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Tradicionalmente, o período de férias no Brasil é disponibilizado nos meses de janeiro, julho e dezembro. No entanto, algumas instituições estão enfrentando uma certa dificuldade em relação a oferta nesses períodos, essa situação acaba gerando um certo desconforto tanto para alunos quanto para professores.
A Universidade Federal de Goiás (UFG) é um exemplo dessa situação, de ter que disponibilizar férias em períodos completamente contraditórios do que o esperado, reduzir a duração de alguns períodos e também interromper semestre com recessos. As últimas férias, por exemplo, foram ofertadas em setembro do ano passado, resultando no começo de período em outubro e finalização apenas no início de fevereiro. Isso resultou em aulas até a véspera do Natal, havendo apenas um curto intervalo durante as festas de fim de ano.
Impactos na vida acadêmica e pessoal
Em entrevista, Guilherme Gonçalves, estudante de Jornalismo da UFG, relata um dos grandes problemas que enfrenta devido essa situação. Ele menciona como as aulas em períodos como dezembro, atrapalha as oportunidades de passar um tempo com sua família e também destaca a dificuldade de conciliar os trabalhos acadêmicos nesse período de festa.
Eu acho muito desanimador estudar em períodos nos quais todos estão de férias, como por exemplo, nas férias de dezembro, quando toda a sua família tem planos de viajar e se reunir para passar um tempo com as pessoas que gostam, mas infelizmente, você não pode participar, pois tem o dever de fazer provas, trabalhos e cumprir suas obrigações da faculdade.
Iara Brito, estudante de Jornalismo também na UFG, comenta sobre os impactos que isso causou não apenas em sua rotina, mas também na interações com amigos de outras instituições. Além disso, Iara relata como isso dificultou em planejar atividades pessoais com sua família.
Esse desalinhamento acaba confundindo bastante a nossa cabeça e, principalmente, a das pessoas de fora. Muitas vezes, quando o nosso período está terminando, o de outras universidades está começando, e vice-versa. Há períodos em que toda a minha família está de férias, querendo viajar, mas eu, por exemplo, não posso, pois não estou de férias e acima de tudo tenho trabalhos a serem entregues.
O Professor Substituto Mário Manzi relata um dos problemas enfrentados por ele devido à interrupção no meio do semestre causada por recessos, e segundo ele essas pausas acabam comprometendo o aprendizado.
Essa interrupção causada pelos recessos e a continuidade do semestre após as festas traz alguns problemas relacionados à continuidade da disciplina. Assim, há uma perda de conteúdo, e muitas vezes o aluno fica um tempo no meio do semestre sem contato com aquele assunto específico, o que acaba gerando problemas de compreensão e seguimento.
Compreenda a causa e o processo de regularização.
Para explicar com clareza a respeito desse assunto, entrevistamos Eline Carneiros, Pró-Reitora Adjunta de Graduação para discutir os motivos por trás do desalinhamento acadêmico.
O que levou o calendário de graduação a não estar compatível com o ano civil foram consequências relacionadas ao período da pandemia. Cancelamos o semestre e ficamos um tempo sem atividades presenciais e acadêmicas, mas a universidade implementou medidas para o enfrentamento da pandemia. Portanto, o desalinhamento do calendário se deu devido a esse período que ficamos afastados, no qual ocorreu esse descompasso entre o calendário acadêmico e o calendário civil.
Eline fala sobre os métodos adotados para a regularização do calendário e compartilha as estratégias implementadas para cumprir o ano letivo conforme a legislação.
Para regularizar o calendário, sabemos que devemos cumprir os dias letivos de acordo com o que a legislação preconiza. Por conta disso, a cada ano desde que retornamos de forma presencial, estamos diminuindo esse distanciamento. Neste ano de 2024, conseguimos, com o calendário aprovado, fazer esse alinhamento, começando o período em 18 de março e finalizando no dia 21 de dezembro.
Em entrevista, Eline Carneiros acrescenta que compreendem os impactos que essas férias fora de época causam nos servidores, docentes e alunos que têm filhos de férias enquanto estão em período letivo. Eline reconhece as dificuldades enfrentadas, mas destaca que é necessário cumprir os dias letivos, pois tudo isso é definido previamente em uma resolução que passa por uma câmara de graduação e aprovação do CEPEC.
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