- Ao estilo sebo: um retrato das livrarias de Anápolis - 17 de janeiro de 2024
- ‘Agora vamos partir para o próximo passo’: vocalista da Gasp rememora a história da banda no cenário musical goianiense - 18 de dezembro de 2023
- Docentes da UEG deliberam pelo não encerramento do semestre - 4 de dezembro de 2023
Participante no cenário musical goianiense desde 2017, a banda Gasp se consolidou no Rock goiano ao tocar em grandes festivais da cidade, como o Vaca Amarela, o Festival Bananada e o Goiânia Rock City. Integrada por Gabriel Cabral, Gustavo Garcia, Lucas Tomé, Matheus Avelar e Raphael Teixeira, a banda reúne, hoje, mais de 100 mil reproduções na plataforma Spotify. Com dois EPs publicados, um documentário disponível no YouTube e cinco anos de história, o grupo já esteve presente nos palcos do Martim Cererê, do Centro Cultural Oscar Niemeyer, do Galpão Cultural, em Anápolis, entre outros.
No dia 14 de dezembro, a Gasp realizou o seu último show, enchendo o Shiva Alt Bar com uma performance enérgica e músicas já conhecidas pelo público. O LabNotícias conversou com o vocalista e frontman da banda, Gustavo Garcia, para saber sobre a história do grupo e sobre onde o Rock se posiciona atualmente no cenário musical de Goiânia.
LabNotícias: Primeiro, eu gostaria de saber mais sobre a banda. Qual é a história de vocês?
Gustavo Garcia: Bom… A Gasp surgiu em abril de 2017, só que ela não tinha esse nome ainda. O nome dela era Kctus [Cactus]. E a banda era eu, o Matheus “Tiozão” (que é o batera), o Tomé (que é o baixista), o Gabriel Cabral (que é o guitarrista)… Eu era só guitarra, também, e a gente tinha outro vocalista, que era o Gabriel Lisboa, mas ele não encaixou muito e acabou saindo. Isso em 2017. Com a saída dele, a gente parou. Em julho de 2018, eu virei e falei “quer saber? Vou juntar esses meninos de novo e eu vou cantar. Eu vou seguir com a banda assim.” Eu mandei mensagem pra eles – pro Tomé, pro Tiozão e pro Cabral – e eles animaram. E aí a gente começou a escrever as músicas e começou a ensaiar. A Gasp, mesmo, nasceu em agosto de 2018.
Em 2018, a gente fez dois shows, no final do ano. Em 2019, fizemos 15 shows, e tocamos em todos os festivais de Goiânia. Participamos de todos: do Vaca Amarela, do Grito Rock, do Cidade Rock, do Goiânia Noise, do Bananada. Então, o nosso primeiro ano de banda foi um ano muito agitado. A gente viajou também, foi tocar em Anápolis, com um aninho de banda só, e foi crescendo muito rápido. Isso se deve muito também porque ficamos muito amigos das bandas da cidade, principalmente dos Hellbenders, né? Uma das maiores bandas de Goiânia. [Eles] guiaram muito não só em questão de como tocar, mas também com quem tocar, como gravar. E aí, nesse ano de 2019, a gente lançou nosso primeiro single. Terminamos o ano gravando o nosso primeiro EP, que é o Egg White & Sugar.
O plano era lançar esse EP em maio de 2020, mas aí veio uma coisinha chamada pandemia, né?, o que freou todos os planos. O EP já estava meio que pronto, já com as fotos prontas, só faltava gravar os clipes, mas precisávamos de um lugar, e aí entrou em lockdown. Então a gente virou e falou: “Vamos adiar esse lançamento”. Tentamos nos virar na pandemia igual toda banda se vira: fizemos uma live, fizemos alguns conteúdos pro instagram… E foi indo, a banda nunca parou. No início de 2021, a gente lançou esse EP, finalmente, que atrasou um ano, quase. E quando lançou, a banda já foi gravar outro, que aí já estava ficando mais tranquila a pandemia e conseguimos fazer o clipe, mais pro final de 2020.
No final de 2021, o povo já tinha tomado a segunda dose [da vacina contra a Covid-19]. E, se eu não me engano, fomos a primeira banda a fazer um show pós-pandemia na cidade, no dia 15 de dezembro de 2021. E [os shows] só voltaram mesmo em 2022. Só que, no nosso show, a gente bateu o martelo e falou: “só entra quem apresentar o cartão de duas doses”. O EP já estava gravado em 2021, e lançamos em 2022 com uma gravadora, que foi a Musikorama – porque os outros a gente tinha lançado independente, né? Esse fechamos um contrato com a gravadora, e ela deu todo o suporte e fez com que batesse 100 mil plays no Spotify no EP. Foi um momento de muito sucesso.
Esse primeiro show pós-pandemia foi o primeiro show que o Teixeira fez com a gente. Ele entrou para poder somar na banda, porque precisava de mais uma guitarra e de mais efeitos. Ele entrou, no começo, tocando guitarra e teclado, só que, depois, começamos a implementar os VS¹ no show, e o Teixeira ficou só com a guitarra. Mas ele continuou com a gente e se tornou um membro oficial da banda. Nós fizemos alguns shows em 2022, acho que cinco: tocamos no Vaca Amarela mais uma vez, no Grito de novo… foi a primeira vez que a gente tocou no Shiva, também.
Depois disso, demos um tempo da banda. Eu saí da banda, o Cabral saiu, também, porque ele entrou em outra fase da vida. Aí o Tomé resolveu sair, e o Teixeira também resolveu sair. Ficou só o Matheus, que é o batera. O Matheus tentou reerguer a banda, até chegou a chamar outras pessoas e a fazer um show, só que ele não se sentiu tão confortável continuando o projeto desse jeito. Foi quando a gente sentou e falou “então vamos fazer um último show”, que foi esse no Shiva dia 14 de dezembro. Ali a banda acabou.
¹Virtual Sounds, recurso musical que permite reproduzir digitalmente o som de instrumentos que não estão presentes no momento.
LN: Você falou que antes a banda se chamava Kctus. E de onde surgiu o nome Gasp?
GG: Cara, é muito engraçado esse papo, porque eu sempre quis ter um “nossa, o nome da minha banda é foda por causa desse significado”, só que o Gasp não nasceu assim. Eu estava com a camisa da Gap, o batera tava com a camisa do Superman, com o S, aí o Cabral virou e falou: “pega esse S e põe no meio desse Gap”. Aí ficou Gasp. Eu virei e falei “deixa eu ver o que essa palavra significa”. Eu vi que significava “suspiro”, aí eu falei “pô, legal”. O guitarrista queria porque queria colocar um “under” antes, então ele falou que queria Undergasp. Mas eu vi que Undergasp significava “suportado”, aí eu falei “não vou deixar esse nome”, e cortei o under.
Bati o martelo no Gasp por causa de uma música do Arctic Monkeys que é Pretty Visitors, que tem um momento [em] que ele [o vocalista] corta a frase só falando “in a gasp”. E foi quando a gente deixou a Gasp. Hoje em dia, me arrependo, pior nome que poderia ter na banda! Muito ruim porque, se você jogar Gasp no Spotify, vai achar um milhão de Gasps. Eu queria um nome fácil, simples de soletrar e que daria para fazer uma logo legal na camiseta. Consegui, mas ganhei muita dor de cabeça, em compensação.
LN: Você mencionou muitos shows. Para a história da banda, quais você diria que foram os shows mais marcantes?
GG: Eu vou falar de dois. Um é por performance nossa, por estrutura, pelo que conseguimos fazer, que foi o do Vaca Amarela de 2022. Foi a primeira vez que tocamos com uma equipe. Primeiro que nós estávamos no palco do Oscar Niemeyer, então era um palco gigantesco. E isso foi uma coisa que toda vez me deixava mais motivado: quanto maior era o palco, melhor era a minha performance, porque eu tinha mais espaço – porque eu gosto de correr de um lado para o outro, pular… Foi o maior palco que enfrentamos, e tinha uma equipe, se não me engano, de 12 pessoas. Tinha gente filmando, tirando foto, trabalhando de road, de técnico de som, gente trabalhando de direção de palco, com iluminação, telão… Foi um show muito completo [em questão] de performance, [com] as músicas sincronizadas com a iluminação. Então foi o momento em que eu falei “se a gente fosse para um palco de Lollapalooza, conseguiria enfrentar ele”. Foi um momento em que eu senti uma firmeza.
E agora de feeling, de energia, eu diria que foi o Goiânia Rock City, que foi no final de 2019. Foi um evento da Monstro Discos, no Martim Cererê. Era para sermos a segunda banda a tocar, só que, no Martim, são dois palcos, e cada palco tinha uma mesa de som. A mesa de som do nosso queimou, então eles tiveram que buscar outra, e tiveram que começar os shows nos outros palcos, então o nosso demorou um pouco mais. E fizemos toda uma movimentação para a galera ir porque sentimos que a Monstro estava subestimando muito a gente, de nos colocar para tocar no segundo horário, sendo que tínhamos muito mais potencial para poder segurar mais o público, para poder ter mais gente. E, devido a esse atraso, foi um show em que lotamos o Martim, e o Martim virou um caos. Era incrível a visão que nós tínhamos: o pessoal pulando, se abraçando, dançando junto… Foi um momento muito único. Em um documentário nosso no YouTube, o Egg White & Sugar, tem cenas desse festival. Foi a segunda vez, eu acho, em que tiramos uma foto com o público. Depois desse show, inclusive, eu sinto que a gente se consolidou como uma banda sólida de Goiânia, uma banda que ficou marcada de alguma forma. A partir desse momento, os nossos shows nunca mais ficaram vazios, e o pessoal ia para nos assistir. Não era mais aquele papo de “é uma banda que eu conheço por um amigo”, mas virou a galera que realmente era fã – a ponto de a gente começar a ver o pessoal usando camiseta na rua e não saber quem era.
LN: Houve algum momento em que você percebeu que estava seguindo o caminho certo e que era realmente isso que você queria fazer da vida?
GG: Esse momento aconteceu lá em 2017, no primeiro ensaio da Kctus. Foi no momento em que eu entrei no estúdio e falei “Cara, é isso aqui. Acabou”, sabe? Deu vontade de ligar para a minha mãe e falar “mãe, decepção, é isso… Seu filho virou músico”.
LN: Você mencionou que a banda já fez shows em Anápolis. Onde mais vocês chegaram a tocar além de Goiânia?
GG: Não conseguimos sair muito de Goiânia, porque, no momento em que a gente estava fechando com um booker – que é alguém para marcar os nossos shows fora da cidade – veio a pandemia, e desacelerou tudo. Essa era uma meta de 2020. Em 2019, como era o primeiro ano da banda, a nossa meta era tocar o máximo que a gente conseguisse em Goiânia, e depois sair. Em 2022, fizemos quatro shows. E foi quando resolvemos parar, porque a pandemia desgastou muito. Quando a banda estava no auge, ela tinha um ano e pouco. E quando conseguimos voltar, já tinha quase quatro.
LN: Quais as principais temáticas que vocês gostam de abordar e como é o processo de escrita e composição das músicas?
GG: O mais legal da Gasp é que todo mundo escreve e cria nela. Isso é muito legal, mas ao mesmo tempo é meio que uma sina, porque gera muita briga, sabe? Mas nós sempre chegamos em um resultado muito legal, porque todo mundo se soma, cada um completa a ideia do outro. Mas, na maioria das vezes, ou era eu que levava uma música, que eu já tinha escrito com voz e violão, ou era o Tomé, que era o baixista, ou o Cabral.
E nós costumávamos escrever sobre as coisas que acontecem na nossa vida. Por exemplo, Egg White & Sugar tem essa temática. Egg White é a clara do ovo e Sugar é açúcar, que são os ingredientes para fazer um suspiro. E como o nome da banda é Gasp, de “suspirar”, resolvemos fazer esse trocadilho. E as músicas falam sobre os dilemas de um jovem adulto, por exemplo: fala sobre crise de relacionamento, sobre entender o divórcio dos pais (principalmente as pessoas tendo que lidar com isso depois dos seus 18, 20 anos). É sobre você estar em um lugar no qual você achava que se encaixaria, mas não se encaixou, então tem que começar de novo. Também tem música que fala sobre quando você começa a entrar no mercado de trabalho e trabalha das 8 às 18 horas e estuda das 18 às 22 horas, e vê que não tem tempo para fazer as coisas que tem vontade de fazer. Então, é muito sobre o nosso cotidiano, sobre as coisas que a gente vive. E eu sinto que isso foi muito importante para gerar uma correlação com a galera que gosta das músicas da banda, sabe?, uma identificação, porque são problemas que qualquer outra pessoa passa.
É meio que essa a principal temática, mas nós não nos prendemos a fazer só música romântica ou só música triste. Depende de como ela vem.
LN: E das que vocês escreveram, você tem uma música preferida?
GG: A minha preferida nós escrevemos mas não gravamos, que é a Blind Man’s Bluff. Essa é a minha favorita porque foi a última que a gente fez. Foi uma das músicas que mais deu briga, [a ponto] de cada um ir para um canto da casa e falar “não olha na minha cara”. O resultado ficou incrível! Só que nunca lançamos porque só fizemos a demo, e a banda acabou antes de gravarmos ela.
Mas uma que existe e que está no Spotify, diria que é Your Lie, que é do nosso último EP e que eu gostei muito de fazer, porque foi uma das músicas que eu mais tive liberdade para experimentar – tanto que, nessa música, contratei quatro pessoas que tocam instrumentos de sopro diferentes para poder gravar, além de uma violinista e uma violoncelista. Então montei a minha orquestra, sabe? Eu tinha uma professora de piano na época, e falei para ela: “eu não sei escrever em partitura, e essas pessoas falam em partitura, e eu precisava que você me ajudasse a escrever”, só que ela ficou tão envolvida no processo que acabou indo para dentro do estúdio e guiando todo mundo. Eu juntei os meus amigos que sabiam cantar, levei eles para o estúdio e montei um coral com eles. E misturei tudo isso dentro de uma música que é um dos rocks mais pesados que a gente já fez até hoje, e ficou melhor do que eu jamais imaginei que ficaria.
LN: Como a banda chegou aos números de reprodução que alcançou no Spotify, que são elevados para o cenário local?
GG: A gravadora teve um grande papel nisso, porque eles botaram muita fé na gente desde o começo. Então eles conseguiram reuniões que, se a banda não tivesse acabado, talvez já estivesse em São Paulo uma hora dessas. Por exemplo, eu tive uma reunião com o cara que marcava os shows do Raimundos, então era bem provável que a gente fosse fazer uma turnê com o Raimundos. Estava rolando essa conversa, só que não deu tempo de isso acontecer. Mas a gravadora ajudou muito a chegar em playlists no Spotify, por exemplo, e nos fez chegar em mais gente não só no Brasil, mas também fora – tanto que um dos lugares em que a banda mais tinha ouvintes durante um bom tempo foi na Cidade do México. Hoje em dia, nós temos muitos ouvintes na Europa, também nos Estados Unidos. Claro que a maioria é daqui do Brasil, mas chegou um ponto [em] que a gente tinha mais ouvintes em São Paulo do que em Goiânia. Foi graças à gravadora que chegamos nesses números, e foi um trabalho em conjunto para fazer esse lançamento acontecer.
LN: Vocês já cogitaram voltar com a banda devido ao ponto em que pararam?
GG: Da parte dos meninos, por exemplo, eu posso falar que o Matheus com certeza voltaria. Eu já tenho outros planos hoje em dia, estou de mudança de país, indo para mexer com música lá. O Cabral já vive uma vida mais de casado, então não sei se ainda é a onda dele… O Tomé, eu acho que voltaria com a banda, e o Teixeira também. Não é mais o nosso foco, cada um está indo atrás de outra coisa agora, mas nunca descartamos a possibilidade de, no futuro distante, acontecer de novo. A banda já tinha acabado e resolvemos fazer um show de despedida, e é esse tipo de evento que pode vir a acontecer. Nós entendemos que terminou no momento certo, agora precisamos fazer outras coisas.
LN: Na sua opinião, o Rock perdeu espaço no mainstream? Se sim, por quais fatores?
GG: Sim e não, porque a música Pop e o mainstream meio que se transformam. Eu acho que ela [a música Pop] nunca deixou de existir. Não é que o Rock não está no mainstream, é porque ele se transformou, entende? Hoje em dia, eu sinto que o Rock está muito mais no Rap do que no próprio Rock, porque, se você pegar a história do que era antigamente, se pegar o Punk, era muito voltado a ser contra o sistema e ser a minoria, estar gritando pelos seus direitos e querer ser escutado. Eu sinto que o Rock ganhou o seu espaço, e agora está na vez de outras pessoas ganharem – é o caso do Rap. Então eu sinto que o Rap, hoje, é muito mais Rock que o próprio Rock, porque ele escancara os problemas da sociedade. Está na vez deles, entendeu? E claro que isso não [significa que] se essa galera está no topo, não pode ter outro estilo musical no topo, tem espaço para todo mundo.
Claro que não é a mesma visibilidade igual antigamente, mas os shows e as bandas continuam aí. O show do Red Hot [Chilli Peppers] não deixa de ficar lotado. Tem bandas que aparecem hoje em dia, como o próprio Måneskin, que está fazendo turnê mundial e daqui a pouco está tocando em estádio. Mas você pode ver o Rock também em outras formas. O Gorillaz é extremamente Rock à sua maneira, a Olívia Rodrigo, também, e o Tyler The Creator. A mudança está muito mais em o que as pessoas querem ouvir ou no preconceito das pessoas do que na própria música.
LN: Você acha que isso tem ressoado bem no cenário musical goiano e, principalmente, goianiense? Ou Goiânia ainda estaria atrasada sobre isso?
GG: Eu sinto que não só em Goiânia, mas no Brasil como um todo, nós disputamos espaços há muito tempo. Nós nunca chegamos ao mainstream. A gente teve mainstream na época do Charlie Brown Jr., do Mamonas [Assassinas], do Legião [Urbana], do CPM [22], mas sempre foi muito pouco. O mainstream do Sertanejo sempre foi muito maior, o do Pop também. Até o início dos anos 2000, o Funk estava crescendo muito. Então eu sinto que o que nós precisamos é disputar mais espaços, principalmente espaço público. Hoje, a cena está fraca, principalmente aqui em Goiânia, pós pandemia. Antigamente, ela era mais forte. De 2007 a 2015, Goiânia era um dos melhores lugares para se ter uma banda de Rock no Brasil, todo mundo queria vir para cá. Depois da pandemia, Goiânia continua sendo uma das mais fortes do Brasil, apesar do jeito que está, mas eu sinto falta de muitas bandas correrem mais atrás, fazerem um evento, fazerem um festival, juntarem com outras bandas e organizarem um show. E disputar a Lei de Incentivo, também, para o nosso propósito. Não podemos ceder o nosso lugar, mas eu sinto que tem acontecido cada vez mais.
LN: Como foi o show de despedida da banda?
GG: O show foi na quinta, e a minha ficha do que tinha acontecido foi cair no sábado. Falei para os meninos que eu fiquei preenchido com o show, e se brincar foi o nosso melhor show, pelo sentimento envolvido. Foi muito bom, nós estávamos em uma performance muito boa, o pessoal se entregou e a gente se entregou. Foi muito divertido, vimos vários rostos antigos e rostos mais novos, foi muito legal. Todo mundo saiu de lá feliz e com a cabeça de “missão cumprida. Foi legal a nossa história e agora vamos partir para o próximo passo”. Se os meninos vão mexer com banda ou se eles não vão, são cenas para os próximos capítulos.
LN: E quais são os seus próximos planos?
GG: Vamos ver o que vai acontecer. Um dos motivos que me fez sair da banda foi chegar à conclusão de que eu vou fazer isso [música] até eu morrer, e, infelizmente, no Brasil, o tipo de som que a gente gosta de fazer não é muito bem remunerado. Eu teria que levar como hobby para sempre, e não é um objetivo, porque eu nunca levei e nunca vou levar [como hobby]. Então eu resolvi apostar todas as minhas fichas, vou para lá descobrir o que vai acontecer. Se eu vou montar uma banda, se vou ter um projeto solo, trabalhar com produção ou virar road, não sei, vou descobrir lá. Eu não estou muito preocupado com isso ainda, vou viver o momento.