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O novo clássico apaixonado e envolvente da Netflix, Rainha Charlotte: Uma história Bridgerton, chega para encantar os corações dos assinantes da plataforma se inspirando na história real dos dois monarcas da Inglaterra. É um spin-off de Julia Quinn estrelado por India Ria Amarteifio (Rainha Charlotte) e Corey Mylchreest (Rei George), que se passa na Londres de 1783 e conta a marcante trajetória do casamento real entre Sophie Charlotte de Mecklenburg-Strelitz (1744-1818) com o Rei George III (1738-1820) do Reino Unido.
Atenção: Alerta de Spoilers !
Misturada com romance de época e drama, apresenta uma visão sobre o reinado da rainha que durou 57 anos, ou seja, a segunda monarca com mais tempo no trono britânico. Além da juventude, também acompanhamos a vida presente de Charlotte em sua saga para conseguir um neto herdeiro – algo que nenhum dos 15 filhos ainda proporcionou.
Considerada a primeira rainha afrodescendente do Reino Unido, a trama mostra como Charlotte lidou com a doença misteriosa de George III, que até hoje se tornou um enigma para os historiadores. Os especialistas afirmam que o monarca sofria de Porfiria que é um nome dado a um conjunto de doenças raras caracterizadas por um defeito na produção de enzimas da hemoglobina chamadas heme. A hemoglobina é responsável pelo transporte do oxigênio no sangue, por isso uma falha nesse mecanismo afeta diversos processos no corpo. Porém, não descartam a possibilidade de o Rei ter desenvolvido Transtorno Bipolar, o que pode nos levar a segunda alternativa, pois na trama mostra os momentos surtos de George (cena do jardim e quando o monarca está a caminho do parlamento para fazer o discurso, por exemplo).
O mesmo fazia sessões de tortura na tentativa de ficar totalmente curado e voltar para sua amada, pois tinha medo de machuca-lá, mas o problema é que a doença não tinha cura. Charlotte preocupada tenta ajudá-lo, porém não sabendo o que se passava no Palácio de Kew, residência do Rei, ela o deixava em paz, ficando apenas na companhia de seu mordomo fiel, Brimsley, que dedicou sua vida a servir à Coroa e principalmente à Rainha Charlotte, sendo o braço direito da monarca.
Na série o assunto é apresentado com mais profundidade, começando no episódio um, quando Charlotte viaja da Alemanha para o Reino Unido, onde foi prometida em casamento a sua majestade. Mas o que de fato deixa explícito o tempo todo na série, é que todos ao redor da monarca, inclusive a sogra, deixa claro o papel da rainha na consumação e procriação de um herdeiro ao trono britânico. Até aí, ela não fazia ideia do sofrimento que George passava, visto que a Medicina naquela época não era tão avançada como nos dias atuais. Enfim, voltando a cena do casamento, os dois juntam seus laços matrimoniais no altar, mas para surpresa da Rainha, ela não sabia que ia passar a lua de mel longe do marido. No momento, é o principal mistério do primeiro episódio e ao longo do segundo capítulo, a série explica realmente o motivo do afastamento do Rei.
Assim como nas duas primeiras temporadas de Bridgerton, o spin-off coloca seus personagens em várias locações luxuosas, desde palácios rurais, mansões históricas e suntuosos salões de baile espalhados pelo Reino Unido. Os figurinos também trazem um charme e beleza a sociedade da época. As mulheres naquela época não tinham os mesmos direitos que os homens, visto que eram forçadas e usadas como objeto de procriação, por exemplo, quando o Lorde Danbury morre, a Lady acaba ficando com sua posição na alta sociedade em risco, pois quem iria ocupar a posição do marido, ou seja, se tornar o novo lorde ? Agatha Danbury tem um papel fundamental na alta sociedade, porque a série mostra ela em versão mais jovem e mais velha, tendo que lidar principalmente com uma relação que foi prometida desde os três anos de idade. Sendo obrigada a casar-se com um homem bem velho, ela acaba tendo quatro filhos e virando dama de companhia e amiga de Charlotte, como é mostrado tanto em Bridgerton como no Spin-off da Rainha.
Violet é um dos destaques da minissérie. Ela é uma jovem de família nobre que ainda não é, oficialmente, uma Bridgerton. Prestes a debutar, ela utiliza seu nome de solteira, Violet Ledger. A jovem tem um grande coração e também não é tão devotada à Rainha Charlotte como é apresentado na série original.
Aclamada no Rotten Tomatoes, a série conta com a aprovação de 94%, enquanto no IMDb a nota é de 6,6. O consenso dos críticos é que a Rainha Charlotte é “um romance resplandescente que aperfeiçoa a fórmula da série principal”. Alguns veículos internacionais, como a Variety, disseram que de maneira espetacular, a minissérie conseguiu até mesmo superar Bridgerton. Entre os pontos positivos destacados, estão: o roteiro, a química do casal protagonista, a trilha sonora com músicas pop (ao som de instrumentos) e a forma como o transtorno mental do rei e o racismo são abordados. Confira abaixo algumas das críticas:
“A Rainha Charlotte mantém os lindos vestidos, mas dá ao mundo Bridgerton uma nova camada de complexidade, com resultados magníficos“.
Julia Glassman, The Mary Sue
A série se desenrola como um banquete de seis pratos, feito para deliciar você, saciá-lo e mantê-lo sentado para se deliciar com mais. É adorável, mas não é gentil. Não foram tempos fáceis e essa injeção de verdade torna a rainha Charlotte mais tangível.”
Kelly Lawler, USA Today
Se depender dos fãs, a série pode ter chances de uma 2° temporada, visto que a Shonda Rhimes (criadora) está cogitando produzir um spin-off de Violet Bridgerton.
A cena final do último episódio ressalta que, mesmo na velhice, uma Charlotte mais madura permaneceu sozinha ao longo de sua vida, por amor ao Rei. Tanto que na série principal, ela ainda é destaque junto com Brimsley, (seu mordomo fiel), na impossível missão de descobrir a identidade da Lady Whistledown.