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No Exame Nacional do Ensino Médio, ou ENEM, criado pelo Ministério da Educação, estudantes do terceiro ano e aqueles que já concluíram o ensino médio podem participar para ingressar em instituições de ensino superior. Alunos do primeiro e segundo ano também podem fazer a prova como treineiros, apenas para se familiarizar com o formato.
No entanto, o número de inscritos para o ENEM tem diminuído nos últimos anos, agravado pela pandemia. Entre 2012 e 2016, houve um crescimento constante, atingindo um recorde de 8,7 milhões de inscrições em 2014. Mas, em 2019, o número caiu para cerca de 5 milhões, o menor desde 2010.
Em 2020, apesar da pandemia, houve um aumento nos inscritos em comparação com o ano anterior. No entanto, apenas 48% desses estudantes realizaram a prova devido ao cenário adverso. Desde então, os números continuam a cair.
Em junho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou o desejo de bater o recorde de inscritos no ENEM e se envolveu pessoalmente na campanha, ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva. Apesar do aumento de meio milhão de inscrições, a edição ainda não alcançou os números pré-pandemia.
Para entender melhor a perspectiva dos estudantes em relação ao ENEM, conversamos com uma participante da edição de 2023, a Brenda Lima, estudante do terceiro ano do ensino médio no interior de Minas Gerais.
Lab Notícias: Como você percebe a relevância do ENEM no cenário educacional brasileiro?
Brenda Lima: O ENEM se tornou uma ferramenta fundamental, não apenas como vestibular, mas também como uma forma de avaliar a qualidade do ensino médio no Brasil. Ele proporciona uma visão abrangente das competências dos estudantes e ajuda as instituições de ensino a entenderem melhor o perfil dos ingressantes.
Lab Notícias: Você acredita que o formato atual do ENEM é eficaz para medir a competência dos alunos?
Brenda Lima: Em grande medida, sim. O ENEM adotou uma abordagem interdisciplinar que valoriza a capacidade de interpretação, argumentação e resolução de problemas. Contudo, algumas críticas apontam para a extensão do conteúdo e a necessidade de adaptações para certas áreas do conhecimento.
Lab Notícias: Como você acha que o ENEM poderia ser aprimorado?
Brenda Lima: Uma revisão constante do banco de questões, garantindo que elas estejam alinhadas com as demandas atuais e que reflitam de maneira justa as diferentes realidades educacionais do país. Também seria interessante incluir mais questões que valorizem habilidades socioemocionais, tão essenciais para a formação integral dos estudantes.
Lab Notícias: Em relação às redações do ENEM, qual é a sua opinião sobre os temas propostos?
Brenda Lima: Os temas têm sido muito relevantes, abordando questões sociais, ambientais e culturais. No entanto, acho que poderiam explorar ainda mais temas contemporâneos e globais, incentivando os estudantes a refletir sobre desafios mundiais e suas possíveis soluções.
Lab Notícias: Como você acredita que a preparação para o ENEM influencia na formação cidadã dos jovens?
Brenda Lima: A preparação para o ENEM não é apenas acadêmica; ela também é formativa. Ao estudar para o exame, os jovens são expostos a diferentes perspectivas, aprendem a argumentar, a pensar criticamente e a se posicionar diante de questões complexas, o que, sem dúvida, contribui para uma formação cidadã mais sólida.