Retrospectiva: tudo sobre a campanha do Atlético-GO em 2023

Confira os pontos negativos e positivos da temporada do Atlético-GO na série B de 2023, que resultou na vaga do time na série A de 2024
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Mateus dos Santos

O Atlético Clube Goianiense conquista sua tão sonhada vaga no Campeonato Brasileiro série A de 2024. O Dragão terminou o brasileirão série B em quarto colocado, ficando, assim, com a última vaga para disputar com a elite do futebol brasileiro no ano que vem. A campanha do clube rubro-negro no campeonato foi cheia de altos e baixos, tendo uma grande diferença entre seu primeiro turno e seu segundo turno. Ao todo foram 64 pontos conquistados no decorrer da série B, conseguindo na última rodada a classificação para a série A.

Ao todo o Dragão jogou 38 partidas no brasileirão, venceu 17 vezes, perdeu 13 vezes e empatou 8 vezes, chegou à marca de 56 gols marcados e 45 sofridos, ficando com um saldo de 11 gols positivos. Dado esse panorama sobre o Atlético Goianiense, o que mais se destacou no time foi a sua grande evolução no segundo turno do campeonato.

Foto: Assessoria de imprensa Atlético-GO

Primeiro Turno

Para ressaltarmos a relevante evolução do time no segundo turno temos que falar sobre a campanha do primeiro turno. Após a conquista do título do Campeonato Goiano em cima do rival Goiás, o Atético-GO começou a série B com todo o favoritismo possível para ser um dos principais times a brigar pelo acesso para série A. O elenco era composto por peças que apresentavam um grande rendimento, como Luís Fernando, eleito o craque do Estadual.

O início foi realmente bem animador. Apesar da derrota na primeira rodada após estar vencendo por 3 a 1 o Sampaio Corrêa, o rubro-negro conseguiu vencer CRB, Chapecoense, Vitória e Londrina, e entre vitórias e empates o rubro-negro goiano se manteve invicto até a oitava rodada. A essa altura o Atlético-GO já tinha feito sua primeira mudança no comando técnico da equipe. Após comandar o time na vitória do Estadual, Mozart não resistiu ao empate contra a Tombense por 1 a 1 e a diretoria decidiu demitir o técnico com três rodadas do Brasileirão. O técnico saiu com apenas sete jogos no comando do time.

Até que então, Alberto Valentim foi o escolhido para substituir Mozart. O nome do novo comandante foi bem recebido pelos torcedores no primeiro momento, mas o romance não durou muito com a torcida e logo em seguida veio a pior fase do time no ano.

Fase complicada

Após a derrota para o Juventude por 3 a 0, estando na segunda colocação e flertando com a liderança, o clube sofreu uma queda inesperada na tabela. Empate com Botafogo-SP e derrotas para Criciúma e Ceará, em ambos jogos por 3 a 0, culminaram em um tempo de muita dúvida da torcida com clube e com o comando técnico de Alberto. O Lab Notícias conversou com um torcedor do Atlético-GO, Guilherme Oliveira, e ele comentou sobre esse momento:

Guilherme Oliveira (torcedor): O maior defeito nosso foi essa mudança no comando, sem nenhum preparo ou estudo, foi tudo rápido para tentar trazer resultado e fizeram ao contrário, conseguiram piorar o que já estava ruim. Confesso que a torcida tem uma parcela de culpa pela pressão com o Mozart, mas faltou planejamento da parte da diretoria na contratação de um nome mais capacitado para retomar as vitórias ao clube.

Em busca de mais respostas sobre essa fase do clube goiano, a equipe do Lab Notícias também falou com o capitão do Dragão, o goleiro Ronaldo, um dos grandes destaques do time na temporada. Perguntamos o porque da falta de adaptação do elenco com o técnico Alberto Valentim. Confira a resposta do jogador:

Capitão Ronaldo: O time sofreu muito com a troca tão repentina de técnico, tivemos apenas 7 jogos com o Mozart, e quando chegou o Valentim, até nós nos adaptarmos demora mesmo, é outro estilo de jogo, é outra filosofia de treinos. As lesões mesmo não ajudaram, eu lesionei meu ombro, inclusive foi uma das maiores dificuldades para mim no campeonato. Mas, enfim, fazer trocas de técnicos no meio da temporada é arriscado e pagamos o preço.

Foto: Assessoria de imprensa Atlético-GO

E estacionando no meio da tabela e longe do G4 a permanência do técnico Alberto Valentim não era mais sustentável dentro do clube. A gota d´água veio na 16° rodada, o empate por 2 a 2 contra o Novo Horizontino resultou na demissão do técnico Valentim. Em nenhum momento podia se ver uma melhora no comportamento tático do rubro-negro, diferentemente, se viu um retrocesso na campanha do Atlético-GO.

O time goiano terminou o primeiro turno em décimo primeiro lugar com apenas 27 pontos, oito pontos de diferença da zona de acesso. O Dragão conquistou apenas seis vitórias, somou nove empates e quatro derrotas, saindo como a pior defesa do campeonato, sofrendo 28 gols.

Retorno dos sonhos

O choque de realidade que o Atlético-GO teve no primeiro turno fez com que o time notasse as suas dificuldades dentro de campo e começou o segundo turno com contratações pontuais, como Baralhas, Luiz Felipe, Alix Vinícius, Lucas Esteves, Dodô e Matheus Peixoto.

E com um elenco mais recheado de novidades, principalmente, no sistema defensivo, o técnico Jair Ventura assumiu o time exatamente na virada do turno. A primeira vitória veio apenas no terceiro jogo, contra a Tombense, por 3 a 2, porém depois disso a maré virou para o rubro-negro.

Primeiro, o Dragão emplacou uma sequência de seis jogos invictos com cinco vitórias e um empate. Porém, logo depois perdeu pro Botafogo-PB por 1 a 0, mas logo reagiu e conseguiu cinco triunfos consecutivos, contra Criciúma, Ceará, Ituano, Ponte Preta e ABC.

Essa arrancada fez com que o time fosse dono da melhor campanha do segundo turno do campeonato brasileiro série B. Muito por conta da melhora na parte defensiva do time, com reforços como Luiz Felipe, Lucas Esteves e Baralhas se tornando titulares invictos. Um dos pontos que marcaram o sistema de jogo de Jair Ventura, foi o meia Bruno Tubarão improvisado na lateral direita.

Na sua última partida o Atlético-GO chegou ao G4 de forma definitiva, contra o Guarani em casa o Dragão precisava de uma vitória e dependia de um tropeço do Juventude ou do Vila Nova, e ambos jogariam fora de casa. Com a derrota do Vila Nova para o ABC, o rubro-negro cravou sua vaga na série A de 2024.

Foto: Assessoria de imprensa Atlético-GO

Jair Ventura

A equipe do Lab Notícias conversou um pouco com o técnico Jair Ventura sobre a sua campanha no segundo turno do campeonato brasileiro série B. E quando perguntado sobre quais foram as principais mudanças no time que ele fez para conseguir sonhar com o acesso, ele ressaltou a falta de introsamento e organização na defesa, que foi o principal problema de se lidar no ano. Confira a resposta:

Jair Ventura: Bom, quando aceitei a proposta do clube eu sabia das suas dificuldades e o que precisávamos fazer para mudar o cenário. A parte defensiva era o principal problema, era aquilo que não deixava o Atlético pontuar na tabela, a decida do Tubarão para lateral-direita foi primordial, a chegada do Baralhas, Luiz Felipe para o elenco foram muito pontuais para podermos recuperar o sonho de jogar a série A, ano que vem.

Perguntamos também sobre a importância do apoio da torcida na reta final do campeonato, visto que o clube lotou o estádio Antônio Accioly em quase todos os jogos do segundo turno, fechando com uma média de 9.312 pessoas presentes.

Jair Ventura: A torcida aqui do Atlético é maravilhosa, nós estávamos precisando muito do apoio para conquistar esse acesso e a torcida não decepcionou. Foi uma festa muito linda, nunca deixaram de acreditar no acesso e acho que isso colaborou bastante para manter o clima mais que favorável dentro do estádio.

Foto: Assessoria de imprensa Atlético-GO

Perspectivas para o futuro

Atlético-GO tem um grande desafio vindo com a série A de 2024, que seria a grande folha salarial que é “exigida” para a permanência no campeonato. Hoje em dia tem-se um movimento muito grande de times se tornando SAF’s que estimulam os clubes na área financeira, assim, tendo uma grande possibilidade de compra de jogadores que trazem mais competitividade.

Porém, alguns nomes já estão sendo vinculados com o rubro-negro para 2024. O lateral direito do CRB, Guilherme Romão, interessa bastante a diretoria e equipe técnica do atlético. O jogador tem 26 anos, está no CRB desde 2021, e tem contrato com o clube até 2025. Guilherme atuou em 46 jogos no ano, sendo 24 na série B, 10 no Campeonato Alagoano, oito na Copa Nordeste e quatro na Copa do Brasil. O Dragão corre o risco de perder nomes como Shaylon, Gustavo Coutinho o artilheiro da série B, e Lucas Esteves por esses jogadores pertencerem a outros clubes e o tempo de empréstimo já estar encerrando.

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