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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
GOIÂNIA, 22 DE JULHO DE 2022
DIVANILDE CARVALHO DE SOUZA
DISCIPLINA: PTJ III
Coluna jornalistica
Esporte
A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL BRASILEIRO
Casos de violência marcam futebol brasileiro no começo de 2022
Entre ameaças de torcedores em aeroportos, Centros de Treinamento, invasães e
ataques nas redes sociais, o futebol atravessa um momento de tensão, com muitos
casos de violência em curto Intervalo de tempo. O Corinthians, recentemente, passou
por um momento delicado, em que os principais jogadores do elenco sofreram
ameaças de morte nas redes sociais, entre eles o Goleiro Cássio.
O goleiro Cássio, do Corinthians, foi agredido por um torcedor do Santos que invadiu o
gramado da Vila Belmiro após a partida entre os Clubes, pelas oitavas de final da Copa
do Brasil.
A confusão começou assim que o jogo terminou. A torcida do Santos concentrada
atrás do gol que Cássio defendia começou a atirar rojões no gramado- os minutos
finais já haviam sido interrompidos por conta de sinalizadores no mesmo local. O
goleiro chega aplaudir ironicamente os torcedores pela atitude.
Enquanto Cássio deixava a grande área, um torcedor passou pela segurança, invadiu o
campo e correu na direção do Corintiano, o atingindo com chute. Cássio conseguiu se
defender, e o torcedor ainda caiu no gramado, sendo contido. Outros santistas
adentraram ao campo correndo em seguida os jogadores do Corinthians precisaram
deixar o campo correndo em direção aos vestiários. São vários acontecimentos de
agressão em estádios.
A violência no futebol brasileiro infelizmente, é um problema muito complexo sem
solução mágica. Nosso futebol está inserido em uma sociedade amplamente violenta e
onde a impunidade reina em quase todas as esferas. Faz-se necessário um movimento
profundo que combine educação, organização e punição. O problema do futebol
brasileiro é o problema do Brasil. Dá para mudar, mas exigirá um esforço de longo
prazo, com o envolvimento de diversos atores, e uma resiliência que não costuma ter.
Em maio , depois de jogo pela Copa Sul-Americana, contra o Union La Calera, do Chile,
a Vila Belmiro já tinha sido palco de uma invasão . Um vídeo publicado por
um torcedor nas redes sociais mostra o momento em que um
santista corre em direção a um jogador do time chileno e o acerta.
Depois de analise
do caso, a Conmebol aplicou uma multa de US§ 30 mil ( quase R§ 150 mil na ocasião)
ao Peixe.
O absurdo que tem se repetido no Brasil não escolhe cor de camisa. Tanto que só nos
últimos dias várias cores de clubes foram usadas como uniformes de criminosos. A
estratégia pode até mudar, mas todas situações alimentam os mesmos sentimentos :
medo e insegurança.
Passar a mão, relevar, tentar encontrar justificativa, são comportamentos que não
contribuem em nada para tornar o futebol ambiente mais saudável. Pelo contrário,
cada vez que isso acontece se presta um desserviço para o futebol. E não culpe a
legislação.
Para mim a simples aplicação de lei, ajudaria a atacar esse problema.
Vamos lá.
A lei do esporte, a Lei Pelé, estabelece logo no art 2°, XI o desporto como um direito
individual, que tem como base o princípio da segurança, propiciado ao paciente de
qualquer modalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou sensorial.
O estatuto do Torcedor também foi alterado em 2019 e se tornou ainda mais firme no
combate à violência. Ele ampliou o prazo de afastamento do criminoso de 3 para 5
anos, conforme o art. 39-A, além de estender sua incidência a atos praticados em
datas e locais distintos dos eventos esportivos e instituir novas hipóteses de
responsabilidade civil objetiva de torcidas.
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva, CBJD, também fala das responsabilidades de
clubes e entidades esportivas na proteção do espetáculo; além disso, claro que sim,
também se aplicam ao torcedor- agressor toda a lista de crimes prevista no nosso
ordenamento, como crime de ameaça. De agressão. Primeiro, é mais importante:
futebol não é mundo paralelo. O que é crime para um cidadão comum é para o
torcedor (cidadão comum).
Segundo, a culpa é de quem invadiu o campo, agrediu e depredou. Claro. Mas não só
deles. E também do poder público e dos Clubes, que ajudam a alimentar a cultura da
impunidade. Clube é poder público também são responsáveis por esse absurdo
histórico de agressão e ameaças no futebol. E o caminho para começar a acabar com
esse clima de insegurança é quase uma receita de bolo: identificar os culpados, para
que eles sejam julgados e condenados de acordo com o rigor da lei. Assim, se reforça o
compromisso pelo fim desses atos de violência, como também de devolver uma
segurança perdida por essa cultura da impunidade. O futebol não é mundo paralelo.
Nem pode ser. São dois caminhos.
Poder público precisa identificar, julgar e condenar os criminosos. Movimento privado
do esporte precisa bani-los do ambiente esportivo. O que tem se repetido pelo Brasil
nos últimos tempos precisa acabar. Esporte é Estado precisam trabalhar juntos desde
já.