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“Positivamente Nus” é um documentário corajoso e inspirador dirigido por Arlene Nelson e David Nelson, lançado em 2005. O filme retrata uma sessão fotográfica que reuniu 100 portadores do vírus HIV numa manhã em Nova York. O objetivo principal da sessão era permitir que essas pessoas se libertassem da vergonha, do preconceito e despissem dos estigmas próprios de quem convive com o vírus, revelando sua verdadeira essência.
Ao longo do documentário, somos apresentados a várias histórias muito humanas. Os participantes compartilham suas experiências enquanto portadores de HIV, onde enfrentam desafios diários que a doença traz consigo. Eles expõem a jornada emocional de lidar com o estigma social, a discriminação e o medo do julgamento dos outros.
A sessão fotográfica em si é uma catarse, o que permite que eles se aceitem, se empoderem e encontrem força em sua vulnerabilidade. Dessa forma, a nudez na sessão fotográfica torna-se um símbolo poderoso de autenticidade e aceitação pessoal. As imagens são belas e impactantes e revelam, ainda, um lado muito artístico. Em alguns momentos, é possível associar as imagens à uma pintura renascentistas, só que atual.
O documentário desafia a percepção negativa e estereotipada que muitas vezes envolve as pessoas que convivem com o vírus. Ele nos lembra da importância de aceitação, empatia e compreensão, e nos encoraja a questionar nossos próprios preconceitos e julgamentos.
De acordo com o Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS – Brasil, da Unaids, 64,1% das pessoas entrevistadas relataram ter enfrentado algum tipo de estigma ou discriminação devido à sua condição de viver com HIV ou AIDS.
A pesquisa constatou, ainda, que 81% das pessoas entrevistadas enfrentam grandes dificuldades em revelar que vivem com HIV. Em geral, relataram experiências negativas ao divulgar sua condição soropositiva para pessoas com as quais não possuem proximidade.
Outro ponto levantado pela Unaids é que muitas pessoas preferem falar abertamente sobre seu status soropositivo apenas com parceiros e parceiras fixas (80,4%). No entanto, esse dado também revela o outro lado da moeda: ainda hoje, quase 20% das pessoas vivendo com HIV ou AIDS não conseguem revelar sua condição para parceiros fixos devido o estigma da discriminação.
Portanto, o medo de sofrer discriminação e a culpa por viver com HIV ou AIDS são sentimentos frequentes entre os entrevistados. O estudo demonstrou que viver com HIV gera percepções e sentimentos que não afetam apenas os relacionamentos com os outros, mas também a própria autoestima. Um em cada três entrevistados afirmou sentir vergonha e culpa por sua condição soropositiva para o HIV.
Dessa forma, “Positivamente Nus” é um convite importante e necessário de olhar além das aparências e a abraçar a diversidade humana em todas as suas formas. O documentário fala sobre a vulnerabilidade e, também, da resiliência humana e é um lembrete de que todos nós merecemos ser vistos e aceitos como somos, independentemente das circunstâncias que enfrentamos.