16 de junho: Dia Internacional das Tartarugas Marinhas

No dia 16 de junho, em homenagem ao pesquisador Archie Carr, é celebrado o dia internacional das tartarugas marinhas
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THAYNNA BORGES SILVA

No dia 16 de junho é comemorado o Dia Internacional das Tartarugas Marinhas. Presentes no planeta há cerca de 120 milhões de anos, esses quelônios apresentam grande importância tanto cultural, quanto para o ecossistema marinho. Infelizmente, as tartarugas enfrentam atualmente grandes ameaças contra sua sobrevivência, como as luzes artificiais em praias, caça ilegal e a presença de plásticos.

Encontrada em diversas culturas, a tartaruga marinha é muitas vezes vista como sinônimo de longevidade, um ser sábio e de boa saúde. Na cultura Maori, a tartaruga está associada à família, fertilidade e prosperidade, enquanto no Japão é símbolo de felicidade, sorte e imortalidade, de acordo com a professora Deise Aur, para o site GreenMe

Sendo conhecida por sua incrível capacidade de navegação, as tartarugas marinhas realizam migrações transoceânicas para se reproduzir, e passam a vida inteira no mar – com exceção do período de desova dos ovos nas praias. 

Atualmente, existem cinco espécies de tartarugas que podem ser encontradas no Brasil:  tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro. Além das cinco, outras duas espécies ocorrem fora da costa brasileira: a tartaruga-de-kemp, encontrada no Golfo do México, e a tartaruga-de-casco-achatado, encontrada no entorno da Austrália. 

Por que é comemorado dia 16 de junho?

Sendo considerado o “pai” dos estudos sobre esses animais, o dia 16 de junho é tido como dia internacional das tartarugas marinhas em homenagem ao pesquisador e tartarugólogo, Dr. Archie Carr.

Durante décadas, Archie realizou experimentos que visavam estudar mais sobre a capacidade de navegação das tartarugas, tendo também sido responsável pela criação do grupo de pesquisa “Caribbean Conservation Corporation”, hoje conhecido como “Sea Turtle Conservancy”.

Situação atual das tartarugas marinhas

Atualmente, as tartarugas marinhas são de grande ajuda para cientistas estudarem a respeito de mudanças climáticas. Isso se dá por conta da necessidade de temperaturas específicas para que os embriões consigam se desenvolver, e de uma característica muito presente em répteis: a temperatura do ambiente em que os ovos estão presentes influencia no sexo das tartarugas. 

Por conta do aquecimento global, isso pode influenciar na sobrevivência de uma espécie, tendo em vista que com o aumento da temperatura, nascerão mais tartarugas marinhas fêmeas, fazendo com que a reprodução eventualmente não ocorra, de acordo com o estudo publicado no site Nature Climate Change

Outro problema muito comum enfrentado pelos quelônios é a poluição do ambiente marinho: por ter uma alimentação composta por algas, muitas tartarugas acabam se confundindo e ingerindo sacolas, entre outros plásticos, causando a morte lenta pela ingestão desses materiais.

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Goiás, o biólogo Matheus Reis é responsável pelo perfil no twitter (@legiaoescamada), que atua na divulgação científica sobre biologia.

Além de estudos comprovarem a presença de microplástico em órgãos internos desses quelônios, elas acabam ficando presas nos objetos descartados indevidamente no mar, como redes e cordas, acabando morrendo afogadas por estarem com sua locomoção prejudicada, comenta Matheus Reis

Atualmente, todas as espécies apresentam algum grau de ameaça de extinção, representando um possível desequilíbrio ambiental, tendo em vista a importância da espécie para a manutenção dos ecossistemas marinhos. 

EspécieGrau de Risco de Extinção
Tartaruga verdeEm perigo
Tartaruga de couroVulnerável
Tartaruga cabeçudaVulnerável
Tartaruga de penteCriticamente em perigo
Tartaruga olivaVulnerável
Tartaruga de kempCriticamente em perigo
Tartaruga de casco achatadoSem informação
Tabela produzida com o auxílio da IA, ChatGPT, revisado pela repórter com dados da IUCN 

O que pode ser feito para a preservação?

Devido aos diversos problemas enfrentados pelos quelônios, é crucial promover a conscientização da população em relação a preservação desses animais.

Matheus Reis comenta sobre a necessidade de agir de maneira mais consciente, através da separação e descarte correto do nosso lixo, como também fala sobre o papel das empresas na causa.

Também podemos ficar atentos a empresas e marcar o que consumimos, vendo se elas possuem medidas que agridam menos o meio ambiente, descarte correto de resíduos, baixa emissão de poluentes na atmosfera, cobrar que parte do seu lucro seja revertido para projetos de conservação e preservação do meio ambiente, acrescenta Matheus

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