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De acordo com o World Resources Institute (WRI) Brasil, no país são desperdiçados 40 mil toneladas de alimentos diariamente. Isso coloca o Brasil no ranking entre os dez países que mais perdem e desperdiçam alimentos no mundo.

Os alimentos mais desperdiçados pelos brasileiros são:

  • Arroz, com 22% do total
  • Carne bovina, com 20%
  • Feijão, com 16%
  • Frango, com 15%
  • Hortaliças, com 4%
  • Frutas, com 4%

Há aproximadamente 7 bilhões de pessoas no mundo, e a estimativa é que, em 2050, seremos 9 bilhões. Aproximadamente 1 bilhão de pessoas não tem acesso adequado a alimentação e sofre com desnutrição e falta de alimento adequado.

“A desnutrição pode ser consequência de alimentação com baixo teor de minerais, vitaminas e outros micro nutrientes que pode levar a baixa imunidade deixando o organismo propenso a doenças”, explica a Bióloga, membro Instituto Floresta Cheia e Produtora rural de orgânicos, Elizabeth Ferreira Guimarães.

Conforme a presidente do CRBio-01Iracema Helena Schoenlein-Crusius, vivemos a maior crise sanitária em um século, com consequências sociais extremamente graves, sendo uma das mais devastadoras, o agravamento da insegurança alimentar. Para ela, o estudo da flora pode contribuir com a proposição de alternativas para a redução da desnutrição, assim também como do sobrepeso.

“Vale lembrar que uma pessoa pode ser obesa e, ao mesmo tempo, desnutrida, porque tem uma alimentação inadequada“

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, destaca que cerca de 30% de tudo o que é produzido no mundo é desperdiçado e perdido antes de chegar à mesa do consumidor. Isso provoca um prejuízo econômico estimado em US$ 940 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de R$ 3 trilhões.

“Hoje com a facilidade dos alimentos prontos e processados perdeu se o hábito de cozinhar o próprio alimento até mesmo de plantar sua própria hortinha, cultivadas de forma natural e orgânica, sem introdução de produtos químicos ou venenos, esses sim estão baixando a imunidade e ajudando a matar pessoas”, afirma a bióloga.

Segundo Elizabeth uma forma de produção de alimentos contendo propriedades completas são os cultivos naturais de hortas orgânicas, “Para isso temos diversas formas de cultivo, sendo uma delas a Agrofloresta, sistema de plantio que imita a natureza plantando em consórcio as hortaliças, frutíferas e árvores”, informa a bióloga.

Para ela, se queremos ter saúde é necessário respeitar a vida inclusive do solo e as forma de plantio. A agrofloresta ou agroecológica segue os princípios e leis da natureza produzindo e gerando matéria orgânica ao ambiente, que transforma em biomassa, que depositada no solo alimenta a vida gerando biodiversidade e promovendo a sintropia, assim enriquecendo o alimento que sai da horta e vai para nossa mesa com todos os nutrientes que o corpo precisa.

 “Na natureza espontaneamente, podemos encontrar centenas de plantas alimentícias não convencionais (PANCs) que enriquecem a dieta humana. Muitas ricas em proteínas substituindo inclusive a proteína da carne, como o Amaranto ( Amaranthus _viridis ) dentre outras. Essas plantas podem ser colhidas em nosso jardim sem nem mesmo ter trabalho em plantar, pois nascem espontaneamente por diversos espaços e Campos onde há terra”, destaca Elizabeth.

Aprenda algumas receitas com PANC:

Para ajudar a combater o desperdício no país, foi criado pela ONU um organismo para trazer todos os atores, instituições, empresas e simpatizantes que trabalhem o tema com iniciativas como o Disco Xepa, de distribuição de sopas feitas com sobras de alimentos, a produção de tecnologia pela Embrapa, o Comida Invisível, que pretende fazer um food truck para conscientizar crianças e escolas sobre o reaproveitamento de sobras na cozinha, e o Fruta Imperfeita, que comercializa alimentos considerados “imperfeitos”, tais como uma batata ou cenouras tortas.

Confira 7 formas de reduzir o desperdício de alimentos em casa, segundo a rede de Comunidades, Organizações e Pessoas (COEP):

1. Atenha-se a uma lista de compras:

Eu sei. Dica muito simples não é ? Mas não se engane, trata-se de uma das mais simples e poderosas formas de evitar compras (e despesas) desnecessárias.

Isso não quer dizer que você tenha que planejar cada coisa que vai cozinhar ou comer. Uma dica é adquirir produtos de uso amplo, como por exemplo carne moída, que pode ser usada para fazer desde hamburguers a molho a bolonhesa, ou abóbora, que pode ser consumida assada, ou virar um purê ou uma deliciosa sopa.
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2. Use seu congelador sabiamente.

Existem alguns casos em que os produtos frescos são realmente os melhores. Algumas frutas como o morango por exemplo ficam moles uma vez congeladas. Porém, muitas vezes Mas muitas vezes frutas e vegetais congelados funcionam tão bem para coisas como smoothies, salteados e sopas. E como eles ficam bons por meses e meses, apoiar-se mais neles pode ajudar os consumidores a reduzir o desperdício de alimentos quase pela metade.
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3. Armazene seus alimentos para que permaneçam frescos pelo maior tempo possível.

Quanto mais tempo você conseguir manter a comida fresca, menos provável que estrague e seja jogada fora antes de poder comê-la. Parte disso tem a ver com adquirir conhecimento sobre a melhor maneira de armazenar seus produtos e ingredientes.

Por exemplo, você pode refrigerar abacates maduros para mantê-los em seu pico por até cinco dias. E você sabia que as maçãs podem ficar frescas até 10 vezes mais (até seis semanas!) Quando você as mantém na geladeira em vez de no balcão?

Mas também se trata de ser real sobre seus hábitos alimentares. Lavar e picar alface dias antes do plano de comê-la pode, na verdade, fazer com que ela estrague mais rapidamente. Por outro lado, se lavar e picar com antecedência aumenta a probabilidade de você comer, então você deve se preparar com antecedência.
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4. Coma as comidas mais antigas primeiro

Ao procurar algum produto para comer ou planejar sua refeição verifique se há produtos que estão parados há mais tempo para que você possa usá-los antes que estraguem.

Uma dica é reservar um lugar na frente e/ou no centro da geladeira para itens que durarão apenas mais alguns dias para que você não perca o controle.

Ao trazer novos mantimentos, como iogurtes, lembre-se de botar os mais novos atrás e trazer os mais antigos para frente da geladeira.

Fazer uma varredura rápida e regular na sua dispensa pode ajudar. Considere fazer uma pequena organização da geladeira ao menos uma vez por semana, para que você tenha uma ideia do que está disponível para cozinhar.
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5. Compartilhe ou crie o hábito de doar o que você não irá consumir.

Encontrou algo na geladeira ou despensa que ainda está fresco, mas que você sabe que não vai conseguir usar? Isso acontece muitas vezes. Mas isso ainda não significa que a comida tenha que acabar no lixo. Basta compartilhar com outra pessoa, de preferência sem contato, se for alguém de fora da sua casa.
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6. Não jogue alimentos fora automaticamente com base nas datas de validade.

Você já jogou fora uma caixa de leite ou ovos só porque a data de validade tinha passado um ou dois dias? Você não está sozinho. A confusão sobre esses pequenos carimbos de data é responsável por 20% do desperdício de alimentos do consumidor ao redor do mundo.

A verdade é que as datas de validade, venda e validade apenas indicam quando um alimento está em seu pico de frescor – e não se é seguro comer.

(A única exceção é a fórmula infantil. Nesses casos é melhor seguir estritamente essas datas de validade.)

Em outras palavras, é melhor seguir com seu instinto do que viver de acordo com o carimbo de data. Um produto ainda deve ser seguro para consumo depois de decorrida a data, desde que não apresente características de deterioração, como sabor, odor ou textura estranhos.
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7. Compre produtos que não pareçam perfeitos.

Muitos produtos são jogados fora em fazendas e supermercados por serem deformados ou fisicamente imperfeitos – embora sejam perfeitamente seguros (e saborosos) para come. Comprar esses produtos feios é uma maneira fácil de mantê-los fora do aterro sanitário, e há muitas maneiras de fazer isso.

Hoje no Brasil alguns sites já passam a oferecer esses produtos por valores até 50% mais baratos: São o B4Waste, Restin, Fruta Imperfeita e mais recentemente Gander, vale a pena conferir cada um deles e aproveitar.

Iniciativas que estão fazendo a diferença no descarte de alimentos:

  • #SemDesperdício: Lançada pelo WWF-Brasil, Embrapa e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, a iniciativa nasceu para ampliar a consciência dos consumidores brasileiros sobre o desperdício de alimentos e gerar um impacto positivo na mudança de hábitos de consumo alimentar. No site existem dicas e boas ideias que já estão em prática.
  • Banco de Alimentos: O projeto recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio, mas ainda estão perfeitos para consumo humano e distribui às instituições sociais cadastradas.
  • Mesa Brasil Sesc: A iniciativa é uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício: busca onde sobra e entrega onde falta. Além disso, O Programa desenvolve ações educativas nas áreas de Nutrição e Serviço Social com o objetivo de promover a alimentação adequada, a reeducação alimentar e fortalecer as instituições assistidas.

Confira a entrevista da Bióloga Profa. Dra. Ana Lydia Sawaya sobre a desnutrição:

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