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É cada vez mais comum as mulheres terem que se dividir entre o trabalho, família, tomar conta da casa, dos filhos e ainda manter o rendimento no emprego. Essa não é uma tarefa fácil e exige muito das mulheres, o que pode causar a chamada Síndrome da Mulher Maravilha.
“Grande parte das mulheres atualmente se sentem sobrecarregadas e se definem como “multitarefas” porque precisa desempenhar diversas tarefas ao mesmo tempo, em casa e no trabalho. Junto com as obrigações que parecem não ter fim, surge a Síndrome da Mulher Maravilha, uma condição que vem sendo observada e é usada para definir a mulher multitarefa”, explica a psicóloga Michelle Branquinho.
De acordo com a profissional, essa síndrome se manifesta quando a mulher passa a se sentir refém das pressões externas da sociedade moderna na busca da perfeição, utilizando-se de supostos superpoderes, autoiludida sobre a própria capacidade e equivocada quanto à prioridade de vida.
Conforme a psicóloga, as mulheres mais jovens que sonham em ter uma carreira profissional bem-sucedida, mas não podem abrir mão das demais atividades, são as mais afetadas pela síndrome que mantém a mulher sob estresse acentuado, robotizada, refém de si mesma e das pressões externas, inviabilizando a expansão do seu autoconhecimento, autocuidado e bem-estar.
A jornalista Ana Carolina Tavares afirma que às vezes se sente sobrecarregada, ela é casada, tem um filho de dois anos, trabalha de segunda a sexta-feira e está terminando uma especialização.
Sara Lorena da Silva, de 21 anos, está no mesmo barco, trabalha o dia todo e à noite faz um curso técnico em enfermagem. Ela tem uma filha de três anos e afirma que se sente sobrecarregada e cobrada pela sociedade.
“As mulheres têm que dar conta de tudo sempre e são muito cobradas em “fazer bem” o papel de esposa, dona de casa, mãe e além de ter que se encaixar em um padrão de beleza. A pressão e cobrança me deixam eufóricas e com o pensamento de que sou obrigada a dar conta de tudo e caso eu não consiga, o julgamento da sociedade é que fracassei”, afirma.
Ana Carolina afirma que consegue lidar com tudo graças à rede de apoio que ela tem.
“Eu conto com minha mãe, minha sogra, meu esposo e isso facilita para mim, eu vejo que para as mulheres que não contam com isso é mais difícil ainda. Também tento trabalhar a minha mente, colocar na mente que se eu não der conta de fazer isso ou aquilo tá tudo bem”, relata.
A prevenção da Síndrome da Mulher Maravilha exige mudanças não só no pensamento da mulher que está acostumada a carregar tudo nas costas, mas também das pessoas em sua volta que podem ajudá-la a identificar o problema e incentivá-la a buscar ajuda. Confira no vídeo abaixo:
Segundo Michelle, o melhor caminho é enfrentar e confrontar o sentimento de culpa que é o maior vilão. “É preciso aprender a lidar com seus limites, gerir o tempo de forma eficaz e ampliar o autodiscernimento para tomar escolhas melhores e mais conscientes, priorizando decisões e buscando autoconhecimento através da ajuda de um profissional”, destaca a psicóloga.
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