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Durante a pandemia de COVID-19, Goiás se destacou como um exemplo de estabilidade econômica no Brasil. Enquanto o país enfrentava uma crise sem precedentes, o estado conseguiu se adaptar e até prosperar em algumas áreas, particularmente no setor agropecuário. A crise global afetou severamente várias economias, mas Goiás, com uma forte base agroindustrial, foi capaz de minimizar os danos e registrar resultados positivos em várias frentes. Ao contrário de muitas outras regiões que enfrentaram quedas profundas, o estado se manteve em crescimento, e, em alguns casos, superou os obstáculos econômicos de maneira até surpreendente.
Em 2020, quando o Brasil enfrentou uma queda de 3,3% em seu PIB devido à pandemia, Goiás conseguiu um desempenho melhor, registrando uma retração de apenas 1,3%. Esse resultado é especialmente notável quando observamos os efeitos da pandemia em outras regiões. Muitas economias estaduais, principalmente as mais dependentes de setores como turismo e serviços, foram duramente impactadas, mas Goiás teve um desempenho mais modesto, principalmente devido à força do setor agropecuário, que continuou a crescer.
Ao longo do ano, o PIB do estado conseguiu se estabilizar, impulsionado por suas atividades agroindustriais e pela contínua produção de grãos, carne e outros produtos agrícolas. Goiás não apenas resistiu à crise, mas conseguiu manter sua competitividade no mercado internacional, especialmente com o crescimento das exportações, já que outros estados estavam com produções em ritmo desacelerado ou estagnadas.
A diversificação econômica de Goiás e a capacidade de adaptação dos empreendedores foram essenciais durante a pandemia para garantir que o estado não sofresse tanto economicamente. Muitos, como o barbeiro Mateus Vieira, souberam inovar e ajustar seus negócios às novas demandas do mercado.
Como quase nenhum salão podia estar operando na época, como profissional e como cliente me vi na necessidade de continuar trabalhando de algum modo seguro. Portanto comecei um modelo de negócios de corte a domicílio com todos os procedimentos de esterilização necessários. Assim, como havia muita procura e pouca oferta, consegui me manter bem nesse tempo de crise. Afirma Mateus.
O Papel da Agropecuária no Crescimento Econômico de Goiás
O setor agropecuário foi, sem dúvida, o principal motor do crescimento econômico de Goiás durante a pandemia. Goiás se consolidou como um dos maiores produtores de soja do Brasil, com a produção do grão mostrando um crescimento exponencial desde a safra de 2019/2020. De acordo com os dados disponibilizados pelo Governo de Goiás, a produção de soja do estado saltou de 13,2 milhões de toneladas na safra 2019/2020 para 13,4 milhões de toneladas em 2020/2021, uma leve alta, mas que já indicava a resistência do setor.
O que realmente chamou atenção foi o aumento de 16 milhões de toneladas na safra 2021/2022, consolidando o crescimento. Em 2022/2023, Goiás registrou um aumento impressionante para 32 milhões de toneladas. Este crescimento exponencial na produção de soja, em especial, destaca a adaptação do estado às novas exigências de mercado e à continuidade da produção mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia.
O recorde histórico de produção de soja em Goiás durante a safra 2022/2023 é um reflexo do crescimento robusto do setor agropecuário do estado, que se manteve em uma trajetória de alta, mesmo em um período de desafios globais. A produção de soja tem sido a chave para o sucesso econômico de Goiás, destacando o estado como um dos maiores produtores nacionais do grão.
| Safra | Produção de Soja (toneladas) |
| 2019/2020 | 13,2 |
| 2020/2021 | 13,4 |
| 2021/2022 | 16,0 |
| 2022/2023 | 32,0 |
| 2023/2024 | 17,04 |
| 2024/2025 (estimativa) | 18,0 ou mais |
Esse crescimento expressivo na produção de soja é um dos fatores que explica a diferença no impacto da pandemia em Goiás em relação a outros estados. Mesmo com as incertezas e desafios trazidos pela crise global, o estado soube aproveitar sua posição estratégica e suas vocações agrícolas para alavancar o crescimento, garantindo a estabilidade e a recuperação econômica. O desempenho da soja ilustra como Goiás, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela pandemia, conseguiu adaptar suas práticas agrícolas, melhorar sua produtividade e manter-se competitivo no mercado global.
Goiás na Contramão dos Outros Estados
Para entender melhor como Goiás se saiu melhor que outros estados durante a pandemia, é importante comparar os impactos no PIB de diferentes estados. Enquanto o Brasil registrou uma queda de 3,3% no PIB em 2020, Goiás teve uma retração mais moderada de apenas 1,3%. Entre os estados mais atingidos, a queda do PIB foi bem maior, o que coloca Goiás em uma posição de destaque pela sua resistência.
Além da força do setor agropecuário, a estratégia do estado de focar em medidas de estímulo à produção, como incentivos à agroindústria e a melhoria na infraestrutura logística, ajudaram a reduzir os impactos da crise. O bom desempenho de Goiás pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a adaptação do setor produtivo às novas condições econômicas e o apoio constante às empresas locais.
A tabela mostra que Goiás foi um dos estados menos afetados pela crise econômica, com um desempenho muito mais positivo do que grandes economias estaduais como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Isso é um reflexo direto da combinação entre o desempenho do setor agropecuário e a resiliência das empresas locais, especialmente as ligadas ao agronegócio, que mantiveram suas operações funcionando durante o período de lockdown e restrições.
Como por exemplo, o empresário Robinson De Conto, proprietário de uma indústria do ramo ótico no estado de São Paulo. E teve que tomar algumas medidas mais complicadas para manter a produção.
“Nos primeiros meses ficamos sem faturamento devido ao não funcionamento. Mas posteriormente voltamos regulando as metas e salários, assim como a escala de trabalho. Conseguimos manter apenas 4 funcionários no presencial, com o restante todo no Home-Office, e só mudando a equipe toda semana conseguimos nos manter”, afirma Robinson.
Essas diferentes realidades destacam como o contexto local e o setor de atuação de cada empresa influenciaram as estratégias adotadas para lidar com os desafios impostos pela pandemia.
A diferença de desempenho econômico entre Goiás e outros estados durante a pandemia de COVID-19 evidencia como fatores regionais e setoriais desempenharam um papel crucial na capacidade de adaptação e resiliência das empresas.
Enquanto a crise afetou duramente diversas indústrias e setores, especialmente no Sudeste, Goiás conseguiu se destacar por sua força agropecuária e pela continuidade das atividades no campo. A combinação de uma produção agrícola robusta, com destaque para a soja e outros grãos, e a estabilidade proporcionada pelo setor agropecuário, permitiu que o estado seguisse em uma trajetória de crescimento, ao contrário de muitos lugares onde a recessão foi mais profunda e prolongada.
O fato de Goiás ter se mantido entre os poucos estados que evitaram grandes perdas econômicas durante a pandemia ressalta a importância de uma economia diversificada e adaptável, que consegue não apenas resistir a crises globais, mas também aproveitar as oportunidades geradas por essas adversidades.