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O que você compreende como moda?
Na verdade, essa é uma pergunta bem complexa e eu não sei se vamos achar uma resposta correta para ela. Eu acho que não existe uma resposta correta. Inclusive, em todos os livros de moda existe um capítulo inteiro muito mais sobre um debate do que uma resposta sobre o que é moda, por exemplo. Para mim, a moda é comportamento. Ela envolve roupa, ela envolve acessórios, ela envolve produções, mas tudo isso está relacionado ao seu comportamento e a como você se relaciona com o seu corpo e com o mundo à sua volta. Então, da mesma forma como a gente fala, como a gente conversa, todas as nossas ações mostram quem nós somos, o que nós gostamos, o que acreditamos. A roupa não vai ser diferente, ela também vai transmitir isso. Então, a partir da forma como eu me visto, eu estou comunicando como está o meu humor naquele momento, o que eu acredito e assim por diante. Se eu uso uma camiseta com um símbolo de alguma banda, de algum partido político ou de algum movimento, por exemplo, eu estou usando da moda para me expressar. Então, a moda é expressão, é comportamento.
Existe um lado fútil, lógico. A moda é supérflua, ela também tem esse lado mais voltado apenas para o estético, mas ela não é só isso. Ela é além disso. Tem quem entende a moda só até ali, que fica muito restrito no significado da moda. Então essas pessoas praticam todas as ações e atitudes relacionadas à moda de uma forma muito superficial, mas a moda é um estudo da sociedade. Ela define uma época, um período e comportamentos. É um material de estudo, sai dessa parte lúdica. Não é que ela não é isso [supérflua, voltada para o estético], ela também é isso, mas eu relaciono a moda muito com comportamento e expressão. Acho que é a nossa forma de expressar quem somos através de como a gente se veste, porque o ser humano é muito visual, então a gente sempre causa uma impressão.
Você acredita que a moda é mal compreendida, ou seja, ainda é enquadrada no senso comum e não é valorizada pela sociedade em geral?
Eu acho. Eu acho que as pessoas têm uma versão muito limitada do que é a moda e usufruem dessa de uma forma limitada também. Quando você enxerga a roupa só como uma roupa/objeto, você não enxerga todas as questões de expressão; que existe um processo para ser feita; o porquê essa foi criada ou o porquê a roupa é daquela cor, por exemplo. As cores interferem no nosso comportamento, no nosso psicológico. Então, só de uma roupa ter uma cor, ela já tem um significado. A pessoa que acha que é só uma roupa vai perder essa leitura.
Então, eu acho que se todo mundo tivesse uma mente mais aberta em relação ao o que é a moda e que a moda pode ser uma ferramenta de transformação, nós conseguiríamos ter vários tipos de expressões artísticas, debates, muitas coisas construtivas que não acontecem justamente por achar que a moda é apenas essa definição supérflua. Se a moda fosse só uma “coisa” supérflua, então os punks, por exemplo, não precisariam ter trabalhado toda a estética deles. A moda ali teve um papel de comunicação, rebeldia, de quebra de paradigmas.
Desse modo, se você parar para pensar um pouquinho só, você já vai ver que nós não podemos reduzir a moda apenas ao supérfluo. As pessoas, que pensam assim, estão perdendo muitas oportunidades de se conectar e conhecer novas coisas, novas formas no mundo de se expressar, de criar novas ideais, novos pensamentos, porque a moda é esse vetor para tudo isso.
Como a moda se relaciona com as diferentes linguagens artísticas e é utilizada como uma forma de comunicação e expressão na sociedade atual, em sua opinião?
A moda sempre conversou muito com a arte. A Elsa Schiaparelli, uma estilista e criadora de moda, foi uma das primeiras que começou a relacionar a moda e arte. Ela trabalhou com artistas surrealistas, dentre eles Salvador Dali, e se dizia uma criadora surrealista, então, ela enxergava a roupa como um grande figurino para você usar constantemente para transmitir mensagens. Ela foi a primeira que colocou o zíper de uma forma aparente, tendo em vista que antes esse era bem escondido na roupa. Ela trouxe o zíper para frente de uma forma aparente, quebrando esse conceito dos botões, que passaram a ser botões com desenhos, borboletas, animais.
Outros movimentos artísticos hoje em dia refletem a proximidade entre moda e arte. Nós vemos e temos muito mais acesso às Drag Queens, por exemplo. RuPaul’s Drag Race é um reality show que mostra uma competição de Drag Queens. A moda está muito presente e a série aborda muito sobre se expressar e as pessoas lá, as Drags, elas se expressam através das performances, do ser drag e da forma como elas se vestem. Performar como uma Drag Queen é um movimento artístico e você faz usa da vestimenta e da roupa para isso.
Nós podemos citar o Punk, também. Hoje em dia as gerações mais jovens estão resgatando estéticas de filmes dos anos 2000 e final dos anos 1990. As roupas são muito marcantes dessa época, então, nós vemos um estilo sendo resgatado a partir de filmes que voltaram a ser populares, por exemplo, e mostrando que o que marca muito a época de um filme é a roupa.
O desfile da Maison Martin Margiela, cujo diretor criativo é o John Galliano, teve um fashion filme, é a forma como ele mostrou a coleção, caracterizado mais como um filme do que um fashion filme. A primeira parte é ele contando sobre toda a coleção e você consegue ver a quantidade de arte, de pensamentos críticos que tem ali por trás. Depois vem o filme, que é maluco, é bem maluco e sombrio, mas mostra esse lado de manifestação de arte que vai muito além de roupa.
Como você utiliza a moda para se expressar e comunicar com o mundo ao nosso redor? Você poderia citar momentos em sua carreira que você vivenciou exemplos de comunicação por meio da moda?
Meu estilo sempre se modificava. No fundo sempre fui um pouco rebelde, mas acredito que foi [o estilo] se “rebelando” com o tempo. Mesmo que eu me vista de uma forma mais clássica ou mais rebelde sempre tem uma mesma essência ali no meio.
Um momento que eu senti que me descobri muito e que comecei a me expressar muito mais foi quando estudei em Londres na Central Saint Martins (UAL). Lá é um laboratório maluco de criatividade. É até engraçado, se você ficar na porta da Central Saint Martins esperando os alunos entrarem, você vai achar que tá em uma casa de gente louca, mas o legal disso é que você tem a liberdade para se expressar da forma como você quiser e se descobrir.
Então, enquanto estudava em Londres, eu comecei a misturar roupas e acessórios. Eu pegava um cinto e procurava desconstruir tudo. Tentava na minha cabeça não enxergar aquilo como um cinto, por exemplo, eu colocava ele no meu pescoço. Foi quando eu comecei a me expressar mais com maquiagem, também. Foi quando eu pintei o cabelo, porque moda também não é só roupa, é acessório, é cabelo, é maquiagem.
Eu acho que estar mudando, transformando e crescendo é sempre bom. Então esse foi um momento que eu reconheci mais quem eu era, eu evoluí e trouxe mais identidade para as minhas peças e para minha marca… começou a ficar bem nítido quem eu era. Por mais que às vezes eu falava “nossa, eu não sei se eu tenho um estilo definido”, quando eu vou olhar as minhas fotos ou me olhar, eu vejo que tem uma essência ali. Então, eu encontrando essa minha essência e me mantendo fiel a ela, eu estou mantendo minha identidade e estou trazendo isso para todas as áreas da minha vida, incluindo o meu ateliê de joias. Uma coisa forte dele é isso da identidade e do estilo. Não é algo que fica flutuando no que vai estar na moda, está ali definido o estilo dele [ateliê liza tuli] e é isso que traz toda essa diferenciação, que as vezes é o que falta muito nas pessoas.
As pessoas tem uma necessidade tão grande de estar na trend ou no que elas acham que vai tá na moda, no que o outro vai achar interessante, que elas esquecem de olhar para elas mesmas, do que elas gostam, como elas querem se expressar e elas perdem toda essa autenticidade, toda essa beleza (beleza no sentido de ser fiel quem você é por não tentar seguir um padrão). E, assim, hoje em dia apesar de muita gente ainda tentar seguir padrões, a ideia de quebrar padrões que está sendo a nova tendência.
Nós estamos começando a ter muito mais liberdade para ser quem nos somos, para se vestir da forma como nós somos, para se expressar da forma como nós somos. Antes, sei lá, nos anos 1990 era inadmissível uma modelo pluss size ou uma trans desfilando em passarela. Agora a Versace, por exemplo, que é uma marca caracterizada por modelos esqueléticas e extremamente padrão, começou com modelos pluss size na passarela. Até uma marca que foi sempre muito rígida em padrão, está se transformando. É só um exemplo. Nós todos temos que parar de ficar nesse padrão e nos transformar também, nos aceitar, nos expressar e usar da moda para isso, que é uma ferramenta fantástica.
Você acredita que o julgamento ainda impede que as pessoas tragam o seu estilo e sua identidade por meio da moda? Juliana Santos, uma estilista de Goiânia, usou um vestido de noiva para ir ao supermercado e isso causou um estranhamento muito grande (vídeo postado no TikTok), nesse contexto, como você enxerga aceitação dos estilos por parte da sociedade, por exemplo.
O julgamento existe, ele é ainda é muito forte. Eu estou falando que existe essa tendência de não ter julgamentos e de todo mundo se transformar, mas o julgamento é muito forte. Eu não sou 100% livre desse sentimento de medo de estar sendo julgada, só que eu vou me libertando com o tempo. Eu também estou ciente de olhares estranhos que aparecerão, mas se nós queremos nos expressar, a gente precisa entender que os julgamentos vão existir, principalmente em Goiânia, que é uma cidade muito pequena, muito “padrão”. Porém se a pessoa não mudar, ninguém muda. Se nós sempre ficarmos com medo do julgamento, então, o julgamento vai existir para sempre.
Então, o nosso papel é trabalhar para esse julgamento não nos afete. Quanto mais verdadeiro você é com você mesmo, menos esses julgamentos vão te afetar, porque você sabe quem você é. Mas ninguém é 100% isento ao que os outros pensam. Nós vivemos em uma comunidade, então, sim, esses julgamentos eles são presentes, mas o que tem que ser importante é saber lidar com eles e entender quem nós somos para ignorar esses julgamentos. Quem está te julgando, antes se julgou, porque não conseguiu se entender e se aceitar e está fazendo com você a mesma coisa que fez consigo mesma, mesmo que de forma inconsciente.
Isso do vestido de noiva, eu lembrei da Britney Spears, quando ela usou o vestido de noiva dela em uma outra saída com as amigas… com chinelo. É o mesmo vestido de noiva, como se não fosse um vestido de noiva. Então, em relação ao vestido de noiva, são coisas que saem do cotidiano. O vestido de noiva realmente, em teoria, foi feito para estar no casamento e não em um supermercado, mas a pessoa que está usando o vestido de noiva pode estar onde ela quiser.
Às vezes, nós sentirmos estranhamento não é errado, o errado é julgar. O estranhamento serve para sair da zona de conforto, não para gerar um julgamento. Se você achou estranho, isso causou uma sensação em você, isso te faz pensar, isso te movimenta e te faz crescer. Logo, o estranhamento é bom nesse sentido e, não no sentido de você sentiu esse estranhamento, não concordou e acha que aquilo não deve ser feito só porque não está na sua zona de conforto. Então, os julgamentos estão aí, mas precisamos ser verdadeiros com a gente para saber como lidar com esses julgamentos e parar de “cagar regra”. Todo mundo está botando muita regra. Esquece as regras, seja você mesmo, vista como você quiser, vai aonde você quiser.
Qual o papel do estilista e da moda em si na sociedade atual? Como você enxerga a possibilidade de criação de uma identidade visual (uma marca) no mundo em que vivemos?
O papel do estilista está diretamente relacionado a criação e para criar, você tem que estar atento e conectado com tudo que está acontecendo, com a sociedade que você vive, com os problemas que estão acontecendo, com os movimentos culturais, com os desafios que a sociedade está passando, com tudo. Você tem que estar relacionado com o mundo em que você vive, porque a criação conversa com as pessoas. Então, o estilista não só desenha, ele precisa entender com quem ele está falando, para quem ele está criando e o que está acontecendo para poder transformar tudo isso em um material que faça sentido.
Falando nisso de fazer sentido, hoje em dia as pessoas estão buscando marcas que tenham um propósito. A cada dia que passa vem morrendo a ideia de uma marca que só replica, sem um propósito. Contudo, isso não acabou, ainda é forte. Por exemplo, a tendência do fast fashion acabar é muito grande, mas ele ainda existe. Não é que não existe, mas a cada dia que passa se sua marca não tem algo a transmitir, não tem um propósito, não tem uma ideia, um sentimento a passar, as pessoas vão perdendo o interesse. Hoje em dia as pessoas querem ver um sentido em tudo, um significado, enxergar o ser humano por trás daquilo que está sendo feito, seja em todos os âmbitos, incluindo a moda. Nós queremos ver. As pessoas querem cada vez mais ver o backstage do processo de criação de uma coleção, entender o porquê aquilo está sendo feito, o material etc.
Então, hoje em dia o papel da marca, o papel do estilista é trazer esse propósito, você tem que acreditar em algo a trabalhar coerentemente com isso.
Você acredita que a moda pode ser utilizada como ferramenta na luta de causas sociais? Lewis Hamilton, piloto de Fórmula 1, utiliza-se da moda para expressar sua luta pelo movimento Black Lives Matter e pelos diretos de pessoas da comunidade LGBTQUIA+, por exemplo, assim como Sebastian Vettel, também piloto de Fórmula 1, que usou um tênis arco-íris no Grande Prêmio da Arábia Saudita de 2021, um local conhecido pela supressão de direitos de pessoas dessa comunidade. Como você enxerga essa questão?
Eu acho que a moda tem tudo a ver. Eu acho que o papel da moda inclusive é trabalhar para fazer essas mudanças na sociedade. Porém, infelizmente acredito que existem marcas que percebem uma tendência nessa luta e acabam utilizando isso de uma forma muito vaga, só para atrair pessoas. Colocam frases feministas na roupa sem ter uma prática efetiva disso ali, por exemplo. O mesmo acontece com artistas como o Pink Money, que falam sobre a luta LGBTQIA+, mas sem agir de uma forma coerente com isso.
Infelizmente, existem muitas marcas que fazem isso, mas por outro lado, existem marcas fantásticas que usam realmente da sua forma de criar, da sua comunicação, da sua influência para fazer essa luta. Por exemplo, o Pyer Moss foi uma marca que participou da semana de alta costura. A semana de alta costura são marcas apenas de Paris, são marcas já muito consagradas, que são aprovadas para estarem na semana de alta costura e sempre tem as marcas convidadas de fora. Teve essa marca que o diretor dela é negro e o desfile foi aberto para qualquer pessoa, então ele começou quebrando esse fechamento elitista que a moda tem. Era só você ir no site que você conseguia um ingresso para ir no desfile. Além de só ter modelos negros, foram representações de invenções de negros que mudaram o mundo, como, por exemplo, o abajur, a geladeira, absorvente, o esfregão. Então, ele usou de uma forma fantástica a moda como veículo de fazer esse protesto, foi ao mesmo tempo um protesto, uma manifestação e uma homenagem aos pretos. No caso do tênis do arco-íris, é super uma ferramenta. É um exemplo bem clássico para mostrar a moda sendo usada como ferramenta de luta.
Já ouviu falar da banda Pussy Riot? Na última copa do mundo em 2018, elas invadiram o estádio na final. Elas invadiram o estádio para manifestar contra a polícia agressiva da Rússia e uma vez foram presas por manifestar contra o machismo, o patriarcado e todo o sistema opressivo contra as mulheres na Rússia. Quando isso aconteceu foi um choque e uma marca em específico, o desfile dela já era uma marca toda punk, em meio ao desfile as modelos desfilam com placas escrito FREE PUSSY RIOT, pedindo para dar liberdade para as artistas do grupo que tinham sido presas, então, de novo a moda teve essa visibilidade como a ferramenta de luta.
Então, sim. A moda precisa fazer isso, ela precisa comunicar isso e, igual eu falei, não se posicionar é se posicionar. Se posicionando para conseguir essas lutas, a moda está fazendo o papel dela. A moda precisa ser o veículo de transformação, mas ela tem que acompanhar e ser diferente, ela tem que conversar e ser verdadeira com o que ela está fazendo.
Na sua visão, como seria possível promover uma ressignificação da moda, ou seja, como seria possível promover uma nova visão da moda por parte da sociedade para que a moda não seja vista apenas como uma mera utilização de roupas?
Eu acho que isso vem sendo feito. Assim como todas as transformações quem vem acontecendo, está acontecendo de forma online. A internet é uma ferramenta maravilhosa de troca de conhecimento, mas também pode promover de emburrecimento e cegar as pessoas. Nós precisamos usar ela de uma forma que não nos aliene e sim que expanda os nossos conhecimentos. Então, usar as redes sociais e a internet como forma de propagação de novas ideias, é o lugar para fazer isso e a forma mais rápida de se comunicar.
Nós já vemos várias pessoas debatendo sobre o assunto online e no Instagram. Pessoas trocando totalmente a forma de se comunicar, falando mais sobre moda e usando coisas [roupas, acessórios, etc] de formas mais diferentes, mais inesperadas. Então, já existe esse movimento que tira um pouco o supérfluo da moda, mas muito ainda tem que ser feito e acho que quanto mais as pessoas tiverem abertas para trocas de conversas, abertas para entrarem em um debate e sair de lá com uma opinião diferente da que entrou, ou seja, está aberto a receber coisas novas, mais as pessoas vão conseguir ter essa mudança de olhar sobre o que é a moda para quem está tentando comunicar isso. Eu comunico isso, eu sei de marcas que comunicam isso, cada um pode comunicar isso de uma forma até que isso se torne algo maior.
Eu acho que organicamente isso está acontecendo. Então, é devagar, mas está acontecendo e está acontecendo de forma online. Os criadores estão querendo trazer uma história e não apenas estética. Quando você vê esse lado da moda, se você coloca em prática, compartilha e conversa com outra pessoa, você vai espalhando isso e isso acontece em rede.
Por fim, como fazer a diferença no mundo por meio da moda?
Eu acho que tem a ver com abrir a mente para fugir de rótulos, que resume um pouco tudo que eu estou falando. Assim, primeiramente, temos que entender que a moda tem um lado supérfluo. Nós falamos de não enxergar só o supérfluo e enxergar tudo que ela pode transmitir, mas o supérfluo existe. Não podemos negar e falar que não existe, porque existe. O que eu tento falar é que existe além dele, então, uma forma de colocarmos em prática e mudar essa visão é usufruir. Igual o tênis de arco-íris, igual o cabelo colorido, uma blusa com uma mensagem, uma maquiagem, um acessório. É usar de forma que comunique algo, é estar sempre comunicando o que a acreditamos, o que pensamos, o que sentimos. No meu caso, eu acho que eu comunico muito o que eu estou sentindo.
Portanto, se usamos no nosso dia a dia a moda, a roupa, a vestimenta dessa forma, já estamos colocando em prática e fugindo do supérfluo. Com isso nós conseguimos manifestar as nossas ideias, seja através de estampas que vão para uma determinada luta ou o fato de eu reutilizar uma roupa e transformar ela totalmente para um outro tipo de luta, da sustentabilidade, por exemplo.
São nessas pequenas coisinhas, esquecendo qualquer tipo de julgamento… lembrando, na verdade, que ele não pode te definir, que você tem que fazer o que acredita, usar o que você acredita e ser fiel a sua essência. Quanto mais vulnerável, quanto mais medo de você tem de ser julgado, mais as pessoas te julgam. Quanto mais você é mesmo quem você é, mais admiração você vai tendo, mais julgamento você vai ter, mas você também vai ter admiração e se sentir bem com você mesmo. Então, você consegue colocar tudo isso em prática dessa forma.