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O catálogo da Netflix, recentemente, tem tido cada vez mais filmes e séries de outros eixos cinematográficos, que não de Hollywood; como os doramas coreanos e os clássicos de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana. “RRR: Revolta, Rebelião e Revolução”, lançado em março de 2022, tem sido bem recebido pela crítica mundial, tornando-se o filme indiano mais assistido na plataforma, com um total de 47 milhões de horas de exibição, com legendas em 15 outros idiomas.

O filme tem tudo o que é bem característico das produções indianas, especialmente as absurdas cenas de ação e também a presença de muita música e coreografias. Com duração de 3h5min, o espectador não tem “um segundo de paz”, porque o filme traz várias sequências de ação, com direito a golpes acrobáticos, explosões e muito, muito sangue. E, embora o filme pareça muito longo, o diretor SS Rajamouli é capaz de prender totalmente a atenção do espectador, mantido atento à trama, que conta com um baita plot twist.

RRR se passa na Índia pré-independência, nos anos 1920, ainda sob domínio britânico. E conta a história de Komaram Bheem (interpretado por N. T. Rama Rao Jr), um líder tribal, e de Alluri Sitarama Raju (interpretado por Ram Charan), um policial implacável de origem indiana, mas que serve ao império britânico. Quando uma garotinha da tribo de Bheem é sequestrada, ele parte para a capital, buscando resgatá-la dos ingleses. Logo, Raju é escalado para perseguir a ameaça. O caminho dos dois se cruza e, sem que saibam a verdadeira identidade um do outro, eles se tornam melhores amigos. Contudo, o segredo dos dois cai por terra e eles enfrentam o dilema moral de seguirem com seus objetivos, que se chocam drasticamente, ou de protegerem a amizade e a nação. Além disso, a trilha sonora também conta a história do filme, de maneira poética e épica, dando mais vida à trama.

Além de muita ação, o filme também traz um pouco da história da independência indiana, que é desconhecida por grande parte da população ocidental. Diferentemente do famoso líder pacifista Gandhi, os heróis homenageados pelo longa são Komaram Bheem e Alluri Sitarama Raju, dois revolucionários que lutaram bravamente contra o imperialismo britânico na Índia e se tornaram lendas da cultura hindu.

As cenas frenéticas de ação e os efeitos especiais lembram os famosos filmes de “brucutus” dos anos 1980; se você não é muito fã desse tipo de filme, talvez se sinta incomodado por esses clichês. E, embora pareça muito, o tempo de filme é necessário para o desenvolvimento dos personagens, que é profundo o suficiente para ambientar e prender a atenção do espectador. O diretor SS Rajamouli soube equilibrar uma trama profunda, com fortes cenas de ação e, ainda, uma pitadinha de comédia e romance, de modo que o filme é capaz de entreter, chocar e emocionar. 

Por isso, mesmo para o consumidor comum dos filmes tipicamente hollywoodianos, que talvez não esteja tão acostumado com as cenas absurdas de ação e as coreografias dos filmes de Bollywood, “RRR: Revolta, Rebelião e Revolução” é uma experiência à parte, e vale cada segundo!

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