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Nosferatu (2024), dirigido por Robert Eggers, é uma releitura expansiva do clássico do horror de mesmo nome lançado em 1922. O longa nos apresenta o casal composto por Ellen Hutter e Thomas Hutter, interpretados respectivamente por Lily-Rose Depp e Nicholas Hoult, e se inicia mostrando o início da vida de casados dos dois, onde Thomas é um corretor de imóveis que recebe uma proposta irrecusável de uma venda que mudaria o status social do casal.
Assim Hutter informa sua esposa que sairá em uma viagem longa para selar um contrato com Conde Orlok, interpretado por Bill Skarsgard, a partir daí Ellen já demonstra imensa perturbação com este negócio e implora para que seu marido não o conclua, Thomas não a escuta e segue em viagem fazendo assim com que se iniciem os eventos perturbadores que abalam profundamente a vida do casal e de todos aqueles próximos aos mesmos.

Eggers se manteve fiel à essência da obra original de 1922 e infunde a narrativa com uma profundidade psicológica contemporânea, abordando assuntos como obsessão sexual, o ceticismo e a banalização de problemas mentais. A atmosfera melancólica e a estética gótica adotadas pelo filme saltam aos olhos graças ao trabalho minucioso da direção de arte e da fotografia, o que também pode ser observado em outros trabalhos de Eggers como A Bruxa de 2015 e O Homem do Norte de 2022.
Skarsgard tem uma performance notável como Conde Orlok, apesar do trabalho incrível na caracterização do personagem. Sua presença em cena, nem que seja apenas como um vulto, uma sombra ou uma voz assustadoramente grave, é extremamente ameaçadora e hipnotizante. Lily-Rose Depp também se destaca e se entrega completamente ao papel complexo e perturbado de Ellen. Ao assistir ao filme, o espectador facilmente esquece que está vendo uma performance de atuação e não uma mulher realmente sendo possuída por forças malignas.

A trilha sonora complementa perfeitamente o longa, ajudando a cada segundo na imersão e na criação dessa atmosfera sombria e inquietante, com um ritmo muito lento que pode contribuir para que essa tensão se torne impaciência para o espectador, o que pode afastar determinados públicos.
Nosferatu (2024) recebeu aclamação da crítica, com uma aprovação de 84% da crítica especializada no Rotten Tomatoes e uma nota de 7,3/10 no IMDb. Além de receber quatro indicações merecidíssimas ao Oscar 2025 por Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Penteados e Melhor Figurino. Apesar de críticas negativas ao ritmo da obra, ela é considerada uma adição valiosa ao gênero de terror e a representação da estética gótica no cinema.
Por fim, Nosferatu (2024) é uma ótima homenagem ao clássico de 1922 que reinventa a forma como a história é reproduzida, com destaque para performances potentes do elenco, direção de arte minuciosa e impecável como de costume para Eggers e uma criação de mundo que captura a essência do terror gótico.