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Na Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, 33 árbitras e 55 auxiliares mulheres compõe a equipe de arbitragem. Dentre essas, o quarteto brasileiro entra em destaque: Edina Alves, Neuza Back, Leila Cruz e Daiane Muniz somam a equipe no mundial. A escalação das brasileiras traduz o desenvolvimento da arbitragem nacional, como apontado por Wilson Seneme.
O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF comemorou a convocação: “A escalação do quarteto feminino comprova o desenvolvimento da arbitragem brasileira. A FIFA demonstra a credibilidade no nosso trabalho ao fazer essa designação. Também nos norteia sobre nosso conceito na arbitragem mundial. Torcemos para que elas tenham um ótimo desempenho nesta partida e em toda a competição”, concluiu Wilson.
A saber, essa foi a primeira edição da Copa do Mundo em que mulheres também lideraram a arbitragem de vídeo. Os homens, no mundial, ficaram apenas no VAR.
Edina Alves Batista
Após o confronto recente entre Espanha e Suécia, válido pela semifinal da Copa do Mundo Feminina, a árbitra se tornou a brasileira com mais jogos apitados em Copas. Com oito partidas em dois mundiais de futebol feminino, ela superou Carlos Eugênio, que possui sete.
A saber, a árbitra é natural do Paraná e soma o quadro FIFA desde 2019, ano em que estreou no Brasileirão Série A — ela também rompeu, apitando o Campeonato Brasileiro, os 15 anos sem uma mulher no apito da primeira divisão nacional. Edina fez sua estreia com as donas da casa: Austrália x Irlanda. Além desse jogo, ela também comandou três partidas e contou com as assistentes Neuza Back e Leila Cruz em dois deles.
Nesta terça-feira (15), a conta oficial da FIFA homenageou Edina Alves e contou parte da trajetória dela até aqui.
“Edina Alves Batista trabalhava com terra nas mãos e nos joelhos para pagar um curso de arbitragem. Depois, ela percorreu 550 quilômetros para as aulas de arbitragem. Agora, ela está prestes a arbitrar sua segunda semifinal de Copa do Mundo.”, disse a conta.
Apito goiano! Leila Cruz
Outra integrante do quarteto, natural de Luziânia, Leila integra a arbitragem do Distrito Federal. Em resumo, ela é a primeira mulher do DF a entrar para o quadro de árbitros da FIFA e atuou na Libertadores Feminina, em 2022, e na Libertadores Masculina, em 2023. Além disso, apitou partidas do Brasileirão Feminino, Copa do Brasil e Brasileirão. Agora, a goiana será árbitra assistente no mundial.
Participação de mulheres na arbitragem nacional
Em entrevista à revista O Globo, Edina comentou a inserção de mulheres no meio destacando a dependência de um comando que permitisse as árbitras de atuarem. Além disso, com a trajetória de assistente até a estreia na Série A, a paraense comentou espelho para as próximas gerações:
“Sempre me falaram que era impossível ser árbitra central na Série A. Muitas meninas se espelham em nós e temos uma responsabilidade muito grande. Um erro nosso, todas pagam.”, disse.
A realidade do apito por mulheres
“Atuei como staff nos Jogos Abertos Estudantis, no Festival Paralímpico e nos Jogos Paralímpicos de Goiás auxiliando na organização e arbitragem. Fui árbitra em jogos de um colégio aqui em Goiânia e, realmente, no meio não há tantas mulheres. Em uma vaga, entre homens e mulheres, geralmente o superior prefere a participação masculina por achar que a mulher não compete no mesmo nível.”, disse Sophia Peixoto, estudante de Educação Física.
Ela comentou o crescimento da participação feminina no meio de arbitragem e destacou evolução, ainda que gradual. Segundo a estudante, as Copas do Mundo Feminina de 2019 e, principalmente essa, de 2023, são responsáveis por esse maior número. A saber, pensando na Seleção Brasileira, a atual disputa no mundial quebrou recordes.
A delegação do Brasil contou com a primeira mulher a comandar a Amarelinha em uma Copa do Mundo, a sueca Pia Sundhage, além de número expansivo de mulheres na comissão. Foram 17 mulheres entre o total de 31 profissionais que acompanharam a Seleção.
“Edininha”: o futuro da arbitragem
Nos últimos meses, Ana Marcela Pessoa viralizou na internet por se vestir e comentar como uma árbitra de futebol. Conhecida como “Edininha“, a garota se inspira em Edina Alves e disse, durante uma partida, torcer para a árbitra. Ao Globo Esporte, a mirim destacou: “Eu vou em todos os jogos. Se alguém falar: pode vim de roupinha de árbitra, eu vou. Eu tenho seis roupas.”, garantiu Ana Marcela.
Em abril, as “Edinas” se conheceram e a pequena árbitra acompanhou a equipe de arbitragem na entrada dos gramados.
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