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Conversamos com professor João Turíbio, técnico da ACEL-GO e diretor de Paradesporto da Secretaria Municipal De Esportes de Goiânia, em que ele nos conta os objetivos, dificuldades e importância do paradesporte na vida de tantos jovens e adultos.

A Associação de Cegos para Esportes e Lazer de Goiás é um projeto que tem o propósito de garantir desenvolvimento físico, mental, social e acadêmico, além disso, cursos de formação profissional para todos os atletas. No estado de Goiás desde 2019, o time já conquistou a Série B do brasileiro (2022), Paraolimpíadas Escolares (2021) e Copa Centro-Oeste (2021).

O futebol de cegos é um ponto de suporte para todos os atletas, os jogadores aprimoram suas habilidades motoras, coordenação e condicionamento físico por meio da prática regular e do jogo competitivo. Além disso, o esporte também promove o bem-estar emocional, incentivando a autoconfiança, a resiliência e o trabalho em equipe. Última pesquisa do IBGE aponta, em Goiânia, cerca de 15 mil pessoas com deficiência visual, seja ela de todas as formas e graus.

Ao conversar com o professor João Turíbio, buscamos entender as dificuldades de ensinar um esporte com tantas barreiras, a dificuldades e gratificações de inspirar e o papel importante da inclusão do futebol, para as coisas mais simples.

LN: Olá João, nos conte um pouco das suas formações e experiências, e o que despertou em você o desejo de trabalhar com o futebol de cego?

JT: Quando era acadêmico do Curso de Educação Física, tive em três semestres a disciplina de educação física adaptada, desde então me interessei em trabalhar na área da educação física e da pessoa com deficiência. Nesse trajeto surgiu a oportunidade de trabalhar com o Futebol de Cegos da Associação dos Deficientes Visuais de Goiás – ADVEG, em seguida trabalhei no desenvolvimento de um projeto de iniciação do futebol de cegos no CAP/CEBRAV. Atualmente estou desenvolvendo o trabalho na ACEL-GO.

LN: Como você descreveria de maneira simples o esporte, para quem nunca assistiu?

JT: É um futebol parecido com o Futsal, jogam 04 (quatro) jogadores de linha que são cegos e 01 (um) goleiro que é vidente. Durante o jogo os atletas são orientados pelo barulho emitido pelos guizos da bola, além das informações passadas pelo goleiro, treinador e o guia ou chamador que orienta os jogadores na posição de ataque. É um esporte paralímpico que pode ser praticado numa quadra poliesportiva de 40x20m com piso ou grama sintética.

LN : Qual é o papel do guia e como funciona a dinâmica do jogo?

JT: O guia orienta os jogadores de sua equipe que estão na área de ataque quanto a melhor oportunidade para chutar ao gol, quantos na marcação, a posição situacional dos defensores, além de orientar a situação do gol no momento de cobranças de bolas paradas como pênalti, faltas e tiros de oito metros.

LN: Quantas famílias e atletas fazem parte do projeto hoje?

JT: Atualmente umas 15 famílias com 15 atletas cegos de iniciação e de rendimento no futebol de cegos

LN: Nos conte uma breve experiência de um momento que você sentiu o quanto o futebol fazia a diferença para o deficiente visual.

São vários os momentos que nos motiva com o trabalho dos alunos na modalidade do futebol de cegos, que vai desde o considerável desenvolvimento global dos praticantes seja dos aspectos motores, sociais e afetivos. A exemplo temos atletas que hoje estão constantemente sendo convocados para a seleção brasileira de base, sub 23 e principal. Os mesmos relatam que se não fosse pelo esporte não tinham expectativa de fazer diferentes viagens pelo Brasil ou internacional se não foss.

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