Tempo de leitura: 4 min

Fabricação, vendas e geração de emprego, como o setor da 44 se tornou um polo importante no estado de Goiás.

A região da 44 se formou no setor Norte Ferroviário por conta da Feira Hippie, uma feira a céu aberto que já se localizava ali, ela atraia diversos revendedores de moda por conta dos preços acessíveis, grande variedade de produtos e a facilidade de acesso. Devido a feira, a partir de 2001, começaram as primeiras construções de shoppings e galerias nas suas proximidades. Percebendo essas estruturas surgirem, a vocação do estado para a produção do ramo têxtil e a visibilidade da feira, muitos empreendedores começaram a investir no segmento. Alguns pontos de comércio começaram a chegar na Rua 44, por este motivo o local ficou conhecido como “região da 44”. 

Atualmente, são mais de 15,5 mil lojas, 137 empreendimentos, entre eles são 107 galerias e 30 hotéis que estão distribuídos entre três grandes avenidas e nove ruas do Setor Norte Ferroviário, todas exclusivas para a área da moda  e se configura como um dos principais destinos para o público que quer vender, revender ou comprar roupas, calçados e acessórios.

  • As oportunidades de trabalho geradas pela região da 44

Todos os milhares de negócios que existem dentro desse gigante centro de vendas de vestuários geram uma grande quantidade de empregos, desde a fabricação dos tecidos, a costura e modelagem das peças, a distribuição da mercadoria das fábricas para a lojas e das lojas para a casa do cliente, o serviço de atendimento ao cliente no balcão e pelas redes sociais, o trabalho de marketing para a impulsão da marca e entre muitos outros serviços.

Entre os empregos gerados estão os trabalhos temporários, fixos, diretos e indiretos. Os temporários são aqueles em que o contrato tem um prazo definido para o término; já o fixo, geralmente, se tem um tempo indefinido no acordo. Os trabalhos diretos se caracterizam, nesse caso, para os cargos ligados diretamente a região da 44, como os vendedores, empresários e confeccionistas, o serviço indireto, por sua vez, são aqueles gerados em decorrência das lojas da 44, os entregadores, fabricação da matéria prima e até as empresas de marketing.

Em entrevista com Wanderson Cabral, contador, ele informou alguns pontos sobre a área empregatícia que contém na empresa em que trabalha, lá existem 11 empregados diretamente e, aproximadamente, 50 trabalhadores indiretos, ele relatou:

 Hoje, a parte que mais precisa de mão de obra, dentro do nosso segmento, é a parte da produção, porque demanda todo um controle, além do planejamento, e esse controle é focado no que foi decidido no planejamento. O processo se inicia no desenho da peça junto com a equipe de criação, e esse decorrer até o corte, depois do corte, para as facções, das facções para as lavanderias e das lavanderias para o acabamento, e do acabamento retorna para a gente. 

  • A força que a 44 exerce sobre a economia goiana

O polo têxtil da 44 é um dos pilares da economia de Goiás, ele move em média 15 bilhões de reais e comercializa 280 milhões de peças de vestuários ao ano. A atratividade da 44 vai muito além das fronteiras goianas, ela impacta diretamente 16 municípios goianos e indiretamente todo o Brasil. Caravanas de ônibus chegam diariamente de diversas partes do Brasil, trazendo comerciantes e revendedores em busca de novidades e preços a baixo custo. Esse fluxo constante de visitantes impulsiona não apenas o comércio local, mas também a economia goiana de uma forma geral.

As informações sobre a quantidade de empregos temporários ofertados, a movimentação monetária anual e o volume de visitantes na região da 44 durante os anos de 2022 à 2024, estão disponíveis pelo link: https://feira-44-data-explorer.lovable.app/

Apesar do sucesso, este gigante polo têxtil enfrenta desafios constantes, como a necessidade de aprimorar a infraestrutura urbana, segurança, regulamentação do comércio informal e a busca por inovação no setor. Viviane Souza, vendedora de uma loja fixa de moda infantil na 44, compartilhou um dos problemas que vive por conta da falta de apoio governamental no comércio.

“A gente sonha com um apoio de verdade, a infraestrutura aqui é bem ruim, os ônibus chegam lotados, não tem estacionamento suficiente pra tanta gente, as ruas precisam de mais cuidado. E tem a segurança ainda, aqui tem um movimento enorme de dinheiro, de mercadoria, e a gente ainda fica desprotegido.”

Mesmo com todos os desafios gerados o poder de adaptação e a resiliência dos empresários e trabalhadores da região são notórios.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *