Clínicas-escola contribuem para tornar o Brasil um dos melhores formadores de cirurgiões-dentistas do mundo”

Segundo dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), em 2010 19% dos dentistas do mundo eram brasileiros, o que representa cerca 220 mil profissionais, em relação a 2024, o número apresenta crescimento de 88.31% , contabilizando mais de 400 mil profissionais ativos no país, Goiás é responsável por 3.78% deles.
abr 29, 2024
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O reconhecimento dado pela Organização das Nações Unidas ao Brasil está diretamente ligado à qualidade do ensino ofertado por universidades de todo o país, fato que se repete quando olhamos para Goiás, onde grande parte das instituições de ensino que ofertam curso de odontologia no Estado, possuem nota máxima no Ministério da Educação (MEC).

As clínicas-escola possuem papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem dos discentes, afinal são através delas que acontecem os primeiros contatos com pacientes reais, expondo-os a uma variedade de casos e situações clínicas, contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades e integrando os conceitos teóricos aprendidos em sala de aula com as demandas e desafios da prática odontológica. São nelas que os estudantes, com supervisão de professores e profissionais experientes, podem desenvolver habilidades profissionais essenciais, como trabalho em equipe, ética profissional, empatia com o paciente, tomada de decisões clínicas e gerenciamento de casos.

A estudante Ana Júlia Emos, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC – GO), destaca a importância da clínica em sua formação:

“Como o nome já diz, a clínica é uma escola! É lá que aprendemos, planejamos e nos aperfeiçoamos cada dia mais para uma boa formação. Sem a clínica não teríamos experiências práticas reais, nem pacientes durante a vida acadêmica e seríamos profissionais menos maduros”, disse. Ainda segundo a estudante, na clínica é possível aprender não só a tratar a doença ou o problema de saúde bucal, mas mas tratar a pessos por trás disso. ” La é a parte da vida do estudante de Odontologia mais almejada, entretanto, a mais desafiadora.”, afirmou

Apesar de ter excelentes indicadores na formação de profissionais de saúde bucal, o Brasil ainda possui um grande déficit no atendimento à população. Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em setembro de 2020 aponta que dos 162 milhões de brasileiros acima de 18 anos, 34 milhões perderam 13 dentes ou mais e 14 milhões perderam todos os dentes, o que reafirma a necessidade das clínicas-escola, que contribuem para a prestação de serviço à comunidades que não teriam acesso a essas oportunidades sem elas.

Ana Júlia Emos diz que as clínicas são uma oportunidade a mais para a população receber o tratamento odontológico. “Infelizmente, muitas das vezes a rede de saúde pública está sobrecarregada e a fila de espera é muito longa, fazendo com que o paciente demore a receber o tratamento e sofra em consequência disso. O atendimento na faculdade é uma alternativa a pessoa que deseja resolver seu problema de outra maneira (as vezes de forma mais rápida) e que dá uma chance a um acadêmico de tratá-lo e aprender ainda mais.”, destacou.

Ainda segundo a discente, as clínicas são de extrema importância, tanto para a comunidade, quanto para os estudantes. “Ela fornece serviços principalmente às pessoas que lutam com dificuldades socioeconômicas e de acesso a cuidados médicos, os estudantes aprendem a ser atenciosos e cada paciente aprimora nossas habilidades técnicas, além de nos fazer ter um olhar mais sensível aos desafios enfrentados pela população atendida”, disse. ” Somos todos extremamente gratos pela oportunidade de atender a população durante a nossa graduação. Prestar esse serviço a sociedade é muito gratificante e é mais ainda quando paro pra pensar que as pessoas confiam em nossa capacidade, esforço e dedicação para tratar de um bem tão precioso que é a saúde, mesmo que sejamos cirurgiões-dentistas em formação”, completou.

A cuidadora, Aurelina Gonçalves, afirma que as clínicas escola são fundamentais para garantir o acesso à programas de saúde bucal para pessoas de baixa renda. “Eu não teria condição de pagar por esses atendimentos que a gente recebe aqui de graça, isso é muito importante”, disse. Ainda segundo Aurelina, é preciso ter mais políticas públicas que incentivem as universidades em ações como essa. “Tem tanto dinheiro público, dinheiro nosso, sendo desperdiçado por aí com besteira, por que não investir em ações como essa”, completou.

A cirurgiã dentista  Jacquelyne Fernandes, formada há cerca de 2 anos, diz que a formação da clínica escola foi fundamental para que ela chegasse ao mercado de trabalho com experiência, cuidado e zelo com os pacientes. “Isso é imprescindível, para a atuação do cirurgião dentista na clínica particular, uma vez que teve grande valia pra mim para saber conduzir e tratar o paciente de forma individualizada, pois cada paciente apresenta uma queixa , na qual saberei diagnosticar e dar um prognóstico para o paciente”, afirmou.

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