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A constante mudança no mercado de trabalho e a grande concorrência na área de comunicação dificulta os profissionais recém formados e prestes a se formar a ingressarem na vida profissional, ocorrendo assim uma falta de oportunidades para os novos jornalistas. Devido à grande concorrência por vagas de emprego, as empresas valorizam cada vez mais um currículo rico em experiências.

O crescimento constante do jornalismo nas últimas décadas e as novas propostas de comunicação exigem dos graduandos e recém-formados um alto nível de intelecto, além de experiências que excedem a matriz curricular básica do jornalismo.

O jornalista e tutor de jovens aprendizes na RENAPSI, Abner Marcelo Alves, destaca sobre a importância de se manter em constante evolução. “A gente tem várias vertentes, já que a gente passa por uma industrialização. Passa por um conceito de novas propostas de comunicação, com redes sociais, plataformas diversas e é importante a gente saber se englobar e saber se comunicar com essas áreas, porque se a gente parar pra pensar no mundo que a gente vive hoje com as tecnologias que estão adjacentes, que estão crescendo, elas estão mudando a nossa rotina e a nossa forma de se comunicar”, conta.

📷 Abner Marcelo/ Acervo Pessoal

Pensando na forma que é preciso se adaptar para a ampla área de comunicação, Abner garante a necessidade do recém-formado em se moldar às esferas em que se é exposto. “Se a gente pensar em formação para o mercado de trabalho, veremos que o mercado está exigindo um profissional mais completo, principalmente quando falamos de comunicação. Se você é uma pessoa que escreve no impresso, logo eles vão querer que você saiba diagramar ou editar sua matéria, se você é uma pessoa que fotografa e se dá bem com aparelhos digitais, eles vão pensar em você como um fotógrafo e editor de fotos, vídeos, áudios e outras coisas. O mercado exige isso cada vez mais do profissional, dentro da universidade a gente tem que saber  usufruir daquilo que ela oferece, como curso, os equipamentos, não só a teoria, mas também a prática”, finaliza.

Com as constantes evoluções em relação às tendências da área de comunicação, a jornalista do Diário do Estado, Maria Paula Borges, revela a forma que lida com a quantidade de referências. “O jornalista tem que sempre saber de tudo um pouco que está acontecendo no mundo e isso acaba gerando uma explosão na mente, muitas vezes por conta da quantidade de informações. Mas para se manter atualizado basta ler bastante, escutar bastante e escrever bastante”.

A jornalista, que foi efetivada no cargo logo após o fim do período como estagiária, passou por momentos de aperfeiçoamento até assumir sua posição como profissional de comunicação. Ao observar as exigências do mercado de trabalho, Maria Paula evidencia as habilidades necessárias para a área do jornalismo.

“O mercado exige muito o interesse do jornalista, tem algumas vagas de emprego meio absurdas que exigem que você seja expert em tudo, que seja designer, social media, jornalista, assessor etc. Em um geral, o mercado exige muito uma escrita excelente e boa comunicação, além de claro, educação e sabedoria na forma de abordar suas fontes”, conta.

De acordo com Clara Oliveira, estudante de jornalismo do sexto período na Universidade Salvador (UNIFACS) e estagiária no Jornal Massa de Salvador-BA, a principal dificuldade enfrentada para conseguir boas oportunidades na área da comunicação é a grande exigência de se manter altamente atualizado sobre as novidades do mercado. “Devido a vasta área do mercado e a forma em que a comunicação está se desenvolvendo para outras áreas, tem se tornado essencial o graduando ter um pouco de noção em todas as coisas, é necessário aprender a ser social media, fotógrafo e até ter noções sobre publicidade e marketing. Acabamos sendo forjados a fugir um pouco da nossa devida área de natureza”.

Clara fala também sobre sua área de interesse, já que está prestes a concluir a graduação.
“Me identifico com o Jornalismo Esportivo. Como em todas as outras áreas da comunicação, o esportivo é bastante concorrido. O número de vagas de emprego é sempre menor em relação ao número de interessados, as oportunidades são baixas, a maioria das vagas são conseguidas por meio de indicação – tudo isso acaba dificultando mais ainda o processo para ingressar na área”.

Por fim, a jovem estudante cita a importância de incluir cursos complementares que buscam enriquecer e potencializar o conhecimento, como por exemplo, cursos de outros idiomas, que podem ser porta de entrada para busca de mais oportunidades em outras localidades, até mesmo fora do Brasil.

“Sendo a área da comunicação tão constante em mudanças, é importante a conclusão de outros cursos complementares. A grande concorrência por vagas de emprego no jornalismo, acaba fazendo com que os contratantes se interessem mais pelos candidatos que apresentam maior nível de conhecimento, podendo assim, agregar mais dentro de uma organização”.

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