Tempo de leitura: 3 min

O processo eleitoral contou com acontecimentos e quebra de recordes que o marcaram como um dos mais importantes desde o fim da Ditadura Militar, fortalecendo o impacto do voto

No último domingo (30), as eleições 2022 foram encerradas, definindo Luís Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República. Na disputa mais acirrada dos últimos anos, Bolsonaro (PL) torna-se o primeiro presidente a não ser reeleito desde a implementação da lei de reeleição, em 1997.

Em sua fala, Lula agradece a Deus e apoiadores, relembrando sua trajetória até o poder,

“Sempre achei que Deus foi muito generoso comigo, para sair de onde eu sai e chegar onde eu cheguei. […] Considero que tive um processo de ressureição na política brasileira. Tentaram me enterrar vivo, e agora estou aqui, para governar o país. Em uma situação muito difícil, mas tenho certeza que com a ajuda do povo vamos encontrar uma saída e restabelecer a paz. […] Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.”, disse o petista.

O presidente eleito conquistou duas vezes a marca de candidato mais votado da história brasileira desde a redemocratização. No primeiro turno, contou com mais de 57 milhões de votos. No segundo turno, batendo seu próprio recorde, ultrapassou os 60 milhões.

Sobre a vitória, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) comemorou em seu Twitter oficial,

Jair Bolsonaro (PL), ao ser derrotado, isolou-se no Palácio da Alvorada e negou visitas e telefonemas. Até a data de publicação dessa matéria, o atual presidente não havia se pronunciado sobre o assunto.

A respeito do momento vivido, Haleária Alencar, formada em história, que participa de sua 12º eleição, diz

“Votar é um dever civil, é maior ferramenta de participação cidadã. O que mais me motivou [a votar] foi os rumos que a política brasileira tomou nos últimos anos, destoando do que acredito ser a melhor forma de gestão e organização social. Elas [eleições de 2022] representam um momento histórico de afirmação dos princípios democráticos e o reestabelecimento dos laços de fraternidade e humanidade que, acredito eu, estão sendo enfraquecidos.”, cita a historiadora.

Para a servidora pública, a atual eleição é a mais importante desde a redemocratização do país, na década de 80,

“[…] A redemocratização foi o momento em que a sociedade brasileira e os agentes políticos abraçaram o projeto democrático. Nos dias atuais, há um retrocesso desse projeto e o desejo de determinados grupos em retrocedermos para uma forma de pensamento e de ação típicas do regime ditatorial.”, defende Haleária.

Assim como eleitores experientes, o atual processo eleitoral contou com numero recorde de novos eleitores, principalmente jovens. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram emitidos mais de 445 mil títulos eleitorais para jovens entre 15 e 18 anos.

Vittoria Granato, de 18 anos, discorre sobre o porquê de tirar seu título,

O que me motivou a votar nessas eleições foi que desde pequena morei numa casa que falava muito de política, principalmente por causa da minha mãe, e sempre a via indo votar e queria ir votar também. […] Então, desde pequena eu sempre quis exercer meu direito de ir votar […] e eu acho que é muito importante, desde que você pode, você exercer seu poder na cidadania, na sociedade.”, disse a estudante.

Outro recorde batido em 2022 foi o de mesários voluntários. O TSE divulgou que o número ultrapassou os 810 mil, representando 48% do total de mesários convocados.

Foto em destaque: PT Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *