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O atendimento psicológico é oferecido gratuitamente por diversas universidades. No caso da Universidade Federal de Goiás, a atuação se dá através do Programa Saudavelmente em Goiânia e, no campus Goiás, pelo Serviço de Psicologia em conjunto com a Coordenação de Assuntos da Comunidade Universitária. A importância da saúde mental no campo acadêmico é imprescindível para a manutenção de vínculos interpessoais saudáveis e um autoentendimento fundamental para o universitário.
De acordo com o site da UFG (Campus Goiás): “as ações do serviço não se limitam ao atendimento psicológico individual. Mas também a outras atividades coletivas com foco na prevenção e promoção em saúde física e mental a partir de oficinas, rodas de conversa, produção de material informativo, utilização de mídias sociais para divulgação de conteúdos voltados às temáticas já citadas”. Em relação aos atendimentos individuais, a duração aproximada é de 50 minutos para cada interessado e, como não é de longa duração, tem um propósito mais focal e pode ser realizado semanalmente ou quinzenalmente.
Entrevistamos Lyris Meruvia Pinto, bacharel em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás e mestra em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília, a responsável pelo atendimento psicológico do Campus Goiás.
Lab Notícias: Como funciona o Atendimento Psicológico do Campus Goiás? Qualquer um pode solicitar ou existem restrições?
Lyris Meruvia: O atendimento psicológico funciona de forma presencial e remota (em caso de trancamento, tratamento excepcional, estudantes que residem em outros municípios e só vêm a Goiás no horário das aulas ou que estejam apenas cursando TCC e residindo em outros municípios). Todos os alunos podem solicitar. Não existem restrições.
LN: O atendimento psicológico é gratuito?
Lyris Meruvia: Sim, é gratuito. O mesmo ocorre no Programa Saudavelmente em Goiânia na UFG e na Clínica Escola do Curso de Psicologia.
LN: Existe algum enfoque nos atendimentos ou todos os tipos de solicitações são recebidas?
Lyris Meruvia: Sim, existe um enfoque. Tendo em vista que se trata de um atendimento breve e focal. O enfoque não é no sentido de restringir as demandas que podem ser atendidas, mas no sentido de um direcionamento para um foco específico dentre as demandas apresentadas pelos estudantes que procuram o serviço. Lembrando que o atendimento não é de cunho psicoterápico de longa duração e sim breve focal.
LN: A divulgação desse serviço é efetiva? Muitas pessoas buscam atendimento psicológico?
Lyris Meruvia: De acordo com a demanda e a procura, tem sido efetiva, sim. Atualmente, em média, por ano, conseguimos atender cerca de 10% dos estudantes do Campus. E não temos fila de espera para atendimentos individuais. Entretanto, nosso foco são os atendimentos e atividades em grupo, além de ações voltadas para promoção de saúde na universidade.
LN: Quais são os principais motivos pelos quais os alunos buscam pelo atendimento psicológico?
Lyris Meruvia: Episódios de ansiedade, rebaixamento do humor, dificuldades acadêmicas, habilidades sociais, conflitos familiares, dentre outros.
LN: Qual a importância de manter esse serviço, sobretudo para a comunidade acadêmica?
Lyris Meruvia: Trata-se de um serviço fundamental, tendo em vista que o ambiente acadêmico e as mudanças promovidas na vida dos indivíduos ao iniciar um curso de graduação podem potencializar ou mesmo auxiliar no desenvolvimento de sofrimento psíquicos. Logo, o acompanhamento e mapeamento da saúde mental dos estudantes é fundamental para encaminhar e promover saúde mental na universidade.
LN: É notada alguma diferença entre os atendimentos feitos na capital e em uma cidade do interior? Como procedem quando há necessidade de encaminhamento?
Lyris Meruvia: Não há diferença no atendimento de Goiânia e do interior. O que ocorre é que a rede de atenção em saúde mental é maior em Goiânia, assim como as possibilidades de encaminhamento (clínicas escola, CAPS, NASF, etc). Aqui, dependendo da demanda, conseguimos encaminhar. Em muitos casos, mantemos o estudante em acompanhamento até que consigamos encaminhar. No caso de acompanhamento psiquiátrico, ou encaminhamos para o CAPS do município ou para o Serviço de Psiquiatria do Programa Saudavelmente da UFG que faz os atendimentos de forma remota.
LN: Quando é recomendado buscar ajuda psicológica?
Lyris Meruvia: Quando se percebe que há perda da qualidade de vida, não sentir prazer em atividades que em outro momento eram prazerosas, procrastinação intensa, conflitos em excesso, insônia, ideações suicidas, etc.
LN: Nos períodos de recesso, os atendimentos continuam ou ficam indisponíveis?
Lyris Meruvia: Continuam. Até porque nós, servidores técnico-administrativos, não temos recesso como os docentes e estudantes.