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O abandono de animais domésticos no Campus Samambaia da UFG vem crescendo nos últimos anos, apesar de ser crime

Em 2020, a Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) da Universidade Federal de Goiás (UFG) fez uma publicação sobre o abandono animal durante a pandemia, e o problema segue afetando a sociedade universitária. Sobre o assunto, a professora do Departamento de Zootecnia, Kellen de Sousa Oliveira, defende a posição da instituição,

[…] A EVZ possui vários projetos de extensão com o tema principal sobre Guarda Responsável, onde alunos e docentes promovem eventos em praças, parques, escolas reforçando a importância da castração dos animais, de não deixá-los soltos na rua, de não abandonar os animais e fazer os cuidados básicos de saúde, pensando no bem-estar animal e humano.”, explica Kellen.

Além disso, a professora responsabiliza a falta de políticas públicas governamentais relacionadas à Guarda Responsável como causa principal do abandono animal.

A adoção, por sua vez, também é bem-vinda, segundo Kellen, promovendo a esses animais do campus boas condições de vida.

O problema prova-se crítico, tendo alunos de outras áreas notando a situação, como o acadêmico Adan Neto, do curso de Jornalismo, testemunha ocular de seu agravamento,

[Os animais estão] espalhados por todo campus, mas principalmente em regiões de lanchonetes e restaurante, como o DCE e o Delícias. […] Alguns estão machucados, com cicatrizes de possíveis maus tratos ou até mesmo de acidentes.”, explica Adan.

Existem casos, porém, de ataques animais, como ocorreu com Isadora Martins, graduanda de Jornalismo, atacada por um cachorro em um dos Centros de Aulas do campus.

O cachorro se aproximou e eu achei que ele queria carinho, mas já veio mordendo. […] Acho que não foram mordidas agressivas, mas o abandono pode sim ter responsabilidade nisso: a falta de um tutor fez com que o cachorro crescesse sem saber que as mordidas machucam, e ele não foi educado para agir de acordo com o tamanho dele.”, explica Isadora.

Lucas Silverio Parreira, advogado com atuação ambientalista, elucida o viés legal da prática do abandono, destacando a lei que o tipifica como crime

Em 2020 houve uma majoração da pena […] e essa conduta passou a ter a pena máxima de cinco anos, incluída pela Lei nº 14.604 prevista no artigo 32 da Lei nº 9.605/98.“, explica Lucas.

Ainda, indica os canais de denúncia, quando presenciada uma cena desse abuso, sendo esses o 190 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Civil Metropolitana). Juntamente à ligação, a documentação do fato por meio de fotos e vídeos facilita a queixa.

3 thoughts on “A questão do abandono animal cresce na UFG”
  1. Excelente texto!
    Espero que essa questão não demore a ser solucionada, prezando tanto pela qualidade de vida dos animais quanto dos frequentadores da Universidade.

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