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Rafaella Alves Rodrigues

“Maníaco do Parque” é um filme brasileiro baseado em eventos reais que chocaram o país na década de 1990. A obra narra a história de Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”, um criminoso que seduzia e atacava mulheres em um parque de São Paulo, cometendo crimes hediondos que deixaram marcas profundas na sociedade brasileira.

A narrativa do filme se propõe a explorar a mente doentia do protagonista, revelando seu comportamento manipulador e traços psicológicos que impulsionavam seus atos. A direção toma a difícil decisão de não apenas focar nos crimes em si, mas em como o assassino utilizava seu carisma e habilidades de persuasão para atrair suas vítimas. Essa abordagem, embora detalhada e envolvente, pode ser controversa, pois há o risco de romantizar ou dar uma profundidade que humaniza em excesso o criminoso.

A cinematografia do filme é eficiente em criar uma atmosfera de tensão e inquietação, com uso cuidadoso da iluminação e dos cenários urbanos e naturais de São Paulo para ambientar o espectador. As atuações são outro ponto de destaque, especialmente a do ator que interpreta Francisco, que consegue transmitir com precisão a frieza e complexidade do personagem sem cair em exageros teatrais.Por outro lado, o filme enfrenta críticas por não dar o devido espaço às vozes das vítimas.

Em meio à narrativa focada no agressor, o público pode sentir falta de uma representação mais sensível e poderosa das mulheres que tiveram suas vidas afetadas. Isso levanta um debate importante sobre a linha tênue entre contar uma história e explorar tragédias reais para fins dramáticos.O roteiro do filme caminha de forma previsível, especialmente para aqueles que já conhecem a história real.

No entanto, consegue manter um ritmo constante e prender a atenção do espectador, em grande parte devido à sua abordagem psicológica e às nuances de caráter mostradas no protagonista.”Maníaco do Parque” levanta reflexões sobre o impacto de crimes brutais na sociedade, o sensacionalismo midiático e a responsabilidade de como essas histórias são contadas no cinema. É um filme que incomoda e choca, como deve ser, mas que talvez pudesse ter se aprofundado mais na empatia e no espaço dado às histórias das vítimas. Em resumo, “Maníaco do Parque” é uma produção corajosa que desafia o público a encarar o lado mais sombrio da natureza humana, mas que requer um olhar crítico sobre a forma como os crimes reais são retratados na ficção.

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