Vinícius Mercez, piloto goiano da Fórmula Delta, fala sobre sua trajetória no esporte a motor: ‘A maior dificuldade em relação ao automobilismo é, realmente, o baixo apoio que a gente tem no Brasil.’

Após etapa da F-Delta em Goiânia, ocorrida entre os dias 28 e 29 de outubro, Vinícius Mercez fala sobre dificuldades, resultados, objetivos e anseios futuros dentro do automobilismo.
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Para chegar às principais categorias do automobilismo ou, até mesmo, à Fórmula 1, considerada o pináculo do esporte a motor, são necessários anos de dedicação que se iniciam ainda na infância e adolescência dos pilotos que sonham em viver da velocidade. Um deles é o goiano Vinícius Mercez, de 16 anos, que, atualmente, corre na Fórmula Delta. Apesar da pouca idade, ele possui em sua carreira títulos muito relevantes no cenário do kartismo nacional: foi campeão paulista e bicampeão goiano, além de ter sido vice da Copa São Paulo Light, da Copa Brasil e do Circuito Paulista. E Mercez não pretende parar por aqui.  

No ano passado, Vinícius iniciou a sua transição dos karts para os fórmulas em um treino livre da Fórmula Delta, realizado no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia. Agora, em 2023, ele participa — efetivamente — do grid da categoria e conquista resultados notáveis. Assim, a equipe do Lab Notícias entrou em contato com o piloto para conhecer mais da sua história, dos seus objetivos e anseios futuros. Confira a seguir: 

Vinícius Mercez pilotando seu carro
Vinícius Mercez em Interlagos (Imagem: Reprodução/Jackson de Souza)

Lab Notícias: Primeiramente, você pode se apresentar?  

Vinícius Mercez: No kart, meu nome é Vinícius Costa Mercez. No automobilismo, só Vinícius Mercez, mesmo. 

Lab Notícias: Como começou o seu interesse por automobilismo?  

Vinícius Mercez: Meu interesse por automobilismo começou mais a partir do meu pai; ele que me levou, aos 4 anos de idade, para correr pela primeira vez de kart. Ele correu até seus 30 anos de idade, mais ou menos — mas nada profissional, mais por brincadeira. Porém, a paixão nunca sumiu. 

Lab Notícias: E a sua carreira? Qual foi o pontapé inicial para que você começasse a buscar a profissionalização no meio? 

Vinícius Mercez: Foi na época da transição dos meus 11 para 12 anos que aquilo parou de ser uma brincadeira. Eu sempre levei muito a sério, mas foi aos 11 anos que meus pais me perguntaram se era realmente aquilo que eu queria seguir para sempre. E foi a partir de então que a gente começou a ir mais para São Paulo, focar mais lá, que é onde tinha e tem mais visibilidade nesse âmbito, na verdade. 

Lab Notícias: Qual a corrida mais memorável da sua carreira?  

Vinícius Mercez: Eu acho que a corrida mais memorável da minha carreira foi quando eu ganhei Interlagos pela primeira vez, em 2017. Além dessa, outra em Interlagos, mas em 2019, quando garanti o título do campeonato paulista, que é a Copa São Paulo de Kart. 

Lab Notícias: Como foi a sua transição dos karts para os fórmulas? 

Vinícius Mercez: Minha transição de kart para o fórmula foi sem muitas dificuldades. Aconteceu ano passado, aqui em Goiânia, mesmo. Eu consegui fazer um treino de meia hora pela Fórmula Delta, porque eles vieram para cá no final do ano, e eu fui relativamente muito bem, fazendo, acho, que um quarto ou um quinto tempo, mesmo entre os meninos que já estavam correndo durante a temporada toda. 

Lab Notícias: E você pretende seguir sua trajetória nos fórmulas ou pensa em se aventurar por outros meios, como o turismo, que tem, também, bastante relevância no Brasil? 

Vinícius Mercez: Então, eu penso, sim, em fórmula. Eu gosto de turismo, mas não é aquela paixão que nem a que eu tenho por fórmula. Por fórmula eu tenho a paixão de ser um carro monoposto, que tem uma aceleração muito rápida, uma desaceleração muito rápida e um estilo de guiada que eu gosto mais.  

Lab Notícias: Qual a maior dificuldade que, na sua opinião, um piloto das categorias de base do automobilismo pode enfrentar?  

Vinícius Mercez: A maior dificuldade em relação ao automobilismo é, realmente, o baixo apoio que a gente tem no Brasil. Então, com isso, praticamente todo o dinheiro tem que vir do nosso bolso e de patrocínio, que é muito difícil, porque não tem visibilidade, então não vai ser todo mundo que vai estar disposto a apoiar um sonho desse.  

Lab Notícias: Como você avalia sua temporada na F-Delta? 

Vinícius Mercez: Eu avalio minha temporada da Fórmula Delta como uma temporada de muito aprendizado, em que eu consegui extrair muito de como era guiar um Fórmula pela primeira vez, então foi muito produtiva com isso. 

Lab Notícias: Na última etapa, aqui em Goiânia, você enfrentou problemas técnicos no bólido e, por isso, os resultados foram um pouco complicados. Mesmo assim, como foi poder contar com o apoio da torcida goiana, além de seus amigos e familiares, em um momento como esse?  

Vinícius Mercez: É, aqui em Goiânia foi um pouco complicado, mas ter o apoio da família, dos meus amigos e de todo mundo fez com que o clima de quebra e problemas técnicos fossem, entre aspas, supridos, porque ter o apoio de todo mundo foi muito bom. Mas, claro, eu queria ter um resultado muito bom aqui em Goiânia, ainda mais por estar em casa. Porém, infelizmente, não é sempre que a gente vai ganhar. 

Lab Notícias: E, por fim, você pode dar um “spoiler” dos próximos passos da sua carreira ou quer deixar um mistério em relação ao que podemos esperar daqui pra frente? 

Vinícius Mercez: A gente está tentando buscar subir de fórmula ano que vem, não é certeza, mas vamos ver, depende de muita coisa, de patrocínio, mas se tudo der certo a gente muda de categoria no ano que vem. 

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