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Xande Manso

Goiânia enfrenta diversos desafios relacionados à mobilidade urbana. Segundo dados do DETRAN, a cidade possui mais de 1,4 milhão de veículos registrados, quase alcançando o número de habitantes, com uma média de um veículo por morador. Atualmente, cerca de 850 mil veículos circulam diariamente pelas ruas, causando congestionamentos nas principais avenidas da capital.

Plano de Mobilidade Urbana até 2033

Para enfrentar esse cenário, a Prefeitura de Goiânia publicou, em abril deste ano, um decreto que institui o Plano de Mobilidade Urbana (PlanmobGyn), o Conselho de Mobilidade Urbana de Goiânia (ComuGyn) e o Observatório da Mobilidade Urbana de Goiânia (OmuGyn). O objetivo central do plano é reduzir o uso do transporte motorizado individual , estabelecendo diretrizes para melhorar os deslocamentos de pessoas e cargas até 2033.

Crescimento do transporte individual e queda do transporte coletivo

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou um aumento significativo no uso de transporte individual na cidade. Entre 2000 e 2019, o percentual de deslocamentos por veículos particulares subiu de 35% para 59,6%, enquanto o uso do transporte coletivo caiu de 37,7% para 37,1%. Um ponto positivo, no entanto, foi o crescimento do uso de bicicletas, que passou de 4,2% para 12% no mesmo período.

Pesquisa da UFG: dados para planejar

O estudo da UFG, denominado Estimativa da Matriz Origem e Destino de Goiânia, foi coordenado pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) e contou com a colaboração de várias instituições, incluindo a Secretaria de Mobilidade de Goiânia e a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC). O levantamento foi realizado entre março e novembro de 2022, com 9.130 respostas de moradores de Goiânia e regiões vizinhas, como Aparecida de Goiânia e Trindade. Esses dados foram fundamentais para subsidiar o desenvolvimento do PlanmobGyn.

Desafios revelados pela pesquisa

A pesquisa mostrou que o transporte coletivo, embora ainda muito utilizado nas periferias, enfrenta desafios na região central e sul da cidade, onde o transporte individual predomina, gerando grandes congestionamentos. Além disso, o estudo apontou vias que estão à beira da saturação devido ao alto número de veículos.

Um dos destaques do estudo foi o uso de dados eletrônicos e tecnologias avançadas para mapear os padrões de deslocamento da população, uma prática comum em cidades como Tóquio, segundo Sidney Screiner, um dos pesquisadores envolvidos.

Projeções para o futuro

Recentemente, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) mobilizou os candidatos à prefeitura de Goiânia e firmou um compromisso para a melhoria da mobilidade na capital. O Termo de Compromisso foi assinado na última quarta-feira (2) pelos candidatos Rogério Cruz, Adriana Accorsi, Sucena Hummel (vice-prefeita, representando o candidato Vanderlan Cardoso), Professor Pantaleão, Fred Rodrigues, Matheus Ribeiro e Sandro Mabel.

Desafios estão por vir

Os resultados desse processo não serão imediatos, mas, para que as mudanças sejam eficazes, será necessário um esforço contínuo por parte do poder público e da sociedade em adotar alternativas de transporte mais sustentáveis e eficientes.

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