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Atuando no ramo da moda e beleza, Nicole conta com mais de 500 mil seguidores no TikTok e 100k no Instagram onde compartilha dicas de skincare, ideias de pose, assim como momentos do seu dia a dia.
Filha de pais divorciados, Nicóle Caroline é irmã do meio, tendo 2 irmãos mais velhos por parte do pai e uma caçula por parte de mãe. Aos seis anos começou a ter aulas de piano e aos 13 ingressou em um projeto social como membro de uma orquestra até os 18 anos, quando prestou vestibular na UFRGS para o curso de Música.
Antes de se dedicar à carreira de influencer, passou pelos cursos de Marketing EAD e Moda, largando o primeiro “por ser muito business” e trancando o segundo durante a pandemia do COVID-19 para se dedicar ao trabalho de influencer
Visão sobre o nicho da moda
Qual sua opinião sobre o cenário da moda nacional? É algo competitivo?
Sim! Demais. Além da competitividade tem a constante desvalorização das marcas nacionais que lutam muito para ter voz no cenário comercial. Se tratando do universo de influência (nicho moda), a competitividade existe só na hora de torcer para que uma marca te queira para uma campanha, para fechar job!! Mas isso vem através de construção de perfil e direcionamento de conteúdo. Eu tenho uma assessora maravilhosa que me ajuda nisso tbm, então por mais que eu sinta o impacto da competitividade para trabalhar com as marcas de moda, ainda não sinto tanto quanto eu poderia sentir.
Sustentabilidade e gênero dentro da moda são assuntos que estão sendo muito discutidos ultimamente. Tendo em vista seu papel de influencer, como você acha que seus conteúdos contribuem para essa discussão?
Minha luta não é voltada para a sustentabilidade. Assisti o podcast “I hate fashion People”, com as meninas da marca Anacê, e elas falaram uma coisa muito interessante que é: uma marca que tenta vestir todas as bandeiras em prol do engajamento, não consegue vestir bandeira nenhuma de fato. A minha luta em conteúdo é em prol do autoconhecimento de cada um! Se você, mulher (meu público é majoritariamente feminino), se conhece bem, busca estudar o que comunica, a imagem que você quer passar, a sustentabilidade é uma consequência óbvia, já que você não vai sair gastando dinheiro com qualquer coisa ou comprando coisas que te façam se arrepender depois.
Em seus vídeos você sempre enfatiza a importância dos acessórios na composição dos looks. Qual outro item você considera que seja uma “peça-chave”?
Não existe um item “peça-chave”. Se eu falar aqui que é regata preta ou branca vai ter gente dizendo que detesta porque mostra os ombros. Hoje eu posso gostar de rosa e amanhã odiar, ou hoje eu posso querer comunicar que sou uma mulher extremamente sexy e amanhã quero comunicar que sou elegante e clássica, super recatada. Pessoas são relativas, são diferentes umas das outras, personalidades MUTÁVEIS, não fixas. Peça-chave é algo variável para cada um, peça básica é variável para cada um. Mas os acessórios realmente se destacam nesse assunto porque todo mundo pode vestir uma camiseta branca e uma calça jeans. Se mudar o estilo de acessório, mudou o look inteiro. A comunicação vem no que você coloca em cima da base do seu look e não necessariamente na peça de roupa.
O crescimento dentro da internet
No último ano, seus seguidores puderam testemunhar seu crescimento dentro da internet e as novas oportunidades de trabalho que você teve, como comparecer a São Paulo Fashion Week. Como foi essa experiência e quais os impactos que ela teve pra sua vida profissional?
Foi uma experiência ótima! Mas São Paulo é uma cidade que suga a gente. Fiquei três dias lá para o desfile da Misci e já estava pirando [risos]. Acredito que o impacto na vida profissional foi mais a questão de fortalecer networking. Encontrei muita gente que eu já conversava pela internet e conheci essas pessoas pessoalmente. Estar lá foi ótimo para fazer amizades.
Quais os desafios de ser reconhecida profissionalmente?
Privacidade eu não acho que é um problema! Meu perfil querendo ou não é profissional, eu escolho o que eu posto e por mais que eu ame ter proximidade com meu público, eu nunca vou postar algo que me deixe desconfortável. É uma liberdade que eu tenho, afinal é meu perfil. Para ter reconhecimento, a única pressão é criar muito conteúdo, estar sempre buscando o “viral” e, principalmente, conseguir jobs – que é algo que vem muito mais no quesito negociação do que no quesito “preciso ser famosa para conseguir”. Se o influencer/assessoria sabe negociar bem e tem bons contatos, isso ajuda muito, e quanto mais jobs você fizer, mais outras marcas vão querer trabalhar com você.
Qual conselho você dá pra quem está começando ou quer começar uma carreira como influencer de moda?
Não trabalhe com a SHEIN! [risos]. Eu entendo que várias blogueiras (inclusive eu e amigas minhas), só conseguimos começar a postar looks na internet graças à “gigante chinesa”. Eu parei de trabalhar com eles justamente pelas polêmicas que não quero atrelar ao meu nome, e também por várias marcas brasileiras que pagam muito bem te ignorarem no mercado justamente por trabalhar com a SHEIN, que é uma empresa de moral duvidosa.
Em segundo lugar: seja criador de conteúdo e não meramente “influencer de lifestyle”. Ninguém quer saber da sua vida se você não agrega nada para a vida de alguém. Ninguém quer ver você biscoitando na internet com dancinha, viralizar assim é exceção da exceção, você dificilmente vai crescer assim. Criar conteúdo que entregue valor para alguém, posiciona seu perfil, te dá autoridade (consequentemente influência), e fideliza seu público. Ninguém aguenta mais seguir pessoas vazias. Seja relevante. Seja estratégico! Para viralizar não adianta ficar repetindo o mesmo tema do vídeo flopado anterior, tem que melhorar qualidade, melhorar roteiro, melhorar cenário, melhorar áudios utilizados. Viralizar é importante para conquistar audiência e atrair marcas! Mas em paralelo a isso você precisa entregar conteúdo de valor, que inspire/ensine alguém a ser ou fazer alguma coisa.
Redes da entrevistada