“Ter um gatinho é uma terapia”: conheça histórias emocionantes no Dia Mundial do Gato

Comemorado em 17 de fevereiro, diversos tutores celebram o dia do gato contando suas experiências com os pets
Tempo de leitura: 12 min

Os gatos são animais de personalidade forte, muita beleza e autonomia. Conhecidos por serem protetores e dominantes, caçadores natos e ótimas companhias para aqueles que não querem um ser super dependente, os gatinhos são seres únicos e presentes no dia a dia de quase 30 milhões de lares brasileiros.

3 diferentes gatinhos. Um preto e branco, um cinza e outro siamês

Para muitas pessoas, gatinhos são animais mais do que especiais, eles fazem parte da vida e do cotidiano. Justamente pensando em todas as especialidades dos bichanos, quatro diferentes datas comemorativas foram estabelecidas em diversos lugares do mundo para celebrar as características da espécie, além de conscientizar e incentivar a adoção. Essas datas são conhecidas como Dia do Gato

Em ordem cronológica anual, a primeira e segunda datas são celebradas em fevereiro, nos dias 17 e 20, respectivamente. A terceira, em 8 de agosto, e a última data, no dia 29 de outubro. Cada um dos dias são tidos como Dia Internacional do Gato, mesmo que cada um apresente suas próprias particularidades.

  • 17 de fevereiro: Dia estipulado a partir de ONGs europeias em uma tentativa de reforçar as campanhas contra os maus tratos e incentivar a adoção dos felinos. Considerada por instituições de animais ao redor do mundo
  • 20 de fevereiro: Esse dia é uma homenagem póstuma a Socks, o “Primeiro-Gato”, pet de Bill Clinton, ex-Presidente dos Estados Unidos. 
Socks Clinton, o "Primeiro-gatinho" dos EUA deitado em cima de uma mesa da Casa Branca
Socks, o “Primeiro-Gato”, em dezembro de 1993. (Foto: Smith Collection/Gado/Getty Images).
  • 8 de agosto: Data escolhida pelo International Fund For Animal Welfare (Fundo Internacional para o Bem-estar Animal) e dedicada à conscientização das pessoas sobre as peculiaridades dos gatos.
  • 29 de outubro: Dia escolhido por Collen Paige, ativista animal que promove o bem-estar dos bichinhos.

Com todas essas datas, é perceptível o quanto os gatinhos são importantes e merecem atenção. As celebrações servem para conscientizar a população sobre os felinos, buscando a punição para quem pratica maus tratos, o cumprimento das leis que protegem os animais e o incentivo à adoção.

Particularidades da espécie

Os gatos são animais com características muito particulares e necessitam de alguns cuidados diferenciados. A médica veterinária Beatriz Dias, de 26 anos, comentou sobre alguns aspectos comportamentais dos gatos, como as diferenças deles para os cães: “É importante lembrar que gato não é um cão. Ele não vai te receber na porta pulando, te lambendo e abanando o rabo, mas ele vai demonstrar apego se esfregando nas suas pernas e pulando no seu colo. Eles são extremamente apegados ao seu dono e conseguem sim demonstrar carinho, entretanto, de um jeito diferente.”

Beatriz também compartilhou alguns aspectos físicos e de contato que tornam os gatos animais únicos: “Seu jeito de gostar de carinho é diferente, os locais em que eles gostam de ser manipulados é diferente. Por exemplo, a maioria dos gatos não gostam de carinho na barriga e sim, na face e nas costas. Além disso, os cuidados básicos e necessidades dos gatos são diferentes dos cães, como não necessitarem de banho e de passeio”.

Dados

Nos últimos anos, os gatos vêm conquistando o coração dos brasileiros. Em lares domésticos, segundo o Censo Pet Instituto Pet Brasil (IPB), a população de gatos alcançou a marca de 27,1 milhões de indivíduos em 2021, um aumento de quase 2 milhões se comparados aos dados de 2020, com cerca de 25,6 milhões.

Esse aumento é ocasionado por diversos fatores, entre os óbvios como a beleza e a autonomia dos bichanos, outros fatores como a rotina e estilo de vida agitados e espaços domésticos mais compactos, também vêm incentivando a população a escolherem os gatos como animais de estimação.

A médica veterinária Beatriz comenta sobre esses fatores: “Hoje brincamos que gato é o animal do futuro, pois as pessoas estão cada vez com menos tempo no dia a dia e, devido à independência do gato, ele tem se tornado uma ótima opção de companhia para pessoas corridas, já que não exigem tanto tempo dos donos como os cães, como nos passeios, por exemplo.”

Para Stélio Pereira, de 49 anos, a adoção de um gato foi justamente por esses motivos. “Minha filha queria um animalzinho, mas cachorro precisa de muita atenção e espaço e nós não tínhamos como dar isso a ele. Então veio a oportunidade de ter um gatinho. O Harry, mais conhecido como Uruca, foi adotado ainda bem pequenininho e se tornou a alegria da casa”, contou o tutor.

Gatinho preto e branco deitado
Gato doméstico Harry. (Foto: Anna Clara Rodrigues)

No entanto, apesar da população doméstica de gatos estar em constante alta, os dados sobre gatinhos vivendo nas ruas ainda são preocupantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 milhões de pequenos felinos estão abandonados no Brasil.

Para Nayra Freitas, tutora de mais de 50 gatos, isso é um reflexo do preconceito que a população ainda tem com os bichinhos.

“Existe tanto gatinho na rua precisando não só de uma casa, mas de amor e carinho e muitas pessoas não adotam por puro preconceito. Muita gente acha que eles são fedidos, que não gostam dos donos e essas coisas. Isso é mentira, eles são amor puro”, disse a empresária.

A veterinária Beatriz também comentou sobre o preconceito associado à espécie: “Eu sempre digo que o preconceito está ligado com a falta de conhecimento sobre o assunto, e a principal maneira de quebrá-lo, é estudando a respeito dessa espécie. Muitos mitos foram criados a respeito do comportamento dos gatos, relacionando a espécie com falta de apego ao dono, sendo que, na verdade, eles são extremamente apegados ao seu dono”.

Histórias de tutores

Nayra Freitas e Lázaro Dias são um casal de empresários que atualmente têm 52 gatos em casa. Ambos contaram ao Lab Notícias que tudo começou em 2011, com a adoção da primeira gata. Mas agora, 12 anos depois, eles não conseguem mais viver sem os bichinhos.

“Adotamos a nossa primeira gatinha, a Sorte, em 2011. Era noite de Natal e estava chovendo muito, escutei um miado na rua e fui ver o que era. Então, vi uma gatinha preta bem pequena, devia ter no máximo uma semana, bem pequenininha mesmo. Meu coração cortou, não podia deixar ela lá na rua no meio de uma tempestade. Colocamos ela para dentro de casa e decidimos que íamos doar ela para alguma ONG. Passou uns dias e não dava mais, já estávamos apegados e ficamos com ela. Uns dois meses depois, veio o segundo gatinho. Assim como a Sorte, ele apareceu na porta de casa e não resistimos. Hoje em dia, 12 anos depois, temos 52 gatos em casa“, contou o casal.

  • Gata preta chamada Sorte e seus tutores.
  • Gata preta chamada Sorte

A empresária ainda comentou que conhece todos os seus gatos. Ressaltando o amor e cuidado que tem com cada um dos bichanos.

“Sei o nome de todos, tenho registro de todos. Ter um gatinho é uma terapia.”

Diversos gatinhos de várias cores em uma sala
Alguns dos gatos de Nayra e Lázaro (Foto: Nayra Freitas)

A jovem estudante Iasmyn Inácio, de 18 anos, mora no Pará e também compartilhou sua experiência com gatos. “Atualmente tenho três gatos, Julieta, Arya e Eros. Eu tenho uma conexão absurda com eles. Eles sabem quando estou triste e quando estou feliz. Eles sentem tudo”, contou.

“Julieta foi minha primeira gatinha, adotei ela adulta e prenha. Ela estava sozinha, talvez sem mim, não tivesse sobrevivido. Eu tenho tanto amor e carinho por eles”, continuou a jovem. Iasmyn também compartilhou que o preconceito com gatos é “ridículo“.

“Quem fala que gatos são insensíveis nunca esteve perto de um. Eles sabem amar, mas você também tem que respeitá-los, respeitar os limites deles.”

Gatinha siamesa deitada em uma cama com a língua de fora
Gatinha doméstica Julieta (Foto: Iasmyn Inácio)

Para o estudante João Vitor Pimentel, de 20 anos, ter que deixar seus gatos para mudar de cidade e iniciar a faculdade foi muito doloroso. “Tenho 9 gatos em casa, na minha cidade natal, e todos foram adotados. Mudar para Goiânia e ter que deixá-los foi horrível. O amor que sinto por eles é imensurável”, relatou João.

“Apollo é o gato que sou mais apegado. Não sou de acreditar em superstição, mas ele abençoou minha vida. Ele é minha luz. É meu filho“, disse o jovem com saudades de casa. João Vitor considera que adotar foi uma das melhores decisões que tomou na vida e que, mesmo distante de seus amados gatinhos, não se arrepende.

Dicas de adoção

Para aqueles que pensam em adotar um gato, há muitos fatores a serem considerados. É uma missão de anos e que envolve muitas responsabilidades. A veterinária Beatriz Dias listou alguns tópicos essenciais para uma adoção segura e benéfica para os tutores e pets:

  • Caixas de areia

“Gatos precisam de caixa de areia para poder fazer suas necessidades, sendo que o recomendado é que sempre haja uma caixa para cada gato da casa +1, ou seja, 1 gato = 2 caixas, 2 gatos = 3 caixas, para que se evite problemas urinários e comportamentais. A caixa deve estar sempre limpa”.

  • Alimentação de qualidade

“A ração do gato deve estar disponível o dia todo, diferentemente do cão. Sua alimentação deve ser específica para gatos e de boa qualidade, não deve ser a mesma dos cães. É indicado o fornecimento de alimentação úmida diariamente, como os sachês, para aumentar a ingestão hídrica”.

  • Hidratação

“Gatos possuem mais resistência à ingestão de água do que os cães, por isso, a água da vasilha deve estar sempre limpa e fresca. Devem ser distribuídas algumas vasilhas de água pela casa, ajudando-os a se lembrarem de beber água, além de ser indicado o uso de uma fonte, pois eles preferem água em movimento”.

  • Enriquecimento ambiental

“O gato não necessita de tanto espaço como os cães, mas precisam de um local com enriquecimento ambiental, principalmente para que ele possa se esconder para se sentir seguro”.

  • Sem acesso à rua

“Gatos não devem ter acesso à rua, por isso, certifique-se de telar o seu apartamento ou colocar grades no portão que impeçam ele de sair. É para a segurança deles”.

  • Sem banho

“Gatos não devem tomar banho e muito menos usar perfumes. Os banhos só são indicados em casos de alterações dermatológicas, sob indicação e acompanhamento de um veterinário”.

  • Cuidados veterinários

“Atente-se sempre aos cuidados veterinários, como consultas de rotina e realização da vacina anual antirrábica e múltipla. Assim como os cães, eles precisam ser vermifugados, além de serem protegidos contra pulgas. O gato também deve ser escovado diariamente para remover os pelos mortos e evitar a ingestão de bolas de pelos”.

Locais para a adoção em Goiânia

O Lab Notícias entrou em contato com algumas ONGs de animais abandonados na cidade de Goiânia, mas não obteve retorno até o momento da postagem desta reportagem. Contudo, há diversos projetos de adoção nas redes sociais e um deles é o Grupo Miau Auau, uma instituição sem fins lucrativos que abriga cerca de 60 gatos em sua casa-gatil.

Em seu perfil do Instagram, Grupo Miau Auau compartilha centenas de animais precisando de ajuda, divulgam castrações solidárias e, claro, feiras de adoção.

  • Diversos gatinhos para adoção

Link para saber mais sobre a ONG: Grupo Miau Auau.

Também não deixe de conhecer outras instituições em Goiânia:

Projeto Viva Gato: @projetovivagato.

Grupo Felinolândia: @felinolandia.

Lar dos Animais: @lardosanimaisgoiania e (62) 99127-4946.

Vida Lata: @vidalata.

Aspaan Goiânia: @aspaangoiania.

Protetores de Animais Gyn: @protetoresdeanimais e (62) 99867-2501.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *