Tempo de leitura: 3 min

Com a chegada das festas de fim de ano, as expectativas de vendas nos comércios costumam aumentar devido à alta procura por roupas, sapatos, acessórios e uma variedade de produtos considerados essenciais para as comemorações. Para o fim do ano de 2023, as expectativas não foram diferentes; o aumento previsto, segundo o Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás, seria de 8 a 12% em relação ao ano anterior.

Em entrevista, Cristiano Caixeta presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas), comenta sobre as expectativas em relação ao aumento de vendas na temporada de fim de ano.

A nossa previsão de venda, em comparação com o ano passado, é de um aumento de 8 a 12%. Acreditamos que o comércio neste final de ano de 2023 já começa aquecido no início do mês.

Barraquinha de venda de pijamas localizada na feira da Lua (Foto: Amanda Lima)

No entanto, as vendas de Natal de 2023 foram consideradas uma das piores em três anos. Segundo dados divulgados pela Serasa Experian, empresa que contém um grande banco de dados dos consumidores do Brasil, aponta uma queda de 1,4% em comparação ao mesmo período dos últimos anos. Isso indica que as previsões de um aumento de vendas para o fim de ano não se confirmaram.

Em entrevista, Eudoxe Gonçalves, comerciante há mais de 20 anos no segundo maior polo de moda do Brasil, localizado na 44, comenta a respeito das vendas de fim de ano e ressalta a queda.

Eu trabalho aqui há mais de 20 anos e nunca havia visto um comércio tão fraco como foi o desse ano. Parece que as coisas estão ficando mais difíceis, pois esse ano teve bem menos em relação ao ano passado, tanto é que nem precisou aumentar os funcionários porque seria um custo a mais sem necessidade. Foi um fim de ano devagar.

Rosângela Furtado, também comerciante na 44, comenta sobre a sua experiência diante desse cenário.

As pessoas vêm ao comércio, mas pouquíssimas compram. Estou aqui todos os dias, e não houve aumento nenhum no fluxo de pessoas. Foi um fim de ano com as vendas lá embaixo, tanto é que nem parecia que era fim de ano. Fiquei sozinha na loja, pois não houve necessidade de contratar alguém para ajudar; seria apenas um custo a mais.

O gerente de vendas de uma loja localizada no Setor Central, Paulo Moraes, fala sobre sua frustração com a queda das vendas.

Nossas vendas em dezembro diminuíram 5% em relação a novembro, já sendo um mês não movimentado. Houve uma redução muito grande, tanto é que este ano o comércio trabalhou em horário normal, sem precisar aumentar o expediente, também não precisou contratar ninguém para ajudar, porque ficaram apenas os vendedores fixos da loja mesmo.

Segundo relatório do levantamento divulgado pela Serasa Experian, um dos motivos para que as vendas não se superaram como o esperado foi a inadimplência. Ou seja, o décimo terceiro salário, que é utilizado como de costume para compras de presentes de fim de ano, ficou em segundo plano para os consumidores e passou a ser utilizado como prioridade para o pagamento de dívidas anteriores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *