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Jair Messias Bolsonaro foi eleito como presidente da República do Brasil em outubro de 2018 até o final de 2022, período em que serão realizadas novas eleições. Ao longo de seu mandato, muitas polêmicas tornaram-se públicas, como a criação de uma CPI para investigar as ações e omissões do governo na pandemia; o superfaturamento do leite condensado, da picanha, de bebidas alcoólicas e de outros produtos; a compra exorbitante de 35 mil comprimidos do medicamento conhecido como “Viagra”, normalmente usado para disfunção erétil; a série de escândalos envolvendo o Ministério da Educação (MEC), entre outros. Acontece que, nesta semana, sob o governo Bolsonaro, o Brasil voltou a fazer parte do mapa da fome.
Nesta quarta-feira, 6, o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2022, divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que 61,3 milhões de brasileiros sofrem de alguma forma com a insegurança alimentar — ou seja, são uma grande parcela de brasileiros que não sabem quando irão se alimentar, quando farão sua próxima refeição. Imagine a dor dessas famílias em saber que não têm nada para comer!
O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou que a população brasileira é superior a 213 milhões de pessoas e, desse percentual, mais de 60 milhões já sofreram algum dos tipos de insegurança alimentar, entre 2019 e 2021. Para a FAO, existe uma incerteza “moderada” entre essas pessoas sobre conseguir comida e, por essa razão, muitas vezes é necessário diminuir a quantidade, bem como a qualidade do que é consumido. Entretanto, a classificação “grave” do relatório põe fim às incertezas: nesses casos, é a fome que habita e domina, pois ficam sem se alimentar por um, dois ou mais dias.
Resta agora o questionamento: por quanto tempo o ser humano sobrevive sem água e sem comida? De acordo com a médica Ana Maria de Ulhôa Escobar, o organismo humano não consegue ficar mais de três dias sem água e cinquenta sem comida. Se o governo brasileiro atual permanecer da maneira que se encontra, como estaremos até o final do ano? As famílias que passam pela fome só desejam ser assistidas por políticas públicas eficazes e essas estão garantidas por lei, no artigo 6º da Constituição Federal de 1988. É de responsabilidade do Estado a efetivação de uma alimentação digna e adequada a todos os cidadãos.
Pele de frango, antes descartada, hoje consumida
Mas como no Brasil pode-se assegurar alimentação de qualidade, se em um supermercado em Vila Velha, no Espírito Santo, há alguns meses, uma bandeja com pele de frango estava à venda por R $2,99 o quilo. Sim, à venda! Esse fato provocou indignação e repercutiu na internet, mas não sejamos hipócritas: quem está passando fome, não vai deixar de consumir.
Esse cenário de fome no Brasil traz à tona uma outra questão: a desigualdade social. Enquanto uma famosa influenciadora digital paga uma fatura superior a 300 mil reais no cartão, 61,3 milhões de brasileiros sofrem com a insegurança alimentar. Esse (infelizmente) é o país chamado Brasil.
Achei a matéria super esclarecedora, muito triste a desigualdade social, infelizmente nossa realidade. Isso é Brasil onde os políticos só lembram da sociedade inferior em época de política.