Futebol Masculino: a realidade de um jogador na base de um clube de futebol

No mundo competitivo do futebol masculino, os bastidores da jornada de um jogador de futebol na base de um clube revelam uma realidade repleta de desafios e obstáculos. Desde a intensa competição por uma vaga no time profissional até às expectativas de familiares e treinadores.
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Marlon Soares após ser campeão do Campeonato Cruzeiro Cup XII pelo Botafogo.

Muitos jovens atualmente têm o sonho de se tornar jogador de futebol profissional, de jogar nos maiores e melhores clubes do mundo, com grandes expectativas de ganhar um ótimo salário para melhorar de vida e para ajudar a própria família. O que não é citado, é que o processo para se tonar um jogador de futebol profissional é um processo longo e árduo e, às vezes, até mesmo dolorido, em que seu principal fator é ter que participar de um processo seletivo para ser escolhido para a base de um time.

Quando já se joga na base de um grande clube com expectativa de se tornar um jogador profissional, nem tudo são flores e ainda existem diversas dificuldades que envolvem a pressão financeira, a distância da família, a conciliação entre os estudos e o futebol, a questão emocional e até mesmo lesões graves com recuperações longas que que mexem completamente com o psicológico e o desempenho do jogador.

O jogador Marlon Soares, de 23 anos, que já atuou no sub-18 e no sub-20 do Botafogo de Futebol e Regatas e que atualmente está emprestado para o time de futebol Unisouza para jogar a competição estadual, conversou com a redação e nos contou um pouco dos problemas que os jogadores que estão iniciando na base de algum time passam nos clubes em que jogam. Para entender mais sobre o assunto, veja a entrevista completa de Marlon.

Lab Notícias: Para iniciarmos, me fale um pouco sobre você.

Marlon: Meu nome é Marlon, tenho 23 anos, sou conhecido no meio do futebol como Ferrugem. Joguei no Botafogo, CSA, Zinzane e estou de empréstimo no Unisouza pra jogar o estadual. Comecei com 6 anos no Bangu mas o primeiro clube de verdade foi o Botafogo.

Lab Notícias: Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por você em termos de desenvolvimento físico e técnico?

Marlon: Os times darem um pouco mais de investimento na base, pelo menos na época que eu estava. Hoje está melhor, mas tem muitos clubes que tem dificuldades até de ter uma academia e técnico, principalmente em relação a escassez de gramado de qualidade que no nosso país é difícil. Essas questões ajudam demais na evolução de fundamentos.

LabNotícias: Como as mudanças na estrutura das equipes afetam a competitividade e o desempenho de um jogador na base?

Marlon: Na base existem vantagens físicas, a qualidade técnica do jogador é importante, mas quem é muito mais forte e tem um preparo maior com academia, suplementação, minimiza lesões e tem vantagem de corpo quando são mais jovens. Quando você é novo e mais forte, você tem muita vantagem. Porém, quando chega no Sub20 iguala o corpo, aí é onde muitos jogadores ficam pelo caminho porque não conseguem performar igual antes quando tinham vantagens físicas nas categorias mais baixas.

LabNotícias: Como as pressões externas, como expectativas dos torcedores e mídia, influenciam o desempenho e a mentalidade de um jogador quando se é jovem?

Marlon: Usam muito as comparações como o “novo” jogador aposentado. Nunca esperam para ver o jogador que ele vai se tornar, e se não virar jogador no qual foi comparado, ele é tido como um fracasso. E você ler pessoas dizendo que você está fracassando como jogador e você não chegou nem perto do seu auge e não está evoluindo é bem frustrante. Os torcedores acham que você tem que explodir no momento deles

LabNotícias: Como as lesões frequentes e o desgaste físico afetam o progresso e o potencial de um jogador durante sua carreira começando pela base?

Marlon: As lesões minam demais o jogador por causa das dores que sentimos, é difícil voltar fisicamente em alto nível sem uma boa Pré-Temporada. Você machucado, tendo que ficar sem treinar é muito mais difícil voltar em um ritmo de nível de jogo alto e competitivo durante 90 minutos, o corpo não aguenta a intensidade do jogo por conta da falta de ritmo causada pelas lesões.

LabNotícias: Como o equilíbrio entre educação e carreira esportiva impactou você? E quais foram os desafios associados a essa questão que você passou?

Marlon: Sempre soube me posicionar e tudo nessa questão sempre foi bem resolvido e esclarecido. Não era difícil separar as duas coisas.

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