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O Instagram, da Meta, é uma das maiores redes sociais do Ocidente e vem tentando, há algum tempo, competir com o TikTok, outro gigante do ramo. A primeira tentativa foram os Reels, vídeos curtos em um formato muito semelhante ao da concorrente – inclusive, boa parte dos vídeos que circulam nos Reels não passam de conteúdos publicados no TikTok.
#Make Instagram Instagram again
Recentemente, o Instagram anunciou mais algumas mudanças, como a apresentação de vídeos em tela cheia e o aumento de publicações recomendadas no feed. Isso gerou muitas reclamações de usuários e alavancou a campanha “Faça o Instagram ser o Instagram de novo” (em tradução livre), que ganhou ainda mais repercussão quando as influencers Kim Kardashian e Kylie Jenner repostaram a publicação, que gerou 160 mil assinaturas em uma petição.
“Pare de tentar ser o TikTok, eu só quero ver fotos fofas dos meus amigos. Sinceramente, todo mundo”, dizia o post.
Na semana passada, Mark Zuckerberg disse em uma videoconferência que cerca de 15% do conteúdo que é exibido no Facebook vem de recomendações por inteligência artificial, e que esse número ainda é um pouco maior no Instagram, algo que ele chamou de “motor da descoberta”. Por isso, usuários têm reclamado de ver muito mais posts recomendados do que de familiares ou amigos.
O seu tempo é dinheiro
Essas mudanças chegaram junto com a notícia de que a Meta, empresa dona do Instagram, registrou queda de receita no segundo trimestre de 2022, e o primeiro recuo na comparação anual em dez anos. A Meta relatou um declínio de 14% por ano no preço médio por anúncio, um sinal preocupante, já que a demanda por anúncios online é reduzida pela atual crise econômica.
O principal objetivo do Instagram com todas essas alterações é o mesmo de todas as redes sociais: ter o seu tempo! Assim, as atualizações da plataforma visam aumentar cada vez mais a taxa de permanência no app. Por isso, os conteúdos que são consumidos até o final tendem a ser impulsionados pelo algoritmo.
Essa é uma das razões pelas quais produtores de conteúdo têm se queixado do Instagram. Muitos deles dedicam a vida para produzir conteúdo para a plataforma, mas, de uma hora para outra, a maneira como as publicações são entregues muda e é preciso estudar novas estratégias de publicação.
Sociedade líquida, redes líquidas
O sociólogo Zygmunt Bauman usou o termo Modernidade Líquida para se referir à dinâmica da vida moderna, na qual nada é feito para durar – de aparelhos eletrônicos a relacionamentos. Se, na “vida real”, a sociedade muda tanto e tão rapidamente, por que seria diferente com as redes sociais? Por mais que as novas mudanças do Instagram tenham gerado polêmica, preocupações financeiras e até alterado a dinâmica de trabalho dos produtores de conteúdo, é só questão de tempo até que se adapte, para então mudarmos tudo de novo, de novo e de novo.