Uso excessivo de telas tem aumentado o impacto educacional e psicológico em crianças e adolescentes

Estima-se que em 2023, 84% da população brasileira de 10 anos ou mais se conectou à internet, aponta levantamento feito em março de 2023 pelo Jornal O Globo
abr 17, 2024 , ,
Tempo de leitura: 3 min
Mariana Gomes Barbosa

Os impactos na educação causados pelo excesso de informação têm sido cada vez mais frequentes entre o mundo da geração Z. Devido aos grandes veículos de informação na internet, como Instagram, Tik Tok e Youtube, os jovens têm se tornado cada vez mais suscetíveis a dificuldades de diversas ordens. Problemas no aprendizado, problemas visuais, desconstrução do vínculo afetivo com a família e comprometimento da saúde física e psicológica

A orientadora educacional Mariane do Carmo diz que a tecnologia auxilia e atrapalha ao mesmo tempo e que esse uso excessivo traz dificuldade no desenvolvimento cognitivo e na concentração. Na escola em que ela lecionava o uso do telefone era proibido. Se os educadores quisessem usar as telas como recurso, era necessário a aprovação da coordenação.

Um artigo publicado pela Revista Ciência e Cultura, chamado “Excesso de informação e as (des)memórias no mundo contemporâneo” apresenta uma análise sobre os impactos do excesso de informações na vida de crianças e adolescentes. Um dos destaques é o crescente número de pessoas que fazem parte da famosa geração Z que desenvolveram ansiedade e depressão por conta do uso excessivo de telas.

Imagem: Arquivo EBC

“No caso do Davi, ele está sempre buscando informações e esquece de brincar. Em relação a família e amigos, ele deixa de conviver com outras pessoas para ficar nas telas e isso tem diminuído seu interesse por atividades ao ar livre”, diz Ana Cristina de Oliveira, mãe que enfrenta a dificuldade das telas com o filho.

Para a neuropsicóloga Cristiane Fernandes, o uso em excesso de telas está associado a distúrbios do sono, de modo que essas tecnologias interferem na bioquímica do cérebro à semelhança de drogas psicoativas. Os transtornos de sono são cada vez mais frequentes e estão associados aos transtornos mentais em crianças e adolescentes.

“O excesso de informação entre os jovens e adolescentes pode acarretar diversas consequências
no desenvolvimento acadêmico, incluindo a saúde mental e orgânica. Entre as queixas
principais experienciadas em consultório e em palestras que já pude ministrar são: crises de
ansiedade, pânico, depressão, alterações no humor, irritabilidade, inabilidade social, baixo
desempenho escolar, alteração na atenção, insônia, obesidade, dores pelo corpo e alergias.
Posso destacar que o excesso de informação pode ser prejudicial se não seguir alguns critérios
que são: regras, limites e rotina”, diz Cristiane Fernandes sobre os problemas a longo prazo no uso de telas.

A neuropsicóloga também explica que o excesso de informação impacta a vida de qualquer ser, mas nos adolescentes o impacto será maior devido ao desenvolvimento cognitivo. As emoções/sentimentos precisam ser desenvolvidas com o tempo, usando vivências e apoios reais.

A mãe de Davi prioriza experiências físicas. “Toda criança deve brincar, sendo assim priorizo e procuro proporcionar esses momentos de brincadeiras para que o tempo de tela seja reduzido”, defende Ana Cristina.

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