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Com apenas 19 anos, acordo antes do despertador, como sempre. O corpo está pesado e a mente já cansada, como se eu tivesse trabalhado a noite toda. O relógio marca 7h da manhã, mas parece que a noite passou em branco. O café não tem gosto, mas é a única coisa que me mantém funcionando. Coloco o uniforme e o pensamento logo surge: Mais um dia… O dia de hoje será igual ao de ontem, igual ao de amanhã.

O trânsito no caminho para o trabalho é o de sempre, e o caminho parece uma rotina automática. Eu não vejo a hora de chegar ao shopping, mas sei que isso vai significar mais horas em pé, mais clientes, mais tarefas.

Chego e logo sinto aquele peso no estômago, não sei se é fome ou a tensão do que está por vir. Mas não posso pensar nisso agora. O trabalho começa, e o ritmo não diminui. Atendo clientes, arrumo, faço o que me pedem, mas minha mente está longe. Eu deveria estar estudando agoraMeus amigos me chamam para sair, mas não tenho tempoA faculdade está cada vez mais distante.

Minhas costas começam a doer, as pernas ficam pesadas, e o rosto se esforça para manter aquele sorriso que os clientes esperam. Cada movimento, cada tarefa parece um esforço maior que o anterior. Será que algum dia vou conseguir organizar minha vida? Como vou dar conta de tudo? 

Eu tento me concentrar no trabalho, mas o cansaço mental já toma conta. Penso no quanto estou deixando de viver para estar ali. O relógio, sempre lento, marca 12h30, e o intervalo para o almoço é quase sem gosto, só um intervalo entre os turnos.

Chega o fim do expediente, e a sensação de alívio é imediata, mas também acompanhada de uma culpa insuportável. Eu poderia ter dado mais de mimEu poderia ter estudadoEstou deixando tanta coisa para trás. O trabalho me consome e me impede de respirar. Eu só quero chegar em casa, mas até o caminho de volta é exaustivo. O trânsito, as ruas, os carros… tudo parece igual, tudo parece uma repetição interminável. Eu não sei mais se o tempo está passando ou se estou preso em uma rotina sem fim.

Chego em casa e, nem a comida tem sabor. Me jogo na cama, e a única coisa que desejo é um pouco de descanso. Mas, sei que, amanhã, a rotina será a mesma. O cansaço, a preocupação, a saúde que vai se esvaindo.

Só espero conseguir aguentar. Mas, pelo menos, tenho uma folga na semana.

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