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Amanda Caetano
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Era uma fase boa, sinto tanta falta de acordar cedo, pegar minha cobertinha e ir correndo deitar no sofá para assistir TV Globinho, sem nenhuma preocupação, me refiro aos boletos, ou quando almoçava assistindo Super Choque, antes de ir para à aula de tarde.

Gostava de andar de bicicleta, quantos tombos já levei. Vivia com os joelhos ralados, fora às vezes que ralei o rosto, mas era uma dor passageira. Antes o joelho ralado do que o coração quebrado. Sempre que machucava já ficava com medo, pois sabia que minha mãe ia passar o Merthiolate que ardia muito. Outro remédio que é impossível esquecer é o Biotônico Fontoura, tomei tanto na infância para abrir o apetite e até hoje ainda faz efeito.

As crianças de hoje em dia, não são como as de antigamente. Estamos em uma fase do digital, mal nascem e já estão com um tablet ou celular na mão. Antes, boa parte da infância era na rua, brincando de polícia e ladrão, salva bandeirinha, pega-pega, esconde-esconde, futebol, andando de bicicleta, entre tantas outras brincadeiras. Ia embora para casa já estava escuro, mas só ia quando meu pai gritava “já deu por hoje, vem embora” e eu logo retrucava “só mais um minutinho, pai”. Como Mário Quintana já dizia “As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade.”

Aquele cheiro maravilhoso de bolo saindo do forno acompanhado do leite com café que tomava naquelas xícaras antigas, amarelas ou azuis na casa da vovó. Como esquecer as quitandinhas da vovó, comia bem rápido e em seguida ia balançar na rede, mas sempre escutava “não pode comer e ir brincar, precisa fazer um quilo antes”.

Quantos doces diferentes tinha na minha infância, chocolate com molde de moeda, chiclete que vinha com tatuagem, balinhas com formato de pastilha e eu fingia que era meu remédio, pirulito de chupeta e não posso esquecer o meu favorito, a tortuguita que tinha um ritual para comer, primeiro as perninhas, o rabo e por fim, a cabeça. Alegria mesmo era entrar na mercearia com 1 real e vir com os bolsos lotados de balinhas que tinham embalagens imitando morangos.

Momentos vividos que jamais irão voltar, ficarão somente na lembrança de quem viveu todas essas situações. Única certeza é de que tivemos uma infância invejável, sem esquecer as idas à locadora, em busca de filmes ou quando ia na Lan House com os amigos para jogar. Tudo era festa, não tinha preocupações, era feliz e não sabia.

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