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O projeto de extensão “Filme no LEV”, realizado na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG, exibirá o filme “O Espelho“, do cineasta russo Andrei Tarkovsky, no dia 20 de junho (terça-feira) às 9h. As exibições são gratuitas, quinzenais e o projeto está na sua quarta sessão.
Além de poder assistir a obra cinematográfica e poder discutir sobre ela com os demais participantes, também é disponibilizado certificado equivalente a 3 horas para os estudantes da Universidade Federal de Goiás por cada encontro. A participação é aberta tanto para a comunidade acadêmica quanto às pessoas que não estão vinculadas à UFG.
Nos encontros anteriores, foram assistidos os filmes “Uma Vida Iluminada“, “Aftersun” e “Dor e Glória“.
O surgimento da ideia
O responsável pelo projeto de extensão é o professor Wolney Fernandes, que é doutor em Arte e Cultura Visual e coordenador do Laboratório de Expressão Plástica e Visual (LEV) do curso de Direção de Arte da EMAC/UFG. Segundo ele, o “Filme no LEV” surgiu como forma de suprir a demanda pela linguagem audiovisual sofrida pelos alunos de Direção de Arte, já que há poucas disciplinas nessa área.
“O cinema é uma arte que congrega diversas linguagens, então a gente quando assiste o filme, principalmente aqui pela Direção de Arte, está sempre pensando como é que acontece essa história visualmente. O cinema faz isso com maestria”, explica o professor.
O “Filme no LEV” está sendo realizado pela primeira vez neste semestre e tem um formato de cineclube, buscando a compreensão da construção da narrativa através do audiovisual. A proposta desta primeira edição do projeto é abordar filmes que contam com histórias de cunho autobiográfico, que é a área de pesquisa do professor.
A decisão de realizar o projeto no espaço do LEV, uma sala localizada no segundo andar nos fundos da EMAC, veio para que “pessoas associem esse lugar comum ao lugar em que se pode construir narrativas a partir dessa experiência do filme”.
A importância de cineclubes
A professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFG) e doutora em Comunicação Audiovisual e Publicidade pela Universidad Autónoma de Barcelona, Gabriela Marques Gonçalves, vê a importância de assistir e comentar um filme que um cineclube oferece, além do projeto de extensão possibilitar que ocorra a troca de diferentes pontos de vistas por estar aberto para pessoas de fora da universidade. A professora ressalta também que os cineclubes trabalham com acessibilidade de filmes que não são tão comerciais ou conhecidos, dando a oportunidade para que conheçam algo que nem sabiam que poderiam gostar por desconhecer.
Já o estudante de Jornalismo da UFG, Guilherme Borges, é entusiasta de filmes e diz que desconhecia o cineclube “Filme no LEV”, mas admira o projeto como uma forma de democratização do cinema, já que são exibidos filmes que não chegam em salas de cinemas de shopping.
O aluno de Direção de Arte, Hartman Ortiz, que já participou dos encontros do “Filme no LEV”, conta que as discussões contribuem para a formação de ideias acerca dos filmes, notando os figurinos, cores, formas, enquadramentos e tentando decifrar o que eles significam. Um exemplo que ele cita é o gesso no braço do personagem Callum, interpretado por Paul Mescal em “Aftersun“, que representa o quão quebrado o rapaz está internamente. O estudante não notou na primeira vez que viu, mas foi algo percebido através da experiência de assistir em conjunto através do projeto.
Os próximos filmes
A programação que vem após a exibição da obra de Tarkovsky é:
- O documentário nacional “Santiago“ (em 4 de julho);
- O filme português “A Metamorfose dos Pássaros“ (18 de julho);
- e, para encerrar o semestre, haverá “O Narrador de Javé“ (1º de agosto).