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Marcos Aurélio: Quem é Déborah Ribeiro?

Déborah Ribeiro: Débora é uma mulher de 30 anos, casada, mãe de três crianças maravilhosas que me fazem ser cada dia uma pessoa melhor, mulher sonhadora, aventureira, determinada, motorista do transporte coletivo, inspiração.

M.A: Como esse sonho surgiu?

D.R: Desde criança eu tenho vontade de ser motorista, sempre adimirei, ser criada por mãe solo diante da dificuldade que ela tinha pra cuidar de 5 filhos sozinha foi uma das maiores dificuldades, mas tudo começou quando eu estava na segunda gestação, meu primeiro filho tinha um aninho, meu esposo na época adoeceu, ele ficou 7 dias internado e os 7 dias que ele ficou internado, o nosso carro ficou parado na porta do hospital, e eu andava 10 minutos a pé para visitá-lo no hospital, grávida, com criança pequena e o carro lá, parado.

M.A: Como é hoje, ser motorista do transporte coletivo?

D.R: Ser motorista é maravilhoso, principalmente do transporte coletivo, onde a gente carrega vidas, vidas que não têm preço, então tem que fazer com amor, com carinho, tem que ter muito cuidado, acima de tudo, tem que ter amor à profissão, pra ser motorista você tem que amar, por que não é fácil.

M.A: Como é ocupar um lugar onde não se vê mulheres?

D.R: Estar em uma profissão onde não se vê muitas mulheres é levar igualdade, inspiração para outras que tem vontade, graças a Deus, tem surgido muitas oportunidades para nós mulheres, assim estamos conquistando cada dia mais espaço, meu trabalho eu faço igual aos outros colegas, não carrego a indiferença, eu carrego comigo a força de vontade e inspiração pra que outras mulheres façam parte.
Representar a classe feminina, incentivar outras mulheres é de extrema importância pra mim por que eu não vim de uma base onde eu via mulheres fazendo serviços diferentes, hoje eu posso estar num cargo diferente pra sociedade é muito importante por que nós mulheres merecemos respeito e os mesmos direitos e oportunidade que os homens.

M.A: Nesse processo, como é lidar com os preconceitos?:

D.R: O preconceito a gente sofre diariamente, e infelizmente, muitas vezes, eles partem de outras mulheres. Elas sempre falam, “vixe é uma mulher no volante, hoje a viagem não rende”. Você escutar isso de outra mulher te deixa triste e chateada. Já teve situações que falaram pra mim que lugar de mulher é dentro de casa, cuidando do marido e das crianças, lavando roupa, mas essas coisas que não são construtivas a gente não pode carregar com a gente.

M.A: Quais você considera os principais obstáculos?

D.R: Um dos principais obstáculos é a falta de união, de reconhecimento, a conscientização, por que o preconceito qualquer que seja ele não é bem vindo, mas essa mudança cabe a nós, um pouco de cada um mudaria bastante essa situação.

M.A: Você acha que nós já evoluímos? E como podemos evoluir mais?

D.R: Com certeza já teve uma grande evolução, principalmente por parte das empresas, que tem aberto muitas oportunidades para nós mulheres, tem acreditado na gente, mas ainda podemos evoluir com mais união, mais reconhecimento, com mais qualificação, mais incentivo, tudo isso auxilia na evolução da mulher no mercado de trabalho, seja ele em qualquer área.

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