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Feminicídio, violência domestica, corrupção, tráfico de mulheres e abuso sexual são abordados dentro da série nacional, e mostra uma semelhança com os dias atuais
(Essa crítica pode conter gatilhos para pessoas que vivem, ou viveram situações parecidas)
Lançada no dia 1º de outubro de 2020, ‘Bom dia, Verônica‘ é uma série policial com 3 temporadas, baseada no livro de Ilana Casoy e Raphael Montes. A trama começa com uma mulher que denuncia abuso sexual após ser dopada, mas acaba tirando a própria vida durante uma confusão dentro da delegacia. A escrivã Verônica (Tainá Müller) assume a investigação, enquanto também se envolve com um caso de violência doméstica e com um assassino em série que é coronel da Polícia Militar do estado de São Paulo, Cel. Brandão (Eduardo Moscovis), e sua esposa, Janete (Camila Morgado).
Durante a 2º temporada, a série revela o ‘Missionário Matias’, um homem perigoso que manipula pessoas através da religião e mentiras, prometendo uma falsa cura de doenças, onde ele leva as vítimas até a sua casa e pratica diversos abusos sexuais e psicológicos. O falso religioso ainda abusa de sua filha, menor de idade, e de outras meninas, mostrando que também é um pedófilo. Os episódios tem como referência o famoso caso brasileiro do médium ‘João de Deus’, que estuprava diversas mulheres, incluindo algumas que alegavam que foram vítimas enquanto buscavam o tal tratamento espiritual.
O final da 3ª temporada revela um gigantesco esquema de corrupção, que envolve tráfico de meninas e mulheres, e apresenta um desfecho inesperado que deixou os espectadores ansiosos pela continuidade da história. A série foi bem recebida, abordando temas sociais cruciais, como violência doméstica, abuso e corrupção, e é altamente recomendada, especialmente para quem gosta de maratonar séries impactantes.
Semelhança com os dias atuais: A série se destaca pela abordagem realista da violência doméstica e dos abusos sexuais, sem romantizar essas situações. Ela expõe as consequências graves, como assassinatos, e inclui uma mensagem de apoio ao final, direcionando para recursos de ajuda a vítimas. Também é abordada a corrupção policial e a negligência de autoridades, como a delegada Anita (Elisa Volpatto), que culpa e expõe as vítimas como se fossem culpadas por tudo que aconteceu.
O elenco é altamente elogiado, especialmente Camila Morgado, que interpreta uma mulher vítima de violência doméstica com grande profundidade emocional. A série também se diferencia pela variedade de cenários, incluindo delegacias, casas, rodoviárias e ruas da cidade, o que enriquece a narrativa.
Crítica necessária: A série retrata a realidade brasileira, mas faltou mostrar as atuações de ONGs, movimentos feministas e ações dos direitos humanos, que lutam diariamente para acabar com casos como estes. Como a intenção é fazer uma comparação com os dias atuais, acaba dando a impressão de que ninguém faz nada e não se importa com o que acontece com as mulheres no nosso país, sendo que a luta pelos direitos femininos é histórica e contínua.
Se você sofre, ou conhece alguém que sofre algum tipo de violência ou abuso, LIGUE 180.
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