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Naquela rua tranquila, onde as casas pareciam encaixadas como peças de um quebra-cabeça perfeito, viviam duas mulheres que compartilhavam uma amizade especial. Maria e Eva eram vizinhas de muro, mas para elas, o muro nunca foi uma barreira; era uma conexão que transcendia a alvenaria. Os dias começavam com o cheiro de café fresco que invadia a casa de Maria, enquanto Eva regava suas plantas com precisão. Quando Maria ouvia a música suave que vinha do lado de fora, sabia que Eva estava começando mais um dia em seu jardim. O muro que dividia suas casas era como uma partitura musical, uma melodia que as mantinha em sintonia.
A amizade delas era uma dança de conversas animadas sobre tudo, desde as notícias da vizinhança até os sonhos que compartilhavam. Nos finais de tarde, as duas se encontravam junto ao muro que a essa altura, já possuía um buraco nos tijolos, uma espécie de janela que as auxiliava a trocarem experiências, compartilhar risadas e lágrimas. Eva compartilhava histórias sobre as plantas e suas peculiaridades, enquanto Maria contava sobre as aventuras de sua filha mais nova que se mudou para o interior.
Mas, como em qualquer jornada, os desafios surgiram. Maria recebeu uma oferta de trabalho em outra cidade, a notícia foi um choque para ambas. O muro que antes simbolizava sua amizade e proximidade agora era um lembrete constante da saudade. Mas, à medida que o tempo passava, elas encontraram novas maneiras de manter sua amizade viva. Maria fazia chamadas de vídeo para mostrar as paisagens da nova cidade, enquanto Maria enviava fotos de seu jardim em constante mudança, e assim mantinham-se conectadas
E então, após alguns anos, Eva surpreendeu Maria ao dizer que teria um netinho e essa notícia foi o suficiente para Maria decidir retornar à sua antiga casa, como visita. A alegria do reencontro não podia ser contida, e o muro que antes representava uma conexão, agora era uma testemunha silenciosa de uma amizade que havia enfrentado o desafio da distância, mas que permanece forte. A amizade entre Eva e Maria é um testemunho de que os laços verdadeiros podem resistir a qualquer distância.
O muro que uma vez separou suas casas acabou unindo seus corações de maneira indelével, uma prova de que verdadeiras conexões podem surgir independente dos “muros”.