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Em menos de dois meses, o Brasil se encontra na terceira onda de calor de 2025, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que, em um período de 10 anos, algumas cidades do Brasil tiveram aumento de 3ºC na temperatura. A crise climática vem sendo alertada nos últimos anos pelo Inmet, em 2022 o Instituto liberou um estudo que mostra que as ondas de calor são resultados das alterações do clima nos últimos 60 anos.
Além do calor extremo em 2024, o Brasil registrou 100 cidades que ficaram mais de 100 dias sem chuva. No mesmo tempo, tivemos grandes enchentes no país, como no Rio Grande do Sul, que matou 183 pessoas e deixou 27 desaparecidos. Mais de 3.600 alertas de desastres foram emitidos em 2024, segundo o Centro Nacional e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Enchentes
Um levantamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mapeou que no Brasil 1.942 cidades correm risco de desastres ambientais. Na última terça (18), uma mulher morreu após ficar presa em seu carro durante uma enxurrada em São Paulo. As enchentes estão se tornando cada vez mais frequentes no país e em 2024, o Brasil registrou 251 mortes em razão das fortes chuvas.
Incêndios
Os bombeiros do Rio de Janeiro já combateram mais de 500 incêndios no estado em um período de apenas três dias. O número de ocorrências atendidas pelos bombeiros do Rio, entre 1 de janeiro e 18 de fevereiro de 2025, é mais que o dobro de atendimentos referente ao mesmo intervalo do ano de 2024, são 2.160 ocorrências em 2025 contra 711 de 2024.
Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas mostram que, em 2024, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil, as áreas queimadas no país são maiores que todo o território italiano. O MapBiomas ainda revela que mais da metade (58%) desses territórios incendiados no Brasil aconteceram na Amazônia, o maior número de vegetação queimada nos últimos seis anos no bioma.
Deslizamentos
No ano passado, foram registrados 1.690 desastres pelo Cemaden, sendo 53% alertas de risco geológico, como deslizamentos de terra. Um estudo publicado em 2025 pela revista Communication Earth & Environment, alerta que 254 comunidades da Reserva Mamirauá, na Amazônia Central, apresentam situação de perigo em relação aos deslizamentos.
Na última segunda (17), o Cemaden lançou um sistema para prever os deslizamentos de terra no país, o GeoRisk. De acordo com o instituto, a plataforma vai fazer alertas com 72 horas de antecedência dos desastres.