixonado por televisão, eu sempre fui aqueles meninos gordinho criado com vó. Televisão era minha paixão assim desde criança, então tudo que envolvia TV imagens chamava minha atenção, não necessariamente para estar em frente às câmeras, é daquele universo de televisão, de filmar, de emocionar, de informar com as imagens, sempre me chamou atenção. E aí quando foi chegando a minha adolescência que eu fui entrando no ensino médio, jornalismo passou a me encantar pela possibilidade de trabalhar com algo que eu sempre gostei, mas mais que isso, por ter uma um papel social tão importante que é de levar informação para a vida das pessoas para a sociedade, né? Então vem vem daí mais ou menos.
Lab Notícias: E como foi se mudar para Goiânia, enfrentou dificuldades?
Matheus Ribeiro: Eu vim morar sozinho aqui em Goiânia, cheguei aqui com 16 anos. Vim terminar o Ensino Médio, vim para cursar o terceiro ano aqui em Goiânia e foi pauleira, né? Porque chegando cru do interior morando sozinho, tive que virar a chave muito rápido. Mas eu acho que isso foi muito importante também, para que eu pudesse amadurecer, para que eu pudesse me desenvolver em outros aspectos da vida, não apenas tendo acesso a estudo, né? Mas aprendendo a ter uma postura mais responsável, mais consciente, mas adulta mesmo.
Lab Notícias: Qual o posicionamento de sua família diante de sua escolha?
Matheus Ribeiro: Lá em casa, todo mundo achava que ia ser muito pobre, eles não erraram tanto assim, eu não sou um cara rica. Mas eu falava que uma outra opção seria fazer direito e tal, e eu prestei vestibular em outras universidades fora de Goiás para direito e foi aprovado em algumas, então meu pai chegou a ir comigo e fazer matrícula. E o resultado da UFG foi o último a sair, e eu não tinha contado para ele que aqui a minha matrícula era para Jornalismo, e quando saiu o resultado liguei para ele, ficou bravo, mas depois passou, e todo mundo entendeu que era justamente isso que eu queria fazer e isso que ia me realizar.
Lab Notícias: Nos conte como foi sua trajetória na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Matheus Ribeiro: Foi uma uma trajetória de um pé em cada canoa eu brinco, porque ao mesmo tempo em que eu queria me dedicar muito a faculdade logo eu comecei a trabalhar, então assim quando eu estava fazendo TCC eu já trabalhava na Band e mais em dois locais ao mesmo tempo, era uma loucura. Mas o campus, a UFG abriu a minha cabeça para a realidades muito diferentes, foi realmente uma universidade, né? A pluralidade, a diversidade que eu encontrei na UFG foi algo fundamental para a construção da minha carreira e para minha formação cidadã também.
Lab Notícias: Como foi sua primeira experiência com Tv?
Matheus Ribeiro: Começou aí na faculdade, inclusive. Os meus primeiros meses de curso, eu vi um anúncio do dia da poesia da TV UFG, eu falei agora é minha vez, minha chance. Decorei uma poesia de João Cabral de Melo Neto e fui gravar essa participação no dia da poesia, conheci o pessoal da televisão e ali mesmo, eu me dispus “Ó estou à disposição como voluntário aqui, se vocês precisarem de alguma coisa”. E aí foi nessa que eu conheci a professora Rosana que acabou criando uma disciplina de laboratório orientado, eu fui aluno dessa disciplina, tive os meus primeiros passos em televisão aí na TV UFG, depois tive um emprego em uma empresa que não tinha nada a ver com televisão.
Enfim, fui ter meu primeiro emprego, eu precisava de grana para me sustentar e nessa empresa certa vez gravaram uma reportagem sobre jovens no mercado de trabalho e eu fui entrevistado, nessa fiquei amigo do repórter que me indicou numa outra TV na PUC. E aí, as coisas foi acontecendo, a partir daí até chegar na TV Anhanguera.
Lab Noticías: Qual era sua rotina na Tv Anhanguera? E como se tornou apresentador?
Matheus Ribeiro: Rotina de televisão é bem puxada, então passava ali na TV umas cinco, seis horas. Primeiramente como repórter, depois como o editor e apresentador, mas sempre uma rotina bastante atribulada. Eu sempre tive vontade, de ser apresentador, então logo na PUC TV eu comecei a fazer teste, comecei a pedir para fazer teste, e como eu ia bem na reportagem sempre e deixaram fazer esse teste. Eu lembro que com oito meses na Band eu já era substituto do jornal, eu tinha apresentado duas vezes, e aí cheguei na Anhanguera em dezembro de 2014, eu fiquei alguns meses na reportagem. E aí em junho mais ou menos, eu pedi para o meu chefe “Olha eu queria fazer um teste de apresentação e tal”, ele falou “Não estou colocando ninguém para apresentar, só vai apresentar quem já é apresentador mesmo”. Passou duas semanas, ele me chamou de novo na sala, ele falou assim “Ó, você vai começar a fazer piloto, você vai começar a fazer teste, minha mulher tava assistindo o jornal e ela falou que você leva jeito para apresentação, eu decidi testar” então foi assim que começou.
Lab Notícias: Em 2022 você se candidatou a Deputado Federal de Goiás, o que te motivou a essa mudança de carreira da televisão para uma vida pública?
Matheus Ribeiro: Olha, sempre foi algo que eu tive vontade, remonto a a minha infância de de menino sonhador. Política sempre me despertou a atenção, e no jornalismo eu pude ver o quanto isso faz a diferença na vida das pessoas, a gente tem uma visão de que a política é um problema, portanto que fazer parte é algo ruim, eu acho que faz com que a gente tenha cada vez menos participação popular. Eu depois de morar dois anos em Brasília de fazer uma análise da minha vida pessoal, em algum momento que eu vivo hoje, eu construí a minha empresa de comunicação, eu já tava num momento de estabilidade de carreira, estabilidade financeira. Eu falei eu acho que agora eu posso realizar esse outro sonho que é colocar meu nome é disposição da sociedade para poder desenvolver um trabalho público, né? Meu trabalho sempre foi público na medida de estar na televisão, mas não como como representante da sociedade, né? Não como um um legislador enfim um político, e foi uma experiência muito intensa, foi experiência muito difícil, mas ao mesmo tempo muito recompensadora porque eu pude conectar muitas coisas que eu vivenciei na minha profissão de jornalista, e acho que isso me ajudou bastante. Pude conhecer coisas diferentes, pude conhecer um universo diferente. Tive uma votação expressiva foram 47 mil votos, não fui eleito sou o primeiro suplente. Enfim, foi mais uma experiência bacana aí nessa nessa trajetória.
Lab Notícias: Você pretende voltar a atuar na área do jornalismo?
Matheus Ribeiro: Com certeza, foi para isso que eu estudei, é isso que eu gosto de fazer e quero buscar fazer de uma forma diferente, buscar fazer de uma forma nova, sem ficar repetindo velhas fórmulas. Eu acho que hoje nós que que estamos nesse mercado, nós que nos dedicamos a essa profissão, precisamos também construir novas oportunidades, precisamos aprender a empreender no jornalismo. A gente precisa explorar toda essa essa liberdade e essas novas possibilidades que a gente encontra nas redes sociais que a gente encontra para produzir conteúdo, que a gente encontra para fazer um jornalismo que sirva bem na sociedade.
Lab Notícias: Matheus, qual conselho que você gostaria de deixar para os futuros jornalistas?
Matheus Ribeiro: Se dediquem a compreender esse mundo que nós vivemos de forma muito profunda, acho que nós vemos hoje na sociedade as consequências de fenômenos da pós-verdade, das fake News, um discreto muitas vezes em relação a nossa profissão. E isso tem que ser na verdade um elemento motivador e não desanimador, né? Eu acho que hoje nós precisamos nos desprender do tecnicismo, porque ninguém mais tem dificuldades técnicas para fazer jornalismo. A gente já ultrapassou essa fase e nós temos que aprofundar o nosso conhecimento teórico, nós temos que aprofundar o nosso conhecimento sociológicos, filosófico, nós temos que valorizar a postura ética na nossa profissão e estimular com que os novos jornalistas sejam realmente pessoas comprometidas com isso para que a gente de fato consiga entregar a sociedade aquilo que é a nossa domissão, informação bem apurada, informação correta para que as pessoas consigam formar suas opiniões, para que as pessoas consigam ter uma postura crítica frente a vida.