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A desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro continua evidente, com as mulheres enfrentando maiores taxas de desemprego e remunerações inferiores em comparação aos homens.

No terceiro trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre as mulheres foi de 7,7%, enquanto entre os homens foi de 5,3%, uma diferença de 45,3%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE. A desproporção persiste mesmo com avanços na ocupação de vagas de trabalho formal pelas mulheres, que registraram crescimento de 45% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação aos 10% dos homens, segundo dados da FGV.

A disparidade é ainda mais evidente quando se observa os dados por cor e escolaridade. Mulheres negras enfrentam os maiores índices de desemprego, com taxas que chegam a 15%, enquanto mulheres brancas registram 8%. Mesmo com maior qualificação educacional, as mulheres ainda encontram barreiras: elas representam 60% dos formandos em ensino superior, mas continuam sub-representadas em cargos de liderança, respondendo por apenas 37% das posições gerenciais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, as mulheres são frequentemente direcionadas para ocupações precárias e mal remuneradas. Um levantamento do Fórum Econômico Mundial mostra que as mulheres brasileiras ganham, em média, 22% menos que os homens, mesmo quando ocupam posições equivalentes. A informalidade também atinge mais as mulheres, com 43% delas atuando sem carteira assinada ou qualquer garantia trabalhista, contra 38% dos homens.

As razões para essa desigualdade incluem preconceitos de gênero e a sobrecarga das responsabilidades domésticas. Dados do IBGE revelam que as mulheres dedicam, em média, 21 horas semanais ao trabalho doméstico não remunerado, enquanto os homens investem apenas 11 horas. Essa carga extra reduz as possibilidades de qualificação e disponibilidade para empregos de tempo integral, contribuindo para a exclusão feminina do mercado formal.

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