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Um filme inspirado nas novelas de Paul Gallico, 1958, Mrs. Harris Goes To Paris conta a história de uma empregada doméstica inglesa que se apaixona pelo vestido da Dior que viu de uma de suas clientes. Um roteiro que, de cara, não se espera muita coisa quando se lê a sinopse, mas o que não dá pra imaginar é o que está por vir: um conto de fadas cheio de ensinamentos e reviravoltas.

Com data de estreia para Outubro de 2022 no Brasil, o longa é um chá de camomila em meio a tantas turbulências do mundo atual, um ‘just sit and chill’. O diretor, Anthony Fabian, é o mesmo de ‘Skin’, filme de 2008, e traz uma proposta totalmente inovadora de seus roteiros recorrentes – dessa vez, quem sabe, ele possa ganhar os holofotes das premiações globais.

Por mais que Mrs. Harris seja comédia e drama leve, não deixa de surpreender. Reviravoltas, essa sim é a palavra que embasa todos os 93 minutos da trama, onde a doce e simpática personagem demonstra com determinação que os pessimistas precisam suspender a crença. O desejo supérfluo da personagem se torna um sonho de todos que a acompanham dentro e fora da tela. A história é recheada de plot-twists e não tem roteiro previsível como a maioria das novelas do gênero.

A representação da mulher da terceira idade na década de 1950 é bem trabalhada e criativa. Pelo fato de Mrs. Harris ser tão bondosa e honesta, o que ninguém imagina é que ela é desenrolada e inteligente de tal forma que compadece até o próprio Christian Dior com a sua personalidade. Sozinha, ela se mostra única e independente, mesmo que mulher e mais velha. Em Paris, longe de casa, novos amigos e situações a doméstica cria num piscar de olhos.

O vestido, no final das contas, é para Mrs. Harris usar em um baile da terceira idade, onde meia dúzia de pessoas, incluindo sua melhor amiga, vão. A cena contrasta com tantos outros finais de filme, onde se cria um cenário galanteador para o propósito do personagem. A simplicidade em apenas ser para si mesmo é a característica que faz o filme te emocionar.

Convergente com a realidade, não é. Um típico filme ‘Cinderela’, onde no final todos recebem um ensinamento sobre bondade e coragem. Mas, não se engane, a humildade descrita nas entrelinhas do roteiro faz os olhos brilharem. No final, o sentimento que fica é que Mrs. Harris é sobre acreditar em um pouco de mágica – não importa o quão improvável pareça.

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