A acessibilidade da cultura teatral goiana: entrevista com Gabriel Cardoso

O ator e diretor teatral fala sobre a acessibilidade da cultura teatral goiana, as dificuldades daqueles que fazem teatro independente e ainda conta sua trajetória
dez 18, 2023
Tempo de leitura: 20 min

Buscando compreender o cenário do teatro, entender as dificuldades enfrentadas pelos atores e diretores teatrais dentro do contexto goiano, e ainda, falar sobre a acessibilidade da cultura teatral, a equipe do Lab Notícias entrou em contato com o diretor, ator e professor de Teatro, Gabriel Cardoso.

Lab Notícias (LN): Como você se apresentaria? Quem você diria que é o Gabriel Cardoso enquanto diretor e dentro do espaço artístico goiano hoje?

Gabriel Cardoso: Eu ainda me pego refletindo sobre essa pergunta, sobre o que sou. Como artista me apresento como Gabriel Cardoso, mas ainda tentando entender qual é o papel que eu ocupo dentro do cenário cultural, artístico goiano. Então, eu vou falar mais especificamente que eu sou da cidade de Anápolis. Eu me vejo hoje atuando ativamente, trabalhando com teatro, montando espetáculos profissionais, espetáculos para as escolas. Então, eu acredito que ainda estou nessa busca,  e tentando me entender, que movimento é esse que eu faço. E ao mesmo tempo, eu percebo que é importante, porque ser artista é ser um agente político, mesmo que às vezes a gente nem se perceba como agente político, mas é fundamental, eu vejo que a minha luta, a minha trajetória dentro do cenário cultural anapolino, e consequentemente goiano, é importante. Eu acho que a gente ainda só não consegue entender essa importância, vendo de dentro. Eu não consigo, eu não tenho esse olhar. É uma ótima pergunta, porque eu ainda não consigo ver isso de fora. Mas eu acredito que, de certo modo, como indivíduo, primeiramente, e como artista, eu acredito que a minha atuação, a minha presença como uma pessoa preta, homossexual, ela tem a sua importância, ela é significativa. Mas talvez eu não consiga elaborar isso de uma maneira mais contundente.

LN: Quando você conheceu o Teatro e o que te levou a decidir pela profissão de professor e diretor das artes cênicas?

Gabriel Cardoso: É engraçado, a minha relação com o teatro, ela começa dentro da escola, quando eu fazia o oitavo ano, nem existia o nono ano, eu fazia o oitavo ano. E essa relação com teatro começa ali dentro, com uma aula livre, no contraturno, de um professor que foi oferecer aulas lá dentro, ele era concursado do município, então acho que ele tinha algumas horas para complementar a carga e ele acho que fazia essas horas dentro da escola municipal. O que foi da escola municipal João Luiz de Oliveira, aqui de Anápolis, o que foi super importante pra mim, porque foi onde eu conheci o teatro, acho que na época eu tinha 12 ou 13 anos, não lembro certo, e foi onde alguma coisa me despertou. No ensino médio, eu pouco fiz teatro, porque eu fiquei só seis meses fazendo esse teatro no período da tarde, eu estudava de manhã e fazia a aula de teatro, acho que duas vezes na semana no período da tarde. No ensino médio, meu contato com o teatro, ele não existiu, mas existia dentro de mim uma angústia pelo fato de alguma coisa em mim se movimentou ao fazer teatro.

 Eu comecei a trabalhar na indústria, menor aprendiz, enfim, foi um momento meio tempestuoso pra mim, ao mesmo tempo positivo, porque é onde eu tive meu primeiro emprego. Quando eu saí, eu fui demitido de uma das empresas, da primeira empresa que eu trabalhei, eu comecei a fazer teatro escondido da minha família, porque existia uma série de questões: primeiro, por ser pobre, segundo, eu era um homossexual que tinha uma dificuldade muito grande em aceitar, até mesmo porque eu vim de um lar evangélico, e também pelo fato de que fazer teatro, se envolver com qualquer modalidade artística que seja, ainda mais homens, é visto como algo do feminino, como se o feminino fosse uma coisa ruim, ou só mulheres fazem isso na verdade, um homem fazendo é uma coisa estranha, é gay, drogado, mulher quando faz também tem os preconceitos a respeito disso, é puta, mexe com isso, com aquilo. 

E a minha relação com teatro começa dessa forma, mas é uma história muito longa, e eu quis me profissionalizar porque eu dentro da escola de teatro de Anápolis eu conheci profissionais que eram atores, atrizes profissionais e além de serem professores, também eram diretores e atuavam em peças fora a escola de teatro de Anápolis. Então aquilo me encantou, que há outros caminhos, porque na época quando se falava em teatro tinha-se esse desejo muito forte de ir para televisão, de ir para o cinema, e ainda existe isso e é super natural também, mas eu fui entendendo que os caminhos do teatro, eles também são amplos e não é somente fechado ao desejo de ser uma figura famosa, e não estou aqui fazendo nenhum juízo de valor, quem o deseja, mas foi importante ver os meus professores em outras atuações dentro do teatro, que me possibilitou entender que é uma profissão que tem outros caminhos super importantes das quais eu posso exercer e hoje eu as exerço. Eu sou ator, eu sou diretor, eu sou professor e gosto muito desse movimento. Então, essa relação para mim é super importante, dentro da faculdade eu aprimorei ainda mais esse olhar, me profissionalizei, fui para o lado da docência também. Então, eu acho que o papel, o contato com os professores, isso fora universidade e depois quando eu entrei na universidade em 2010, eu já tinha uma bagagem de teatro, foi onde o mundo se abriu, melhorou na verdade a minha visão de mundo, não vou dizer nem melhorou, mas ampliou. Então, essa relação com o teatro, com a universidade, com os professores de teatro fora universidade foi crucial para mim.

LN: Existe algo dentro das Artes Cênicas que você vê como exclusivo dessas Artes e que, portanto, as diferencia dos outros tipos e determina o seu público-alvo?

Gabriel Cardoso: É engraçado. Essa é uma pergunta que se fez muito durante a pandemia, sobre o que difere o teatro das demais expressões artísticas ou o que é teatro. E responder o que é teatro, tentar dar uma resposta exata, vou até arriscar aqui numa resposta cartesiana, o que define o teatro, o que é o teatro, é perigoso. O teatro, dentro desse escopo do que é o teatro, do que é o exercício do teatro, por assim dizer, é de uma complexidade abundante, ao mesmo tempo de uma facilidade muito grande de entender o que é o teatro. O teatro é uma arte da presença, logicamente que existem outras vertentes, expressões artísticas, por assim dizer, que também são da arte da presença. Mas o teatro requer a presença, a presença física do espectador, o olhar atento do espectador, os ouvidos do espectador, dependendo da modalidade do teatro, há expressões hoje, há movimentos teatrais que não requer o olhar mas requer a audição, requer a presença do espectador. 

Eu Tive uma experiência no período da pandemia de um espetáculo, eu não vou lembrar o nome do espetáculo, mas é do grupo Magiluth e ele foi pensado para ser à distância, por conta da pandemia e até mesmo nesse exercício da distância ele requer a presença, a presença ativa nesse espectador. Algumas coisas iam chegando no meu celular, no meu computador, e vou dizer que o espetáculo acontecia nesse universo do celular e computador, mas requeria de mim a presença o mesmo que distante, os olhos atentos, os ouvidos atentos e a autonomia ao mesmo tempo. Então, independente se o teatro ele requer a presença física no espetáculo, a presença no distanciamento, ele requer um público, um público que seja provocado a algo, ele quer provocar o público e quer que o público provoque de volta, eu acho que as reflexões antes e depois da pandemia ressaltam muito grande isso. Eu acho que não existe um público-alvo do teatro, eu acho que existe um público, como um espetáculo que acontece na rua, o público ali é o que interessa, mas nem todo mundo é o público-alvo, por exemplo, uma peça que começa a acontecer no meio de uma praça pública, quem está ali alguns vão assistir, vão se interessar, outros não, então acredito que exista um público-alvo mas isso não é um fator determinante do teatro.

LN: Embora não seja consenso, alguns estudiosos consideram as Artes Cênicas e Performáticas como a 5ª arte – uma união entre dança, música e teatro. Possuindo tamanha importância, é inegável que o teatro impacta consideravelmente na cultura de uma sociedade. Quais impactos das Artes Cênicas você destacaria como sendo os que mais se sobressaem? Como o Teatro interfere na sociedade e nas pessoas que compõem a sociedade?

Gabriel Cardoso: Eu até entendo porque alguns estudiosos não consideram as artes cênicas performáticas como a quinta arte porque embora ela possa se valer, por assim dizer, de outras vertentes cênicas dentro de um único espetáculo, por assim dizer, vamos pensar um musical que tem dança, música, atores, porque há uma relação também sobre essa questão da performance, se é teatro ou não, isso é uma discussão para além. Eu acredito que na sociedade o teatro tenha perdido muito a importância, a potência, no sentido de interesse do público, ao mesmo tempo, e talvez isso seja uma reflexão, pós pandemia a gente sentiu essa fragilização do teatro quanto a arte que ainda arregimenta, chama um público grande. Porque, comparado com outras expressões artísticas, vamos pensar um show, que mobiliza muita gente, um filme a depender do que é, o quanto é esperado, um filme mobiliza muita gente. O teatro mobiliza pessoas, mas ele tem um alcance um tanto mais limitado, mesmo um espetáculo que entra em turnê, ele tem um alcance limitado. E Esse limitado não significa que limite a potência do teatro, mas hoje, diante do enfraquecimento do teatro, acredito que isso seja por uma série de fatores, a popularização de muita coisa, de séries, TikTok, Instagram, acredito que isso tenha afastado um tanto o público do teatro, do interesse pelo teatro. 

Mas ao mesmo tempo, há um movimento contrário, pós pandemia, que também hoje há espetáculos que estão lotados. Eu acho que a ausência de poder sair, de poder apreciar um espetáculo, de assistir uma peça, um musical, tem chamado o interesse do público depois de um hiato, um jejum forçado de apresentações artísticas presencialmente, e eu acho que esse é um grande fator, poder consumir arte, nós não sabíamos o quanto isso era importante e na pandemia a gente viu que ser privado de assistir, de estar presente assistindo a uma obra artística, foi muito delicado. Primeiro que essa possibilidade de ir é formidável, você ir ao teatro, não somente ir porque também hoje muitos grupos repensaram as suas formas de fazer teatro, essa é uma das grandes mobilizações dos grupos de teatro, dança, performances, que já era uma discussão antes mas pós pandemia isso ficou ainda mais evidente, como pensar trabalhos artísticos que não sejam exclusivamente para dentro de uma caixa cênica? Vamos pensar aí um teatro convencional, como pensar o teatro para fora desses locais específicos onde as artes acontecem? Até mesmo para que o público possa democratizar. 

Eu acho que a grande questão que se discute hoje é democratizar o acesso ao cultural e como as pessoas podem consumir essas apresentações, as performances, o ganho cultural hoje dos movimentos, dos artistas, é esse movimento de pensar como chegar ao público por outras formas, porque há quem goste de ir assistir um espetáculo sentado, há quem quer ir assistir outras formas de teatro, e isso é importante esse é um dos maiores ganhos das artes cênicas. Que não é novo, isso já é um movimento antigo, mas eu acho que pós pandemia, julgo dizer, esses movimentos, esses pensamentos, essas reflexões com os espaços onde esses espetáculos, as apresentações acontecem, se tornaram ainda mais importante. E fora o diálogo entre o teatro e o visual também, muitos espetáculos hoje estão levando para dentro das apresentações essa multi linguagem do audiovisual que está presente em muitos espetáculos, já era muito presente antes mas pós pandemia isso cada vez ficou mais evidente, como dialogar com isso dentro da cena. Porque o nosso público também, de certo modo, ele está um pouco mais exigente, talvez ele nem saiba que é exigente mas ele está intuitivamente exigente, por assim dizer.

LN: Enquanto diretor teatral, professor e membro de uma companhia de teatro/de cultura, qual setor da sociedade você vê como maior contribuinte para a disseminação da cultura cênica no cenário atual? Seriam as instituições públicas, as organizações sociais ou as companhias independentes – ou, ainda, outro setor que atua na área senão esses três?

Gabriel Cardoso: É muito delicado porque o setor cultural, vou falar aqui da minha alçada, que é o teatro, e isso ainda mais voltado para dentro de Anápolis, mas eu vou tentar jogar essa projeção para fora. Por exemplo, há períodos em que o teatro foi muito potente por uma questão de governo, vamos pensar no governo federal, quando o governo federal identifica e reconhece a importância das artes, há um incentivo massivo que desencadeia também no setor privado, se a gente voltar para trás e olhar o movimento cultural que o governo Lula exerceu sobre as artes no modo geral, não estou dizendo que foi às mil maravilhas, então você via também segmentos do setor privado se tornando financiadoras de projetos culturais. Quando troca de governo e isso deixa de ser importante, há também um movimento do setor privado que retrocede, seja por questões econômicas, crises, então de certo modo, por isso que eu falo, ser artista é ser um agente político e é importante estar entendendo como a política, política cultural, política pública, interfere também nas produções culturais, isso é fato. 

Agora se a gente for olhar com mais proximidade ocular os grupos que se formam, aí é como esses grupos se articulam, seja via trabalhos, vendendo seus espetáculos, fazendo trabalhos paralelos ou como eles se articulam com leis de incentivo, e vou dizer que nenhum grupo vive exclusivamente de leis de incentivo, porque há muitos grupos, sejam eles grupos que já começaram independentes e hoje já têm uma trajetória muito grande, já têm 15, 20 anos de existência, grupos independentes que formaram há 2, 3 anos se formam pensando nessas leis digitais, mas numa possibilidade de conseguir o seu trabalho independente das leis digitais, entendendo que elas também são um caminho. Não há aqui uma fala que demoniza a participação de lei digital, de incentivo, na verdade, de municipal, estadual ou privada. Pelo contrário, elas existem e os grupos devem, precisam se movimentar para isso, mas há grupos que estão entendendo como é esse mercado ou vão fazendo outras articulações para o dinheiro entrar para fazer manutenção desse grupo, seja como eu disse em lei digital ou seja fornecendo outros trabalhos artísticos do grupo. Como aqui em Anápolis eu vejo alguns que fazem peças dentro da escola, que fazem trabalhos para empresas, mas tudo na área da atuação, do ator, da atriz.

 Então é muito delicado responder o que é e o que não é, o que eu posso dizer é, quando há um olhar atento, seja do governo federal ou do governo estadual, que entende e valoriza os artistas, tanto o setor privado, tanto o setor estadual, municipal se movimenta, e ao mesmo tempo, é como os grupos também se movimentam para isso. Eu acho que é uma resposta muito aberta, porque isso eu estou falando de uma realidade de Anápolis, agora se eu pensar isso a nível nacional, há uma série de questões a serem pensadas. 

LN: Quanto ao setor financeiro de várias apresentações, qual é a principal fonte de financiamento dos espetáculos independentes? Quando um espetáculo é selecionado pelo Fundo Municipal de Cultura, o Fundo realmente consegue cobrir todas as despesas ou, ainda assim, são os atores, diretores e pessoas envolvidas na montagem que arcam com esses custos?

Gabriel Cardoso: É o que eu estava falando, né? Não, o fundo não consegue custear todo um trabalho que se pensa, porque há valores específicos para o que você pensa em fazer, se você tem manutenção de grupo a depender da quantidade de pessoas do seu grupo, existe valor X deste edital para 3, 4 pessoas do grupo, se você é um grupo que tem 7 pessoas o valor é X, então você tem todo um trabalho de repertório ou de ações que você quer desenvolver que quando você coloca isso na ponta do lápis, nas planilhas, você vai entendendo que o fundo municipal, estadual, ele é um fôlego para o trabalho do artista e super importante mas ao mesmo tempo ele dá o norte de como você se guia, isso depende de como os grupos se organizam, de como você segue com os seus trabalhos para fomentar outras formas de renda, seja de bilheteria, seja vendendo esse espetáculo para festivais, seja vendendo esse espetáculo para alguma instituição ou fazendo outros trabalhos paralelos, mas dentro do que o grupo desenvolve, então uma série de questões. 

Os fundos estaduais, municipais, privados, eles são fundamentais para a popularização, uma democratização do fazer cultural para o público, para a sociedade, para a formação de novos artistas que virão, mas ele não custeia todo o trabalho do artista, porque existe “cada edital é um edital” mas existem valores pré-estabelecidos onde o que você pensa em fazer, que às vezes requer mais dinheiro, mas você tem que fazer caber dentro de uma verba que já está pré-estabelecida. Se você tem um espetáculo, que você tem muita coisa para fazer e no grosso ele vai custar R$ 70 mil, tem um edital que você vai submeter ele que o valor é R$ 50 mil. Então há toda uma reorganização do grupo, da direção, da produção desses grupos para que o espetáculo caiba em R$ 50 mil. Então logicamente isso não custeia todos os custos de um trabalho.

LN: Nas suas experiências, principalmente aqui dentro do Estado, você vê uma grande adesão do público à cultura teatral ou ainda falta valorização, da sociedade, desse ramo cultural? E quais seriam os fatores causadores dessa situação – seria falta de divulgação, pouco interesse do público, um grande espaço de tempo entre as produções? Nesses casos em que há pouca audiência, de que forma a quantidade insatisfatória de espectadores afeta no financiamento dos espetáculos?

Gabriel Cardoso: O teatro, eu não vou lembrar quem disse isso, mas o teatro é uma das artes que resiste. Eu acho que todas as expressões artísticas, de certo modo, têm buscado resistir a esse tempo. Mas o teatro é uma das artes que mais sofreu com a queda de público, embora ainda hoje tenha uma grande presença do público, mas em localidades e quem é a pessoa que está apresentando, por exemplo, se é alguém famoso na televisão, então isso de certo modo arregimenta uma quantidade maior de público, e ouso dizer que há pessoas famosas com stand-ups, espetáculos, que também têm sofrido com a queda de público presencial em seus espetáculos. Eu vou ser bem honesto, eu não acho que é o desinteresse do público, da sociedade, eu não sei dizer ao certo qual é o movimento disso, acho que a gente vive um momento muito digital e nem acho que isso é a grande figura antagônica da presença do público nos espetáculos, mas ao mesmo tempo isso influencia. A gente vive uma era digital, uma era do consumo digital, então você pode ter uma figura super conhecida na internet que lota um teatro, e pode acontecer de ser uma pessoa com um grande público na internet que não enche, não lota os seus shows.

 Então, entender hoje esse movimento da sociedade é muito delicado, mas ao mesmo tempo há o desinteresse, a digitalização da forma como a gente interage com os conteúdos hoje. Isso é muito delicado, acho que, e aí é que está a grande questão é, como o artista de certo modo articula o seu trabalho para… e aí é uma coisa que é sacrificante,  para atrair a ter interesse do público, o que ele está falando e como isso é falado, gera o interesse do público. Ao mesmo tempo que a divulgação também é precária, eu vejo hoje que dentro dos meios de comunicação, jornal, páginas na internet que antes divulgavam com mais frequência, hoje divulgam menos, não sei se pelo desinteresse crescente do público ou se o desinteresse mesmo dos produtores de conteúdo hoje, dos meios de informação, não querem mais falar isso, porque a gente está muito envolvido em fofoca, em memes que essas fofocas geram, então saber que vai ter uma apresentação talvez não chame mais o interesse do público, da sociedade. 

Então, são uma série de questões a serem pensadas, mas tudo é uma questão de como se movimenta diferente, então quando se tem um meio de comunicação com interesse em divulgar e popularizar que há espetáculos acontecendo, que há exposições, danças, performances acontecendo, isso vai chegar em mais pessoas. Agora, se esses meios de comunicação em massa, por assim dizer, se desinteressam e pouco querem divulgar, isso também reflete na presença do público. Então, é muita coisa a ser pensada.

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