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O escritório inteiro pareceu respirar de novo quando ela retornou. À sua mesa, uma surpresa silenciosa, mas carregada de significado: chocolates escolhidos com carinho e uma montagem de fotos, feitas por sua colega de departamento, que capturavam o brilho de sua presença. Recentemente, ela se afastara. Não por cansaço físico, mas por necessidade de um respiro. O ato de se ausentar foi uma pausa que, na realidade, revelou sua maior força: a coragem de se cuidar em um mundo que raramente respeita o limite do outro.
Ao sentirem a falta dela, os colegas lembraram de sua humildade, pois o que mais sentiram falta foi da energia e do carisma que ela trazia. Ela não precisava de grandes gestos para marcar presença; sua maneira simples de agir, o olhar atento e a capacidade de ouvir com genuína empatia faziam dela um ponto de equilíbrio para todos.
Ela voltou ao escritório com o mesmo sorriso tranquilo, mas agora sereno. Continuava vestindo jeans e camisetas de bandas dos anos 70, e trouxe consigo pequenos mimos para os colegas, incluindo uma miniatura de patinho amarelo. Talvez aquilo fosse um sinal de que, com o tempo afastada, ela havia entendido que o que realmente importa são as pequenas coisas.
Era como se tivesse resgatado uma parte de si mesma que o cotidiano tentara silenciar. Enquanto todos estavam imersos nas rotinas diárias, ela, na pausa, se reencontrara. A pausa, muitas vezes vista como um luxo, é, na verdade, um ato de sobrevivência.
Ao retornar, ela percebeu que outras pessoas também estavam se cuidando. A colega do departamento havia marcado uma terapia para aquele mesmo dia, no fim da tarde. O amigo da sala ao lado, para se dar espaço, desativou as notificações do celular.
E assim, ao retornar, ela trouxe mais do que pequenos mimos e a tranquilidade familiar. Trouxe a lição silenciosa de que a pausa, longe de ser um luxo, é um passo essencial para não se perder na engrenagem diária. Os colegas, ao perceberem sua falta, foram lembrados de que, por trás de cada sorriso e cada gesto simples, reside a energia que move um ambiente, e que, para ser verdadeiramente presente, é preciso, muitas vezes, saber se ausentar.