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A tocofobia atinge diversas pessoas com a capacidade de gestar e é caracterizada pelo medo excessivo de engravidar ou realizar um parto, podendo resultar na combinação de mais de três métodos contraceptivos ao mesmo tempo, não exercício da atividade sexual ou então episódios de crise de pânico.
Os fatores que desencadeiam a tocofobia são diversos: pode tanto ser relacionado a uma experiência própria, como um parto muito difícil, quanto ser desencadeado em relação a outras pessoas, como, por exemplo, ter visto um parto que deu muito errado, ou uma gestação complicada de um familiar. Há também casos onde a pessoa desenvolveu tocofobia por conta de uma cena de um filme, ou então uma história que escutou.
A psicóloga comportamental, Laura Freitas, informa que os sintomas do transtorno são diversos e que variam dependendo do grau da fobia.
Tem níveis mais brandos, como qualquer outra fobia, e sintomas mais intensos, vai variar muito de pessoa para pessoa. Em níveis mais brandos, pode ser só uma ansiedade, e a níveis mais intensos a pessoa pode sentir agonia apenas em ver pessoas grávidas ou conversar sobre o assunto gravidez“, comenta a psicóloga.
Iasmim Freitas (nome fictício), 24 anos e estudante de psicologia, conversou com a reportagem e contou sobre como o transtorno afeta sua vida. Ela revela que sente muito medo em engravidar e também se incomoda ao ouvir falar sobre maternidade.
“Fico em pânico, com medo de estar grávida enquanto a menstruação não desce após ter relações, mesmo com o uso de preservativos”, revela Iasmin.
Em alguns outros casos, como o de Daniela Mendes, universitária, o transtorno se manifesta de forma que ela não consegue realizar atividades sexuais, além de se sentir incomodada ao ouvir falar sobre maternidade.
Também sinto ansiedade de me imaginar como mãe ou gestante, além de sentir agonia interna quando vejo uma grávida”, compartilha.
Assim como Daniela, Fernanda Pires (nome fictício), não só não consegue realizar atividades sexuais, como também tem episódios de crise de pânico ao falar sobre o assunto, além de se sentir agoniada ao pensar sobre as mudanças no corpo durante e após a gravidez.
Quando me dou conta que uma nova pessoa é literalmente criada dentro de um órgão e permanece lá por meses, me sinto um pouco claustrofóbica. Amo crianças, mas quando imagino um filho meu, todo o processo me apavora bastante”, comenta Fernanda.
A reportagem entrevistou cerca de 49 pessoas a respeito do transtorno. Dessas 49, 20 participantes dizem que têm tocofobia. Ao serem perguntadas sobre como o transtorno se manifesta, esses foram os resultados:
Mas afinal, existe tratamento?
Assim como qualquer fobia, o tratamento vai depender do grau que o transtorno se manifesta na pessoa. A psicóloga Laura Freitas enfatiza sobre a importância da psicoterapia, mas também comenta sobre as técnicas mindfulness que, em alguns casos, podem auxiliar em momentos de crise.
Existem as dicas básicas, como pensar no presente e técnicas de respiração, mas a psicoterapia é importante porque vai personalizar essas técnicas para cada pessoa. Especialmente em casos mais graves, a psicoterapia é importante para entender de onde vem e assim ajudar a resolver melhor o problema”, informa Laura.
Em Goiânia, a SEMAS – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social é responsável por oferecer ajuda para quem carece de atendimento psicológico.
Informações de contato da SEMAS
Telefone: (62) 3524 – 1309
E-mail: sedhs@goiania.go.gov.br